Nosso esquenta carnaval continuaaa!A dor do soco era uma das piores que eu já tinha sentido. Isso porque eu já praticara boxe e também já me envolvera em algumas brigas no passado, mas eu podia dizer com muita certeza que a dor daquele soco foi a pior da minha vida.
Samuel tinha se lançado contra mim no banheiro e acertou um soco direto no meu nariz. Minha cabeça foi para trás no impacto e acabei batendo ela por cima do vaso. Samuel esperou que eu revidasse, mas quando notou que eu não reagi, ele partiu para cima novamente com outros socos. Com a minha visão meio anuviada e com o sangue descendo do meu supercílio, eu não podia dizer com certeza quantos socos foram e quando eles pararam, só conclui que alguém impediu Samuel de continuar.
Fechei os olhos caído e apenas escutei quando ele gritou:
- POR QUE VOCÊ NÃO ME BATE? EU TÔ BEM AQUI! - rugiu a voz dele e de longe poderia culpá-lo. Eu queria que meu corpo sofresse, nada serviria de perdão para o que eu tinha feito. Nunca me perdoaria.
- Fica quieto, Sam. Eu te peço. Se você não parar, alguém vai nos achar - Letícia disse acalmando ele. Minha visão retornava aos poucos mesmo que vermelha. Me arrumei no chão encarando eles, mas sem demorar, me viraram de costas, jogaram-me no chão e amarraram minhas mãos. A mordaça veio logo depois. Colocaram meu corpo sentado em cima do vaso.
- O que fazemos? O que fazemos? Não contávamos com isso, na verdade não contávamos com nada! Será que deveríamos ter vindo mesmo? - Foi Samuel que assumiu o papel de acalmá-la segurando Letícia agora. Ele passava as mãos pelos braços e pelos ombros dela murmurando coisas em seu ouvido.
- Espera, pra tudo tem uma solução, menos a morte - proferiu Cidalice em seguida. Me encarou após isso. - Uma coisa que eu estou estranhando é ele. Não gritou nenhuma vez desde que chegamos, nem lutou contra Samuel. Tem algo de errado.
Todos me olharam em silêncio e olhei de volta.
- Por quê? Por que você tá desse jeito, seu filho da puta? - Samuel assumiu a dianteira do interrogatório. Removeram minha mordaça.
- MATARAM ELA! A MANU SE FOI! - falei o mais alto que pude apesar da minha voz sair rouca e desesperada. Sem acreditarem e pensando terem ouvido errado, todos tiveram uma reação confusa. Mas após dois minutos, Luana caiu no chão chorando de forma dolorida e Letícia foi atrás para ampará-la.
- Como assim? O que você tá falando? - insistiu Samu.
- Eu não vi mais ela. Mas escutei ela gritando depois que Khalil entrou no quarto e tinha muito barulho. Tentei lutar contra os guardas pra saber o que tava acontecendo. Mas eu não consegui... Eu simplesmente não consegui.
- Ah, não conseguiu, não conseguiu. Você matou ela. Não tem desculpas. Se tivesse nos ajudado, se não tivesse ido pro lado daquele babaca, ela ainda estaria viva! - minhas lágrimas desceram salgadas porque era exatamente aquilo. Não tinha nenhuma mentira.
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Nós Odiamos O Amor (CONCLUÍDO)
Teen FictionEra para ser mais uma festa normal, porém um desaparecimento aconteceu. Em Pelotas, Rio Grande do Sul, um grupo de seis amigos resolvem sair para badalar na cidade vizinha, mas somente dois retornam daquela festa. Samuel e Letícia vieram embora mais...