Capítulo 17

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 — O que tá dizendo não faz sentido, Joana. — Falei chorando, não consegui evitar. — Há minutos atrás você disse que gostava da sua noiva e agora vem dizer que está apaixonada por mim? Como quer que eu acredite em você?

— Ei, não chora. — ela falou meio apavorada ao me ver chorar. — Por favor, Cris, não chora.

— Como não? O que quer que eu faça com essa informação que acabou de me dar? O que você quer que eu faça, Joana? Por que tá me contando isso agora? — As perguntas saíam atropelando umas às outras enquanto Joana pacientemente me esperava terminar de falar.

— Porque quero que você fique comigo. — respondeu me deixando confusa.

— Como é? Você quer ficar com as duas?

— Não, eu quero ficar com você, só com você, Cris. — Ela confessou calmamente ficando bem próxima a mim. — Eu gosto de Jade, mas nunca estive apaixonada por ela, eu juro. — Seus olhos se fixaram nos meus e minhas lágrimas pararam. — Nem por ela, nem por ninguém até agora, até conhecer você.

— Nunca? — perguntei com as emoções embaralhadas e Joana deu uma pausa antes de me confirmar.

— Nunca. ― suspirou. ― Não planejei isso, não planejei me apaixonar, apenas aconteceu e foi inevitável. É por isso que eu não posso simplesmente te deixar ir. — Disse levando sua mão até meu rosto, se aproximando mais e mais.

Joana me olhou relutante como se decidindo se daria ou não o próximo passo, até por fim, colar seus lábios nos meus de forma delicada como se pedisse permissão para continuar. Em meio a confusão mental que eu me encontrava, correspondi ao seu beijo de forma sutil e só aí percebi o tamanho da saudade que eu sentia daqueles lábios. Ela deu a volta na minha cintura com seus braços e me abraçou forte contra si, como se sentisse tanta saudade quanto eu. Seus lábios passaram a beijar meu pescoço com apenas leves toques, sem excesso, sem pressa, mas foi o suficiente para me deixar com as pernas bambas. Joana voltou novamente sua atenção para os meus lábios me beijando de forma menos contida e nesse momento aconteceu algo surpreendente, consegui racionalizar, mesmo diante de toda aquela emoção e desejo.

Simplesmente interrompi o beijo colocando as mãos nos ombros de Joana a afastando de mim.

— Não podemos. — Falei e internamente me senti orgulhosa de ter sido forte, de dizer NÃO.

— Desculpa, por favor, desculpa, você está certa. — Concordou se afastando. ― Merda! ― a ouvi praguejar baixinho em tom de arrependimento.

— Você se declarar apaixonada por mim não muda o fato de que ainda é comprometida.

— Sim, é verdade. ― ela se aproximou novamente e tinha uma expressão séria. ― Quero que saiba o quanto é sério o que eu te disse. Quero ficar com você, Cris. Quer dizer... ― ela gaguejou e passou a mão nos cabelos de forma envergonhada. ― se você quiser ficar comigo, mais tarde vou conversar com Jade, contar o que está acontecendo e dizer que não poderemos mais ficar juntas.

— Você vai terminar o noivado, Joana? ― perguntei, eu queria ter certeza. ― Está segura que é isso que quer? Pode ser que depois não tenha mais volta.

— Cris, a maior certeza que eu tenho no momento é que quero ficar com você. ― ela segurou minha mão. ― Mas se houver uma chance de você ficar comigo, não vai fazer isso se eu ainda estiver comprometida, vai? — Neguei com a cabeça. — Então eu vou terminar com ela sim.

— E quando será isso?

— No final da tarde, ela estará em casa, aí eu faço uma videochamada para conversarmos... ― nessa hora eu me desarmei e abracei joana me pendurando em seu pescoço.

É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora