Capítulo 6

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Meu expediente começa às nove horas e largo às cinco da tarde.

O dia foi diferente porque pensei que estaria indisposta para trabalhar, já que fui dormir tão tarde a noite passada, realmente pensei que as horas demorariam a passar, mas por algum motivo me senti muito bem.

Estava tão envolvida com o trabalho que nem tinha visto quando chegou a mensagem que fiquei muito feliz em ter recebido, ainda bem que estava sentada, porque senti minhas pernas tremerem.

Início mensagem:

Joana – assunto inacabado.

Joana – te espero no nosso point.

Joana – vê se não esquece.

Fim mensagem.

 'Nossa, temos um point. Isso é demais!' Sorri meio boba.

O que gosto na empresa que trabalho é o vestiário que temos, como parte dos funcionários faz faculdade a noite, construíram um banheiro confortável com chuveiros para quem quiser, tomar banho antes de sair.

Como hoje estou particularmente com intenção de passar um tempo conversando com Joana, resolvi tomar um banho e caprichar no visual, me arrumar para encontrar com ela.

Me arrumei, peguei meu material e fui para a faculdade.

Cheguei na entrada da lanchonete e não sei como, tive e impressão que ela sentiu quando cheguei, foi eu botar o pé dentro do estabelecimento ela imediatamente me olhou, foi muito louco e mágico. 'Será que foi mágico mesmo ou estou fantasiando?'

Que lindo olhar, suspiro ao perceber isso e como se não bastasse ela ainda sorri, que sorriso, que boca, que trouxa eu sou. 'Seria um sonho poder beijá-la', meu pensamento gritou.

'Preciso me recompor.'

Não sei o que ela falou para o pessoal que estava com ela, mas assim que cheguei eles saíram.

— Oi. — falei ainda em pé ao seu lado, ela fez um pequeno bico com a boca como se estivesse pensativa. Eu quero muito conhecê-la para desvendar todas essas expressões que estou aprendendo a admirar.

— Oi, pode sentar. — segurou na ponta do meu polegar — Está com fome?

— Não, e você?

— Não estou, vamos dar uma volta então. Ainda tenho meia hora.

Meia hora não parece muita coisa, mas é melhor que nada.

Nos levantamos e saímos pelo campus da faculdade. Lá tinha um gramado enorme com muitas árvores e alguns bancos de madeira, o clima estava bom. Enquanto caminhávamos até lá, o maldito lençol entrou nos meus pensamentos e me senti envergonhada. 'Por que ela fez isso comigo?'

Eu a olhava, enquanto ela falava sobre o curso que fazia. 'Acho que estou ficando louca, agora não consigo parar de olhar para ela, pareço muito boba e não estou conseguindo entender direito o que está falando.'

— Então, senhorita Cris... — se sentou no banco e me perguntou. — Quais as suas reais intenções comigo?

— O que? — me sentei também, fiquei envergonhada.

— É isso mesmo, quero saber o que exatamente você pensa quando pensa em mim.

Eu devia mesmo estar descontrolada por querer dizê-la que minha intenção era me casar com ela, mas para isso precisaria conhecê-la melhor. Em todo o caso, preferi omitir a parte do casamento, por enquanto.

— Várias, quer dizer, a gente pode se conhecer.

— Se conhecer? — ela perguntou sorrindo. ― Entendi, e depois disso? ― Joana estava muito sugestiva e se mantinha bem próxima a mim.

— Depois talvez a gente possa, é... — se aproximou e engoli seco. ― Quer dizer, talvez a gente possa se beijar. ― achei que seria impossível essas palavras saírem da minha boca, mas simplesmente aconteceu, não consegui evitá-las.

Joana que estava sorrindo, mudou seu semblante para sério, ela segurou meu braço me puxando para mais perto dela, com a outra mão passou pelo meu rosto e pousou em minha nuca guiou minha cabeça até ela nos fazendo sentir a respiração uma da outra. 'Vamos nos beijar!' Pensei. Esperava terminar a nossa conversa com um beijo de despedida, mas aparentemente as coisas se inverteram, sorte a minha!

'Que mulher é essa?' me olhou nos olhos e enfim, me beijou pela primeira vez. Nosso primeiro beijo.

Encostamos nossos lábios a princípio como se estivéssemos apenas nos conhecendo, mas felizmente, não precisamos de muito tempo para percebermos que nos encaixávamos perfeitamente.

Eu estava ansiosa, acelerada, meu pequeno e trouxa coraçãozinho batia como doido, meu rosto queimava igual fogo, eu devia estar super vermelha naquele momento.

O beijo que começou apenas com leve toque de lábios, agora parecia uma deliciosa batalha de línguas. Fomos parando aos poucos para tomar fôlego e encostamos nossas testas respirando tranquilamente.

— Acabamos nosso assunto inacabado? — perguntei ainda ofegante.

— Mas nem pensar, nosso assunto só acabou de começar. — falou e dessa vez eu que sorri. — Nossa! Que sorriso gostoso você tem.

— Obrigada, seu sorriso também é lindo.

— E você tá tão cheirosa. — ela disse e comemorei por ter caprichado.

O celular dela tocou com mensagem novamente.

— Você precisa mesmo ir? — falei segurando sua mão, mas tentando não parecer desesperada.

— Tenho que ir, é sério. — respondeu fechando um pouco um dos olhos.

— Porque você sempre sobe bem antes de começar as aulas?

— Estava mesmo prestando atenção, não é? — perguntou me fazendo corar novamente — Vem ver você mesma. Vem comigo!

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É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora