Narrador
Joana pôde sentir o corpo de Jade quente como fogo, sua boca vermelha como sangue, a tensão no seu corpo era grande, ela estava fazendo exatamente o que de melhor sabia fazer e era para ela estar se sentindo nas nuvens.
De um súbito, seus pensamentos a levaram à pessoa a quem ela mais gostava na atualidade, mais que isso, ela a amava. Sim, há poucos dias havia confessado seu amor a uma loirinha nerd que havia virado sua vida ao avesso. Nunca havia se apaixonado antes, muito menos se declarado para alguém da forma que fez, o que fazia sua atitude atual ser a mais estúpida de todas as burrices que já havia cometido até hoje.
Não era assim que se agia com alguém que se ama, não mesmo.
Sentiu as pernas da mulher a enlaçar a prendendo mais ao seu corpo quando teve um lampejo de bom senso, deu um pulo da cama se desprendendo dos braços da outra de forma abrupta, a olhou sentindo seu cérebro latejar, seu peito subir e descer de forma desordenada e um sentimento de culpa enorme que a atormentava mais que tudo, ela só conseguia pensar numa pessoa... Cris.
Sim, ela sentiu que já atingiu sua cota de babaquice para o resto da sua vida apenas com a atitude dos últimos minutos.
Jade a olhou boquiaberta,não acreditava no que estava acontecendo, ela se mantinha deitada, apoiada nos seus cotovelos olhando a mulher estática à sua frente.
— Eu não posso!
— Está de brincadeira comigo, Joana? — perguntou se sentando, estava visivelmente indignada.
— Não estou brincando, Jade, eu simplesmente não posso.
— É sério? — a mulher entreabriu a boca, não acreditava no que estava acontecendo.
— Sou comprometida agora e ela não merece isso. — afirmou mais para si mesma do que para qualquer pessoa.
— Tarde de mais para arrependimento, não acha? — perguntou elevando sua voz. — Ou você acha que não a traiu?
— É, pode até ser tarde de mais, mas prefiro parar por aqui. — Joana se moveu à lateral da cama para pegar seus sapatos.
— O que pensa que está fazendo? — a mulher perguntou se levantando da cama. — Joana suspirou antes de responder, queria ordenar seus pensamentos.
— Vou embora, ligo para o seu pai mandar alguém vir para ficar com você. — disse ao se calçar.
Jade rapidamente vestiu seu moletom e correu para a porta a trancando.
— Não, você não vai! — falou taxativa ao bloquear a passagem de Joana. — Quem você pensa que é para me rejeitar desse jeito, Joana? Quem você pensa que é? — ela gritava cada vez mais, estava indignada. — Ainda mais por uma garota que você conhece há dois minutos.
— Jade, por favor, não complique as coisas, vai ser melhor assim. — pediu tentando manter a calma, ela sabia que Jade não estava nos seus melhores dias.
— Melhor para quem? Para você? — ela falava transtornada indo até joana. — Melhor para ela? E eu fico como? Sozinha? — agarrou seu braço sem intenção de soltá-la. — Estávamos de boa na cama há pouquíssimo tempo e do nada você muda de ideia me deixando sozinha, tem ideia de como isso é humilhante?
— Eu sei, Jade, não é certo fazer isso, me desculpe. Eu sinto muito mesmo, não deveria ter cedido. — falou se desvencilhando do aperto da mulher que ainda estava apenas de calças, com a parte de cima do corpo descoberta.
— E cedeu por que, Joana? Por pena? Pois fique você sabendo que não preciso de sua piedade. — o furor da mulher a fez se desmanchar em lágrimas. — Se tinha a intenção de me humilhar, parabéns, você conseguiu!
— Não, claro que não, Jade. Não foi por pena. — se justificou lamentando ter que magoar alguém. — Não era minha intenção te humilhar, eu juro.
— E POR QUE FOI? — Gritou perto do rosto de Joana.
— Eu preciso mesmo ir... — tentou passar mais uma vez e foi barrada.
— Agora você vai falar, vamos, diga! — falou autoritária, quase num desespero.
— Porque você uma mulher maravilhosa, lindíssima. — falou sincera e a mulher deu um passo para trás a olhando surpresa. — Eu fui fraca, sua beleza me desmontou, não é muito fácil resistir a você, além do mais, está sensível, o que me fez querer te cuidar. — a cada palavra que falava, a raiva de Jade parecia ceder mais um pouco. — Daí vieram lembranças de quando estivemos juntas, foram bons momentos, senti vontade de revivê-los. E você realmente sabe como envolver alguém, Jade. É quase impossível resistir a você.
A mulher a olhou se afastando um pouco mais, pegou seu top para o vestir, logo em seguida se sentou na ponta da cama, ainda tinham lágrimas nos seus olhos.
— Mesmo assim quis parar. — sussurrou derrotada arrumando seus cabelos. — Por quê?
— Porque o que tenho com a Cris é para valer.
Ao ouvir isso, Jade se levantou vagarosamente e foi até a porta a abrindo.
— Sai daqui, Joana! — estava brava e se sentia magoada.
— Vou ligar para o seu pai primeiro. — afirmou.
— Sai da porra do meu quarto! — falou quase num grito.
Apesar de querer muito sair dali, Joana se moveu até a saída com relutância, depois do que tinha acontecido, temia em deixar a mulher sozinha e ela fazer alguma tolice, mas a deixou mesmo assim.
Ligou para o pai de Jade avisando que a tinha deixado sozinha e saiu em disparada daquele lugar.
Sua cabeça estava há mil, ainda não sabia se seus últimos atos haveriam consequências e isso a preocupava, mas agora já era, já tinha feito, só lhe restava prestar contas dos seus atos.
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É FÁCIL TE AMAR
RomanceEssa fic tem os nomes dos personagens baseados na série Skam da Espanha. As protagonistas serão as universitárias Cris Soto Peña e Joana Bianchi. Cris é uma garota que tem dificuldade para se relacionar com as pessoas por causa da sua timidez até um...