Enquanto Ana assumia o protagonismo na história, sem ser convidada, Wolf iniciava um movimento dentro da Triton. O alemão, ofendido novamente pela minha traição, finalmente uniu a família, mas contra mim. Diana e Martha não tinham porque estar ao meu lado.
Traí as duas, seja por relacionamento no primeiro caso, seja por amizade, no segundo. Ingrid já não gostava de mim mesmo e Bertha, bem, menos ainda... Assim, a família Niechtenbahl queria me ver longe, porém, isso se ampliou e a culpa, indiretamente, recaiu sobre Ana.
Em seu plano maquiavélico, a garota convenceu Andrea a se reaproximar de mim, o que não passou batido. De Diana até minha mãe, de alguma forma, todos acabaram descobrindo que a ruiva voltara a me ver. Logicamente, Mauro também...
Mesmo repreendendo-a, o chefe dos Ruiter não tinha poder para dominar a filha. Pelo que já conhecia de Andrea, nem mesmo a mãe teria tal força. A ruiva era uma garota que tinha luz própria, ousada e forte. Quando Ana me falou sobre ela estar no quarto, trancada, algo me veio à mente.
Se Andrea poderia enfrentar qualquer um por aquilo que acreditava, acabar em uma situação como aquela, só denotaria uma coisa: seu ponto fraco era eu. Isso me preocupou muito, por ser tão independente, o que me colocaria em sério risco.
Andrea poderia lutar até o fim por mim e isso seria uma disputa desigual com Diana. A ruiva teria menos a perder nessa batalha e minha princesa de olhos azuis já havia mostrado não ser tão forte assim...
Obviamente tudo dependeria de minha decisão ao final, mas as coisas não são tão práticas quanto se imagina.
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Mauro, ao saber que sua filha mais velha voltou a me ver, se reuniu com Wolf. Os dois iniciaram um movimento na marina para acabar com a história, que se espalhara. Os comentários envolvendo meu caso com suas filhas chegaram à direção do local. Isso, de certo modo, não era problema algum.
Todavia, muitos dos clientes se conheciam e conviviam, seja no local ou na capital. Os boatos começaram a circular e isso preocupou alguns mais "precavidos" com suas filhas. Eu havia me tornado o "grande vilão" ao incomodar dois dos clientes da marina.
Wolf e Mauro pressionaram para que minha entrada no local fosse proibida, o que deveras ocorreu. Contudo, eu continuava a ter Andrea em minha presença e os Ruiter a me detestar por isso. A ruiva ainda me surpreendeu um dia, ainda no começo de janeiro.
Ao chegar à casa de Felipe com mala e duas bolsas, a garota simplesmente mudou-se para o local, ainda que em contragosto do proprietário. Não sei o que disse ao primo, mas o convenceu a deixá-la ficar. Nessa altura do campeonato, Martha já havia se distanciado do rapaz.
— Gui, eu ficarei aqui um tempo, porque não dá pra conviver com meus pais.
— Dea, o que fará se eles te pressionarem a voltar?
— Não mandam em mim.
— Sim, isso eu já percebi, mas digo, como vai se manter aqui?
— O Fê vai me ajudar, assim como ajudará você. Também não tenho medo de trabalhar não, viu? Se precisar, amanhã mesmo saio para procurar um emprego.
A atitude de Andrea era surpreendente para mim, pois, uma garota rica como ela, jamais se disporia a buscar trabalho como uma jovem pobre, em necessidade realmente.
Isso era algo que fazia a "ilusão", que eu havia gerado, em algo mais crível. Se minha mente e coração não estivessem em Diana, tudo seria mais fácil. Assumiria Andrea como minha namorada e, possivelmente, até mesmo como mulher. Ela me atraía muito por seu jeito de ser, sua vivacidade.
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Desert Rose
Teen FictionGuilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma g...