Capítulo 28

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Joana POV

O pesadelo era real quando adentrei na recepção do hospital com Jade ao meu lado. Seu pai já estava ali, pois veio com Eva na ambulância. Eu não sabia o que estava havendo, mas a julgar pela cara do homem, não era nada bom.

― Onde está a minha mãe, pai? O que está havendo? Por acaso ela já estava doente? ― Jade disparava sem dar tempo do homem responder, eu apenas a acompanhava.

― Eles a levaram para fazer alguns exames, filha. Venha comigo, sente-se, precisamos conversar.

Ele disse e puxou a filha para uma cadeira da sala de espera de luxo do hospital. Eu vi a situação e realmente sentia muito por eles, mas por algum motivo, eu não achei que deveria estar ali, aquela era uma situação familiar onde eu não me sentia encaixada.

― Jade, senhor Carvalho, eu devo ir embora. ― falei sem graça. ― Vou deixá-los a vontade.

― Não! ― Jade falou incisiva segurando meu braço. ― Não vai embora, Joana, por favor. ― pediu com olhos lacrimejantes.

― Fique, Bianchi. ― o homem falou. ― Minha filha vai precisar de você. ― me senti constrangida em sair dali, por isso assenti em concordância.

― Vou buscar água. ― falei para lhes dar um pouco de privacidade.

Eu precisava de reforço, tentei ligar para Larissa, mas a bateria do meu celular tinha acabado. Minha prima sempre tem uma boa saída para situações complicadas, mas infelizmente, não consegui falar com ela.

Saí por alguns minutos e quando voltei, Jade estava chorando abraçada ao pai, algo que ele tinha falado a deixou em prantos. Me aproximei lhes dando uma garrafinha de água quando o médico apareceu e eles levantaram urgentes.

― Boa noite, senhor Carvalho. A Eva está acordada e bem para a condição dela, vocês podem vê-la, um de cada vez.

― Pode ir, pai. ― Jade falou. ― Vou depois.

O homem seguiu o médico e me sentei do lado de Jade sem entender muito o que estava acontecendo, quando dei por mim, a mulher me abraçou chorando e eu apenas a reconfortei, era o que podia fazer.

― Beba mais um pouco de água. ― pedi e ela assim o fez.

― É o coração dela, Joana. Ela está morrendo. ― disse em soluços. ― Não me disseram nada, eu estava lá do outro lado do oceano, alheia a tudo enquanto minha mãe estava aqui por um fio.

― Eu sinto muito, Jade. Sinto muito mesmo. ― a abracei forte. ― Não podem fazer nada a respeito?

― Os médicos disseram que uma cirurgia pode resolver, mas há uma grande chance dela não sobreviver. ― falou com pesar. ― Mas se não fizer a cirurgia, terá apenas alguns meses de vida.

― Ah, Jade. Eu se eu pudesse te ajudar com algo, eu faria, sinto muito por você. ― Jade me soutou, sua aparência dava dó.

― Não sou forte o suficiente, não vou aguentar perder ela e você também, Joana.

― Jade, eu...

― Não me deixa, Joana, por favor. ― pediu baixinho. ― Eu te amo, não me deixa. Não agora.

Meu coração palpitou dentro do peito, comecei a ficar ansiosa com aquele pedido desesperado. Somar dor ao que Jade já estava sentindo não fazia parte dos meus planos, eu queria muito bem a ela e não podia fazê-la passar por mais essa decepção.

A olhei bem e pensei que não faria mal adiar o término por alguns dias, pelo menos até as coisas se acalmarem.

― Não pensa nisso agora, tá bom. Fique tranquila, não vou a lugar algum. ― falei e recebi um beijo inesperado. Foi um beijo de alívio pelo que eu havia dito misturado com gratidão.

É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora