Samuel 0.9

151 20 144
                                    

Este capítulo pode conter gatilho para quem tem crises de pânico e sofre dores emocionais*

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Este capítulo pode conter gatilho para quem tem crises de pânico e sofre dores emocionais*

Ela sorria até mesmo quando eu jogava água em sua cara desprevenidamente na piscina. Reclamava do cloro que faziam seus olhos arderem, mas eu não parava porque no fundo aquilo a estava deixando feliz e pelo menos por um minuto eu estava fazendo com que ela esquecesse das coisas a nossa volta. Dos olhares das pessoas que Letícia achava ser um peso. Eu queria que ela visse as coisas com meus olhos.

Eu me sentia mal por ter passado tanto tempo a ignorando. Que tipos de pensamentos vieram a mente dela quando nossa amizade se desfez no passado? Eu não gostava de pensar. Eu gostaria que ela descobrisse que eu me afastei dela por um motivo. Ela não podia saber... Mas eu precisei fazer com que aquilo acontecesse se não eu e ela sofreríamos muito mais. Talvez eu nunca precise revelar o motivo de eu ter fugido, mas obviamente era um motivo plausível. Ela sofreria se eu não me afastasse. A última coisa que eu queria no mundo era me afastar...

O horário de sairmos da piscina chegou e fiquei um pouco triste, afinal estava sendo muito divertido. Letícia agitou seus cabelos curtos buscando que eles ficassem menos grudados em seu rosto. Agradecemos uma cortesia do hotel por nos ter dado toalhas para nos secarmos. 5 minutos depois de nos refrescarmos na água gelada, nossos corpos já estavam secos e quentes novamente. Por que acho que nunca conseguiremos nos adaptar ao clima daqui?

Caminhamos até nossos quartos em silêncio. Era o silêncio mais confortável que já sentira. Eu podia sentir o sorriso silencioso dela. Eu não tinha mentido quanto a sua beleza. Eu realmente sempre a achei uma das garotas mais atraentes da escola. Quando éramos melhores amigos, eu não costumava elogiar e já me martirizei por isso. Apenas pensava o tempo todo em dizer aqueles elogios para Ti, mas a coragem verdadeira nunca viera, mesmo que fôssemos amigos próximos. Mas agora eu não perderia nenhuma oportunidade para exaltar o quanto ela é incrível.

— Samuel? — Chamou-me e percebi que estávamos estagnados no corredor. Nenhum de nós tomara a devida atitude para caminhar até nossos quartos.

— Sim? — Respondi focando em seu rosto.

— Obrigada. Muito obrigada, de verdade. Você nem de longe tinha motivos para fazer o que fez, mas mesmo assim tomou coragem. Ninguém na minha vida toda fez algo assim por mim e de todas as pessoas do mundo, você é a que eu menos esperava que fizesse algo do tipo...

— Não precisava agradecer. Tolos são aqueles que nunca fizeram nada do tipo por você. Eu não faço a mínima ideia do peso que você carrega, muito menos de como é sua relação com outras pessoas quando se trata de auto-aceitação, mas se precisar, posso me vestir de lula novamente pra provar de que aquilo sim que é coisa feia — ri um pouco me lembrando de meus movimentos terríveis. Eu nunca morri de tanta vergonha na vida. Mas sentia que tinha valido muito a pena. — Talvez não tenhamos sido tão amigos nos últimos tempos, mas eu estou disposto a mudar e melhorar... Acho que depois dessa viagem, tudo vai melhorar, eu espero. Somos uns loucos por ter atravessado o país, mas eu não me importo com isso. Nossa relação estava precisando de algumas loucuras e uma fuga dos pais pra dar certo, não é mesmo?

Nós Odiamos O Amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora