Na segunda-feira, dia 9 de maio de 1994, liguei para Diana. Decidi resolver minha vida e era esse o motivo de ter voltado. Logo após levantar e tomar café com Felipe, sentei no sofá da sala, disquei o número da casa dela em São Paulo e aguardei.
Lourdes, a empregada dos Niechtenbahl, atendeu e chamou Diana, que estranhamente ainda estava em casa naquela manhã. O motivo era que, naquela ocasião, fazia o primeiro semestre de Medicina, como planejara antes de me conhecer. Pouco entusiasmada, começou a conversa.
— Diga Guilherme.
— Diana, ontem não foi um dia fácil para mim.
— É mesmo? E para mim? Não sabe como fiquei?
— Como você ficou?
Após uma pausa, a morena respondeu.
— Fiquei muito triste em ver você ontem após meses sem dar notícias.
— Perdão. Fui um tolo.
— Sei disso, mas meus pais me seguraram naquele restaurante até você aparecer para conversar. Estava muito cansada e ainda não pude acreditar quando te vi lá.
— Ainda mais no dia das mães...
Nesse momento, meus olhos começaram a ser invadidos pelas águas.
— Não foi um dia fácil para mim Gui.
"Gui", a abreviação carinhosa de meu nome fez brotar as primeiras corredeiras. Havia ainda algum amor por mim, naquele coração maltratado? Um fio de esperança? Arrisquei para descobrir.
— Di, aconteceram coisas ontem.
— Você fala dela?
— Dela? De minha mãe?
— Guilherme, você está brincando com minha cara?
— Diana, me diz você? Estou?
A jovem compreendeu que realmente eu não sabia o que ela dizia.
— Vi nos olhos dela, quando me encarou. Você está com aquela garota?
A ficha caiu... Claro, Diana estava se referindo à Maria Clara e agora sabia que não passara despercebida à ação da moça.
— Não Diana, não estou com a Clara. Ela é somente uma amiga.
— Clara? Então esse é o nome dela? Bem, se ela não está com você, gosta muito de ti.
— Por que diz isso?
— Ela me encarou e ficou nervosa. Posso dizer mais?
— Não.
— Melhor assim. Entretanto, o que você disse mesmo, sobre ontem?
Diana estava indigesta naquela manhã. Conjecturei que se contasse outros detalhes, ela desdenharia. Minha imaturidade, perto dos 20 anos era enorme e deixei que meus pensamentos ruins dominassem a razão.
— Nada Diana. Não aconteceu nada além de nosso encontro.
— Então tá! Era só isso?
— Não, você sabe. Como está Leonor?
— Bem.
— Que ótimo! Penso nela diariamente.
Imediatamente ao dizer, lembrei de Andrea e novamente as lágrimas desceram.
— Pensei haver esquecido dela.
Comecei a chorar ao telefone, mas não só por minha pequena Leonor, da qual me ausentei por meses, mas da ruiva.
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Desert Rose
Teen FictionGuilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma g...