Capítulo 6 - Desert Rose

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Aquela manhã de domingo foi inesquecível, embora não mais que uma tarde de sol, silenciosa e agradável sobre o mar... Eu e Diana estávamos vivendo o nosso momento, um instante no tempo em que nos uníamos cada vez mais. De frente ao mar, começamos nossa "Carreira das Índias" do amor.

Ligados pelo mar, ainda não sabíamos que seria sobre ele, a definição de nosso destino. Com o som das ondas a quebrar mais abaixo, naquele rochedo, admirávamos o horizonte, desejosos de que nossos dias juntos fossem eternos. Mas, como todas as coisas boas da vida, o tempo correu contra nós.

Olhando no relógio, Diana se assustou com a hora já avançada. Se eu quisesse que o tempo passasse logo, era apenas estar junto dela para isso acontecer...

— Amor, eu preciso voltar.

— Mas, já? Parece que chegamos agora.

— Infelizmente... Até parece que o tempo está contra nós Gui.

Eu me entristeci ao ouvi-la dizer, visto que seria impossível revê-la tão cedo, exceto se sua família retornasse na semana seguinte. Sabe aquela sensação de que seu mundo passa a ficar cinza e a sombra da saudade, da solidão, começa a se formar?

Imaginei os dias da semana como se eu fosse um condenado, tendo que voltar à prisão após a saída temporária. Abracei-a não só porque eu já a amava, mas, porque eu não queria me desprender dela. Senti quando sua mão enxugou os olhos e isso me fez apertá-la mais contra mim.

Também verti as minhas e arfei. Completamente lavados estavam nossos rostos ao nos afastar. Então, com aqueles olhos como que de água-marinha, Diana me tranquilizou.

— Amor, durante a semana, nós vamos conversar por telefone viu? Pelo menos assim, a saudade driblaremos.

— Vai dar certo?

— Sim! Claro que vai!

Animei-me diante do sorriso confiante de Diana, que me deu forças para suportar aquela despedida.

— Então tá! Vamos ligar após a meia-noite, quando todos já estiverem dormindo! – falei empolgado.

— Ótimo! As noites serão nossas!

— Sim, minha linda, nossas madrugadas de amor...

A morena agarrou-me e beijou-me como se o fim do mundo estivesse à nossa porta, aguardando. Enlaçados ao som do vento e das ondas, senti não apenas o calor do sol a nos banhar, mas a temperatura de nossa chama subir. Logo, o desejo se fez e, confesso, ignorei tudo a minha volta.

Se continuássemos, teríamos problemas e Diana percebeu isso, tendo mais controle sobre si. A mão dela em meu peito e seu olhar carinhoso era um sinal que a acompanharia dali em diante. Isso era o aviso para arrefecer-nos de nossos desejos mais íntimos.

Embora, como homem, eu não gostasse totalmente, agradeci por ela ter mais comedimento. Contudo, isso não foi suficiente para evitar o que viria a ocorrer adiante...

Voltamos andando pela areia de praia. Tirei o tênis e ela sua sandália, molhando os pés naquela água salgada que seria testemunha de algo especial para nós. Quando retornamos ao local do encontro, diante do restaurante, já aberto, deixei meu calçado cair ao chão e a abracei numa longa despedida.

Seu cheiro, os cabelos negros a me envolver e o gosto de seu beijo tinham de permanecer em mim por muito tempo, imaginei. Queria que cada pedacinho dela ficasse impregnado em corpo e na minha alma. Então, a boca de Diana tocou minha face molhada de lágrimas.

Isso me surpreendeu e, com dificuldade na voz, perguntei:

— O que está fazendo?

Após mais uma vez "provar" de mim, Diana sorriu e respondeu:

Desert RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora