Naquela quarta-feira, 22 de dezembro de 1993, sob as ordens do "capitão" Lúcio, me apresentei ao trabalho a bordo do Desert Rose. Varrer, lavar, enxugar, esfregar... Ainda que o piloto fizesse muito pelo barco, havia sempre o que limpar.
No mesmo dia, vi Manoel a distância, mas não tive coragem de falar com ele. Precisava dar um tempo ao meu pai. Os Niechtenbahl não apareceram, nem mesmo Wolf, que pensei ser presença garantida em meu primeiro dia em sua lancha.
Os Ruiter também não se fizeram presentes. Minha mãe me levou comida no barco e revelou que meu pai já sabia do trabalho ali. No final da tarde, Lúcio me dispensou e, após despedir-me de Eliza, tomei o rumo da casa de Felipe.
Ao entrar pela porta da frente, algo que Felipe sempre dizia para eu fazer, encontrei a casa vazia. Então, fui até a piscina e lá estavam Ana e Andrea, na borda. Felipe, em pé diante da mesinha de bebidas, me chamou para beber. As duas me cumprimentaram e o jovem disse:
— Meu, você está acabado!
— Nem me fale... Lúcio não deu moleza.
— Pois é cara, mas é melhor você ficar bem-disposto.
— Por quê?
Em minha mente, a questão veio na forma daquela garota sentada ao lado da irmã na borda da piscina... Que tolice! Meus hormônios pareciam aflorar diante de Andrea. Penso que a sedução lhe caia muito bem...
— Teremos visita!
— Quem?
— Ah! Meu amigo...
Ouvindo a conversa, Andrea intrometeu-se, dizendo:
— Sua princesinha e o anjo dela...
Fiquei surpreso, pois, não sabia de nada. Bem, em 1993, poucos tinham aparelhos de celular, não é mesmo? Preso naquele barco, como eu haveria de saber?
— Que ótimo! Gente, vou correr então! — falei.
Rapidamente subi e fui direto ao banheiro. Pensando na situação que se seguiria, afinal, estaria diante de duas garotas que eu "pegava", me masturbei. Foi excitante imaginar as duas na cama, porém, minha mente estava corrompida.
Ainda com os fluidos da juventude nas veias, o sexo parecia algo eu necessitava naquele momento. Talvez fosse a "estabilidade" do momento se fazendo ali, o que me confortava e dava espaço para extravasar uma fantasia sexual. De qualquer forma, o mar calmo logo teria ondas enormes...
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Na sala, Felipe era visivelmente o que mais demonstrava a expectativa pela chegada das visitas. Isso, evidentemente, atraiu a atenção de Ana, enquanto sua irmã media-me de cima a baixo, com olhar sério. Então, olhou para o primo e questionou:
— Está nervoso Felipe?
Sentado no canto do sofá diante da porta de entrada da enorme casa, o rapaz ficou surpreso com a questão e retrucou:
— Não! Por que estaria?
— Fê, mentir é feio... Não é mesmo Gui?
Ela me incluiu na conversa! Ali, notei onde queria chegar. Andrea estava me pressionando e, pior, a minutos da chegada daquelas que não poderiam notar absolutamente nada! A tensão aumentou e olhei para meu lado, onde Ana prendia seu olhar em mim.
— É isso mesmo Dea. O Felipe não esconde que receberá a visita de um "anjo"... — respondi.
Senti a mão de Ana em meu braço no mesmo instante que Felipe arregalou seus olhos verdes em minha direção. Antes dele falar, a garota ao lado indagou-me:
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Desert Rose
Teen FictionGuilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma g...