Capítulo 12

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 — Eu meio que caí do sofá ontem à tarde enquanto tirava um cochilo. — 'por favor, não me pergunta mais nada!' Meu pensamento gritava. — Onde vamos?

— Vamos numa bakery, é num bairro vizinho. Ela pertence ao meu tio, você vai gostar. — falou, porém estava um pouco séria.

Tranquei a porta e saímos. Eu estava realmente ansiosa para saber o que aconteceria naquele dia.

Não demoramos muito para chegar no lugar. Era uma padaria estilo lanchonete que tinha um ambiente muito agradável. Ao chegarmos, algumas pessoas abraçaram Joana e em particular um senhor barbudo com uma boina com um forte sotaque do interior. O homem lhe deu um beijo na cabeça e deu para perceber que eles eram bem próximos.

— Cris, esse aqui é o tio Vicente. Tio, essa é minha amiga Cris.

— É um prazer, senhor. — disse estendendo a mão para o homem, mas ele me pegou de surpresa me dando um fortíssimo abraço.

— Seja bem-vinda minha jovem, você está com fome? Venha aqui que eu vou lhe servir algo. — Vicente falava uma coisa após outra nem me dando tempo de responder, ele era um senhor muito simpático.

Logo nos acomodamos numa mesa e o tio de Joana nos trouxe pão, suco, bolo e outras coisas das quais eu sei que não daríamos conta.

— Calma aí tio, somos só duas. — Joana disse sorrindo. ― Não vamos conseguir comer tudo isso.

— Ah, minha filha, você demora tanto tempo sem vir aqui que eu penso em te mimar mais pra ver se você volta mais vezes, nem que seja para comer a torta de maracujá desse velho aqui.

— Tá bom, tio, eu sei que estou em falta com você, mas meu projeto já está terminando e eu prometo que assim que acabar, virei aqui tantas vezes que você vai enjoar da minha cara feia.

— Da sua carinha linda, meu anjo, eu não enjoo nunca. — Disse e saiu.

Terminamos o nosso café da manhã, quando olhei para Joana e percebi que ela se tornou bastante séria, sabia que a hora da tão temida conversa estava chegando, quando enfim a vi suspirar.

— Cris, é... — ela deu uma breve pausa. — A gente conversou e eu te falei algumas coisas, mas...

— Mas? — perguntei com um pouco de medo.

— Mas não te contei tudo, tem uma coisa muito importante que preciso falar.

— Joana, você sabe que não tem que me dar satisfação da sua vida, não sabe? Você não tem que me falar nada se não tiver a fim. Eu já te falei que você não me deve nada.

— Verdade, Cris. Isso é verdade, mas aí é que está o problema. Por outros motivos não, mas por esse, sinto que te devo uma satisfação, aliás, eu sei que te devo satisfação.

— Ótimo, então fale logo, porque já estou nervosa.

— Eu sou noiva. — disse de uma vez me deixando sem reação.

Senti uma pontada no peito, meu coração acelerou e minha boca ficou seca, de repente me senti um pouco tonta. Respirei fundo e me encostei na cadeira e continuei sem falar uma única palavra. Eu estava em choque. Mil coisas passavam pela minha cabeça e uma delas era 'Eu juro que uma das primeiras coisas que perguntei a ela foi se ela era comprometida.' 'Como eu pude ser tão idiota?' E outra coisa que me ocorreu foi 'por que aquilo estava me afetando tanto?' E a verdade era que eu nunca teria me envolvido com alguém comprometido e certamente lutaria contra ela entrar na minha cabeça e no meu coração.

'Droga!' Não era para eu me sentir tão mal assim, ou era?

— Cris, fala alguma coisa. — mais uma vez suspirei, senti uma estranha raiva me dominando e nem podia fazer nada a respeito.

É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora