Capítulo 1

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Essa vida de trabalhar e estudar é uma loucura, mas eu também sei que se a gente pretende crescer, não é legal contar com a sorte, quanto mais batalharmos menos impossível pode se tornar nossa garimpada para o sucesso e uma forma inteligente de batalha é o estudo.

Hoje o dia foi dureza, atender as exigências da minha chefe não foi nada fácil, mas acabei dando conta, não sei porque, mas ela sempre parece estar de mal humor para mim. Estava tão cansada fisicamente quanto psicologicamente que eu nem tive vontade de ir à faculdade hoje.

Vamos lá Cris, coragem! É o que digo para mim mesma todos os dias que largo do trabalho e quero ir para a minha casa e não à aula. Bem, pelo menos eu tenho três bons estímulos para não faltar as aulas. O primeiro: estou pagando, se eu faltar estarei jogando dinheiro fora, segundo: só falta um período para terminar, pelo amor de Deus, nadar para morrer na praia não é muito inteligente e terceiro: ela, a moça linda da turma de engenharia com quem eu nunca falei, mas por algum motivo sempre tem estado nos meus sonhos.

Suspiro.

Será que algum dia eu terei coragem de falar com ela? Ou será que é possível o destino me dar uma forcinha para me jogar perto dela? São muitas perguntas e infelizmente eu não sou corajosa o suficiente para abordá-la.

Hoje ela estava com aquela turma de nerd da engenharia eletrônica, estava usando óculos de grau, eu nunca a vi usando óculos de grau. Será que ela só usa para ler? Como eu queria conhecê-la pessoalmente. 'Minha nossa! Mulher, sai da minha cabeça'!

Cheguei cedo e fui fazer um lanche, na frente da faculdade tem uma lanchonete que vende uma torta salgada maravilhosa que amo comer com suco de laranja e algo incrível aconteceu.

— Senhor, tem torta salgada da casa? — perguntei e me assustei porque ao mesmo tempo outra pessoa fez a mesma pergunta, com as mesmas palavras, as mesmas pausas, como seria possível?

Ao olhar para trás o que eu vi me deixou trêmula, era ela, eu a olhei como se estivesse assustada, não sei, mas acho que ela notou meu nervosismo, tentei disfarçar, mas acredito que não tive sucesso.

Ela sorriu, que sorriso! Caramba, que sorriso!

Opa! Pera aí, eu tinha que me situar, respirar e tentar não fazer papel de boba. Sorri de volta, um sorriso mais de nervoso do que de simpatia.

— Desculpem, moças, eu só tenho uma fatia. Qual de vocês vai levar?

— Pode dar para ela. — ela disse simpática.

— Não, não, quer dizer... — tentei falar alguma coisa, nem sei o que, estava confusa quando ouvimos uma voz de fundo a chamando.

— Joana! —ela se virou para olhar— Vamos! — seus dois amigos se levantaram para ir embora.

Ela se virou de volta para mim e falou.

— Tchau — colocou a mão no bolso do jeans e ameaçou dar as costas, mas me olhou novamente para falar — Bom apetite! — depois saiu.

Uauuu, eu gelei. Como ela é linda pessoalmente, quer dizer, ela tem uma voz um pouco rouca, seu sorriso é assimetricamente lindo, ela ri mais com um lado da boca do que com o outro e parece tão gentil.

Agora sei seu nome, Joana.

Minha fome até passou, mas vou comer essa torta mesmo assim, só porque minha crush abriu mão dela por mim.

Agora me lembrei da primeira vez que a vi, foi há anos atrás quando pegamos aquele elevador lotado e ele quebrou entre os andares, ela estava de lado e eu de frente para ela, a olhava com curiosidade medindo cada detalhe do seu perfil. Normalmente eu não faria isso, mas o elevador estava lotado e ninguém estava prestando atenção mesmo.

Desde aquele momento ela passou a ser minha ilusão de relacionamento, cada vez que pensava em me relacionar com alguém, essa pessoa tinha a imagem dela.

Quer saber? Estou me sentindo corajosa agora, vou me apresentar na primeira oportunidade que eu tiver.

Eu vou sim!

É FÁCIL TE AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora