Capítulo 22 - Homem ao mar!

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No dia seguinte, levantei com pressa, pois, estava atrasado pelo menos meia hora. Nem tomei banho e desci correndo para engolir o café. Ao entrar na cozinha, Andrea já estava à mesa, virando uma xícara de café. Seu rosto sereno mudou ao me ver apressado.

— Gui, o que houve?

— Atrasado!

— Calma! Eu te levo de carro.

— Será que dá tempo?

— Dá sim, confie em mim. Senta aí e toma seu café.

A confiança de Andrea no horário me tranquilizou, mas algo mais me preocupava além do relógio...

— Ana já levantou?

— Ana? Ah! Aquela acorda meio-dia se deixar...

— Tendi...

— Você dormiu bem?

— Sim, mas aquele assunto ainda me perturba...

Andrea ia dizer algo, mas Joice entrou na cozinha, cumprimentando-me. Rapidamente, fiz meu desjejum e apontei para a ruiva.

— Vamos?

— Sim, mas antes, quero que veja uma coisa.

— Dea... Não tenho tempo.

— Terá, acredite. Vem comigo!

Pensei: "ela aprontará alguma...". Saímos rapidamente em direção à garagem.

— Você já viu algo coberto na garagem? — perguntou a garota.

— Sim, uma vez, mas nunca perguntei ao Felipe.

— Então olhe só...

Ao chegar diante do veículo coberto, a jovem me pediu para levantar a capa e sob ele estava um Puma GTC dos anos 70, presumo. Amarelo, o bólido estava com a capota abaixada e a ruiva disse:

— Ele funciona! Vamos nele hoje, porque o Felipe usará o "GTI".

— Caramba! Que dá hora!

Sim, me empolguei com aquele conversível de fabricação brasileira. Andrea rapidamente sentou no posto do motorista e eu a encarei.

— O que tá me olhando? Sei dirigir, tá?

— Não falei nada...

— Com a cara que você fez nem precisa falar...

Sentei no banco ao lado dela, que ligou o Puma, produzindo este um grave som de motor a ar, que me lembrou de imediato os carros de meu pai, porém, falando bem mais alto.

— Se segura!

— Para, vai!

A garota acelerou rapidamente pelo largo corredor lateral da casa e parou perto do portão. Junto a uma coluna com trepadeiras, bem antes da saída, ela apertou um botão, sorriu-me e cochichou:

— Um segredinho...

Realmente, naquela posição, entre os arbustos espinhosos, havia um botão verde, devidamente camuflado. Naquela casa, tinha uma garagem lateral, onde costumávamos entrar e sair, mas aquela saída ia dar na frente da casa, junto à avenida de terra.

Andrea acelerou forte e saímos driblando os buracos nas ruas de terra do Jardim Virgínia. Já habilitada aos 18 anos, a ruiva guiava com maestria, enquanto seu sorriso parecia um combustível para o prazer. Seus cabelos alaranjados ao vento também me agradava.

Desert RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora