Capítulo 14 - A volta do anjo

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O despertar do primeiro dia após nosso exílio foi gratificante, afinal, eu estava ao lado daquela que amava. Sentir a presença dela e saber que um pedaço de nós, que crescia em seu ventre, foi ótimo, mas eu sabia também que a vida seria dura. Observei-a dormindo e me perguntei o que estaria sonhando.

Logo após eu levantar, Diana acordou e pareceu ter mais ânimo que no dia anterior. Passamos uma noite ótima, onde novamente conectamos nossos corpos num imenso prazer. Questionei-a sobre o que esperar de nossos anfitriões, dado que pareciam animados demais.

Diana, apesar do pequeno mal-estar com Andrea, acreditava que a relação com ela não teria maiores problemas. Eu, no entanto, conjecturava sobre os planos de Felipe. Ele pensava muito e parecia ter ideias para nós... Bem, pelo menos assim imaginei naquele momento.

Ao descermos, por volta das 9 horas da manhã, Andrea estranhamente já estava a nos esperar na sala. Com um vestido vermelho colocado ao corpo e uma sandália nos pés, a ruiva estava com os cabelos avolumados, como era comum à época.

— Bom dia! — cumprimentou Andrea.

Devolvemos a cortesia. Diana reparou no vestido da garota, mas não fez comentário. Fiquei a imaginar porque a ruiva estaria trajando algo tão sensual logo cego, pois delineava bem suas curvas.

— Onde está Felipe? — perguntei de imediato.

— Saiu, mas volta logo — respondeu Andrea, que emendou — venham, vamos comer.

Sempre mais discreta e calada que eu, Diana observava atentamente a anfitriã. Na cozinha, Joice aprontara um generoso desjejum, que comemos com prazer. Não vimos, porém, sua pequenina, que ainda dormia após uma noite de choro por conta do resfriado que pegara. Minha namorada lamentou:

— Que ruim Joice, mas ela ficará bem logo.

— Obrigada senhora.

Diana sorriu e Andrea indagou-a:

— Você dormiu bem?

Ja.

— Não sei o que disse, mas acredito que tenha sido bom... Também, está ao lado de seu amado, né?

Andrea olhou-me e deu uma piscadela, sorrindo a seguir. Diana ficou incomodada e falou em alemão novamente:

Meine nacht war sicherlich wunderbar, anders als deine...

Com um sorriso falso, a ruiva questionou-a:

— Diana, pode falar em português, por favor.

— Desculpe. Eu disse que foi uma noite agradável.

Não disse. Diana mentiu sobre o que havia dito e me confessou isso depois. Ali, criou-se uma pequena animosidade entre as duas, que tratei de amenizar.

— Andrea, falei com Toninho e ele irá me ajudar a encontrar um emprego.

— Hum! Isso é bom! Contudo, escute, não precisa fazer isso agora. Aqui vocês estão protegidos de suas famílias e da vida por aí...

Minha amada olhou-me preocupada e mirei-a da mesma forma. Viver ali "sob os cuidados" de duas pessoas que não conhecíamos realmente, era preocupante, apesar das boas intenções.

Antes de encerrarmos o café matinal, Felipe chegou e nos elaborou uma proposta irrecusável.

— Hoje quero que relaxem. É domingo, né? Então, cairemos na piscina!

— Isso mesmo gente! Já vim preparada!

Novamente aquele olhar azul depositou-se sobre o meu, indagando se devíamos aceitar. Diana estava muito desconfiada de tudo aquilo, mas eu insisti com ela a entrar na piscina. Isso seria para bom nós nos esquecermos do dia anterior.

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