JOANA POV
— Daqui a uma hora e vinte minutos você dá para ela os comprimidos que deixei separados, são o cor-de-rosa e o branco, entendeu? — Amira me dava instruções antes de ir para seu plantão.
— Entendi.
— E não esqueça que ela tem que beber muita...
— Muita água, Amira, eu entendi tudo o que você disse das outras quinze vezes que falou. — sorri com seu excesso preocupação. — Vou cuidar direito da sua amiga.
Amira suspirou se dando por vencida, ela realmente não queria sair e deixar Cris em casa, mas eu estava lá e Cris estava melhorando muito rápido. As únicas recomendações para a doente eram repouso, antialérgicos e hidratação, ou seja, não havia necessidade dela faltar o dia de trabalho.
— Tudo bem, Joana. Eu realmente tenho que ir, mas me ligue se algo acontecer.
— Prometo que ligo.
Amira finalmente saiu. Eu não entendo muito bem esse negócio de faculdade de medicina, mas pelo que parece, Amira já está em fase de especialização, por isso fica muito tempo no hospital e já pode dar consulta. Enfim, fico feliz que ela e Cris sejam tão amigas, é bom termos por perto alguém que se importa de verdade. Cris tem Amira, assim como eu tenho Larissa.
Tranquei a porta e fui dar uma olhada na minha namorada, chegando no quarto vi que ainda estava dormindo. Não sei que tipo de remédio é esse, mas ela mal consegue ficar acordada. Tenho vontade de deitar com ela um pouco, mas prefiro não fazer isso porque estou bem cansada, se eu me deitar agora, posso perder a hora de dar seus remédios.
Já são mais de cinco horas da tarde, vou fazer alguma coisa para jantarmos, assim fico ocupada e esperto o sono. Mesmo porque, depois que Cris tomar esses remédios, ela provavelmente vai voltar a dormir, então eu vou poder descansar também.
Fui até a cozinha e abri a geladeira, tamanha foi a minha decepção ao ver apenas leite, iogurte e suco de caixa. Sem frutas, legumes ou algo do tipo e no freezer só tinha sorvete. Fui olhar no armário com a esperança de encontrar algo que dê para preparar e só encontrei cereais. Elas vivem de fast-food? 'Poxa, Cris, assim você não me ajuda'. Falei para mim mesma quando ouvi a campainha tocar e fui abrir a porta.
— Fala, Vida! — Larissa disse ao entrar acompanhada do senhor que trabalha na portaria do prédio, ambos estavam com as mãos cheias de sacolas de supermercado.
— Porra, Larissa, você leu meus pensamentos?
— Eu sempre leio, amor. — respondeu.
O homem colocou as sacolas na cozinha e Larissa o despediu com uma gorjeta e um sincero agradecimento.
Fui ver o que ela trouxe e tinha tudo o que eu queria que tivesse. Frutas, legumes, arroz, temperos... fiquei tão grata por ela ter feito isso, na verdade, nem sei porquê ainda me surpreendo com as coisas que Larissa faz, ela sempre está por perto nos melhores e nos piores momentos, é a melhor amiga que alguém pode ter.
— Imaginei que você iria querer fazer algo para jantar e da última vez que vim aqui, percebi que se alimentavam à base de pão e cereais, por isso saí mais cedo do trabalho para comprar essas coisas. Também fui na sua casa, alimentei seu cachorro e te trouxe roupas limpas e uma escova de dentes nova.
— Você pensa em tudo. — disse lhe dando um abraço apertado. — Isso é incrível, Larissa. Você é incrível!
— Claro que sou. — falou convencida. — Você prepara o peixe e a salada, eu faço o arroz e o suco e a que terminar primeiro coloca a mesa, certo?
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É FÁCIL TE AMAR
RomanceEssa fic tem os nomes dos personagens baseados na série Skam da Espanha. As protagonistas serão as universitárias Cris Soto Peña e Joana Bianchi. Cris é uma garota que tem dificuldade para se relacionar com as pessoas por causa da sua timidez até um...