O almoço naquela casa dos Ruiter foi ótimo. Diana estava feliz pela presença da irmã, que não só trazia muitos de seus pertences, mas a esperança de um dia retornar para casa. Bem, não exatamente nesses termos.
Grávida de minha filha, Diana sabia que teria de ter seu próprio lar logo mais, mas naquele momento, sabíamos também que isso seria muito difícil. Martha, agora envolvida pela presença de Felipe, não se demorou, mas prometeu retornar logo.
Andrea, solícita como sempre, ajudou a organizar as coisas de Diana, trazidas pela irmã loira. Felipe me abordou junto à piscina e perguntou:
— Gui, você conhece Martha há muito tempo?
— Não muito, mas já passamos um fim de semana juntos...
— Como é?
Notei a súbita mudança em seu semblante, um indicativo claro de seu interesse por ela. Ri ao observar a expressão dele e expliquei.
— Calma! Ela levou Diana até Peruíbe e fui me encontrar com as duas. Ficamos na casa de uma amiga delas e foi ótimo.
— Ah! Tá! Entendi...
Felipe riu e ficou mais confortável ao saber da verdade.
— Então, se você quer saber como ela é, posso dizer.
— Meu! Desembucha...
— Tá! Então... No começo, pensava que a Tata era tipo os pais dela... Arrogante e tal. Todavia, foi uma impressão errada cara. Ela é muito o oposto disso... Como se ajudar fosse a missão dela, sabe?
— Show! Contudo, o que ela gosta de fazer?
— Olha, conversamos muito por telefone, quando a mãe impediu Diana de ter contato comigo. Ela é ótima e em alguns momentos, falou dela própria, sabe?
— O que ela disse?
Olhei para a outra borda da piscina, onde Diana conversava com Andrea na água.
— Então, não dá para contar tudo dela, mas assim, está sozinha e, olha só, merece um cara como você.
— Você acha?
— Claro! Você observou o elogio dela para ti. Quando ela voltar, vocês conversam mais e será contigo. Entretanto, no que depender de mim, te ajudarei. Falarei com Diana sobre isso. Parece que ela até sabe do nosso assunto, olhe lá...
Enquanto falava com ele, notei que minha namorada mirava em nós e, pelo semblante, imaginava o assunto, afinal, notara o interesse de Felipe por Martha. O rapaz olhou para a morena e acenou. A jovem alemã devolveu e sorriu, movendo levemente a cabeça, insinuando saber do assunto...
— Você está certo. Ela sabe...
— Irmã, né? Conhece bem a outra.
— É... Agora só penso em ver aquela loira de novo...
— Quanto a isso meu amigo, não se preocupe, enquanto Diana estiver aqui, será presença constante...
Não devia ter dito isso. No entanto, naquele momento, não sabia haver planos já elaborados e que as coisas iriam mudar... Felipe olhou-me e sorriu, mirando a seguir nas águas da piscina. Como sempre fazia, seu silêncio e o "transe" momentâneo, indicavam orquestrar algo em sua mente.
Martha não retornou naquele domingo, mas na segunda tivemos uma "surpresa" desagradável, especialmente para mim.
Pouco depois das 10 horas da manhã, me preparava para ir até o bairro do Perequê. O motivo era buscar minhas coisas na casa de meus pais. Felipe disse que eu poderia trazer tudo o que era meu, pois, a casa tinha muito espaço vazio. Toninho me levaria de carro para apanhar os pertences.
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Desert Rose
Roman pour AdolescentsGuilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma g...