Capítulo 4

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Minha chefe voltou da viagem e estava bem mais tranquila e simpática, ela deveria sorrir mais, tem um belíssimo sorriso. Gosto quando ela está bem-humorada, aliás, será que é ela mesmo que está de bom humor ou sou eu?

Hoje foi difícil me concentrar no trabalho, mas fiz o meu melhor.

Essa noite sonhei com Joana novamente. Eu tenho que parar com isso, ela está quase virando um vício para mim ter o mesmo sonho toda a noite, tive que tomar um banho frio para conseguir dormir.

Fucei o Instagram e consegui achá-la. Revirei suas publicações para ver se era comprometida e para minha surpresa, ela tinha foto beijando várias meninas, cada semana era uma diferente, não eram fotos do tipo comprometedoras nem nada, poderiam ser apenas amigas que se beijam, mas o fato era que ela sempre estava acompanhada. Apesar de não ter publicação dela no último mês.

Fiquei um pouco irritada, ela fazia mesmo o estilo cafajeste e eu precisava saber se era de verdade mesmo ou apenas aparência. Eu sinceramente estava com vontade de investir, mas precisava saber se ela era alguém para se envolver ou era alguém que apenas gostava de se divertir.

De hoje não passa, a demora é eu vê-la, vou saber tudo o que quero saber sobre ela, afinal, eu sou uma mulher ou uma casquinha de sorvete? Preciso ser corajosa e vou ser.

Minha nossa, ali está ela, sentada numa mesa da lanchonete. Aquele pessoal parece ser tão inteligente e ela também deve ser, apesar de não ter cara de nerd, ela só senta com eles e todos aqueles livros.

Vou falar com ela, farei isso agora mesmo. Eu vou, eu vou, agora. Saí em direção dela e... não, eu não vou.

Passei direto para o balcão. Parece que sou uma casquinha de sorvete então.

— O senhor pode me dar uma fatia de torta da casa, por favor. — Espera aí, quem está falando? Não, não fui eu quem falou, a voz veio de trás de mim. — E dessa vez eu não abro mão do meu pedaço.

Reconheci a voz e me virei.

— Joana?

— Esse é o meu nome. — falou sorrindo me deixando em suspenso — Ah, e eu pedi primeiro tá? Então se só tiver um pedaço, ele é meu.

— A gente pode dividir. — falei e senti novamente meu rosto formigar.

Joana riu apoiando o cotovelo no balcão e levando a mão ao rosto me olhando. 'Que droga! Não consigo disfarçar quando estou embaraçada, sempre fico tão vermelha.'

— Não ia falar comigo?

— Como é?

— Você passou do meu lado agora mesmo e me ignorou, não sabia que era dessas. ― falou em tom de protesto.

— Eu não te vi. — menti, achei melhor do que dizer que não tive coragem.

— Você me viu sim, eu vi que você me viu. — porque ela estava fazendo isso comigo?

— Olha aqui moça, sua torta. ― o senhor viu que eu estava do lado dela. ― Vão querer mais um?

— Joana! — a chamaram como da primeira vez — Vamos!

— Eu não vou querer, pode deixar esse pedaço para ela e traga também um suco de laranja, por favor.— Joana disse para o homem. — Eu vou indo Cris, a gente se esbarra por aí. — ela falou dando um pequeno tapa no balcão e saindo de perto de mim.

— Espera! — segurei em seu braço. — Quero falar com você — ela me olhou surpresa, não a culpo, eu estou surpresa com minha atitude. ― Quer dizer, podemos conversar um instante?

Com vergonha ou sem vergonha eu não iria deixá-la sair assim, não sem ter pelo menos, algumas informações.

— Joana, a gente tem que ir. — insistiam.

Ela me olhou, olhou para eles, me olhou novamente, deu uma leve mordida no lábio inferior.

— Vão na frente, alcanço vocês daqui a pouco.

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Qual serão as intenções da Joana com a Cris?

Tomara que as melhores!

É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora