As horas demoraram a passar, enquanto Wolf e Keila curtiam a vista do estuário da Ilha de Santo Amaro. Nesse tempo, tive que passar por eles três vezes para servir os demais clientes. Tentei ignorar ao máximo, mas ele havia pedido mais cervejas, que deixei que o ajudante da cantina, Pedro, o servisse.
Algum tempo depois, ele levantou e foi ao balcão, acompanhado da amante, mas, nesse momento, me retirei para a despensa da cantina. Encarar Wolf depois de tudo não era nada agradável. Minutos depois, o vi sair com ela em seu carro. Somente ali eu arfei aliviado, mas eu precisava fazer algo.
Eu tinha de avisar Diana sobre a descoberta de nossa primeira vez e só poderia fazer com calma após as doze badaladas. Ainda que Wolf tivesse ido, a angústia por conta dela era enorme. Minha mãe, observando meu estado, questionou:
— Gui, por que você está assim, inquieto?
— Não é nada mãe...
— É sim e penso que tem a ver com o alemão, não é?
Mirei em meu pai, que dominava as chapas da cantina.
— Sim, ele sabe que estivemos no barco...
— Barco?!
Barco? Como eu poderia ter dito isso à minha mãe? Ela não sabia onde estávamos, mas eu acabara de revelar. Eliza falou alto o suficiente para Manoel indagar:
— O que você disse, linda?
Disfarçando, minha mãe virou-se e sorriu para o marido.
— Não é nada querido.
Aceitando a resposta da mulher, meu pai voltou atenção aos bifes que fazia na chapa quente. Então, os olhos dela miraram em mim e falou em voz baixa.
— Em casa conversaremos sobre isso.
Assenti e busquei outra tarefa para fazer, mas minha mente continuava além da Borda do Campo...
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Em casa, minha mãe me abordou durante o banho de Manoel. Sábado à noite, eu deveria estar curtindo a vida com meus amigos, ou melhor, estar amando minha doce Diana, mas foi diferente.
Sentado diante do sofá, eu vi uma preocupada Eliza se aproximar e me questionar sobre o barco.
— Gui, o que vocês fizeram no barco?
Incomodado, olhei em direção à TV, buscando ignorar a questão de minha mãe, que insistiu.
— Se é o que estou pensando, seu pai vai ficar puto da vida...
Nervoso, olhei para ela e disse:
— Foi isso mãe e Wolf sabe.
O assombro no rosto de minha mãe é inesquecível. Seus olhos ficaram avermelhados diante da tensão que surgia dentro de si. Em voz baixa, para evitar os ouvidos de meu pai, ela me admoestou.
— Meu Deus! Não se brinca com gente assim. Esse povo com dinheiro pode fazer muita coisa ruim, meu filho. Espero que esse alemão não faça nada.
Acredito que ouvi os batimentos cardíacos de minha mãe, mas eu também estava igualmente assustado diante dela. No entanto, decidi amenizar a coisa, antes que Eliza pudesse passar mal.
— Mãe, fique calma. Eu conversei com ele... Não gostou, é claro, mas penso que não fará nada, porque ele tem amante e sua família não sabe.
— Filho, não brinca com isso.
— Não estou brincando mãe. Eu amo Diana e vou lutar para ficar com ela. Mas, não conte nada para o pai, pois, eu já tenho problemas demais para resolver.
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Desert Rose
Teen FictionGuilherme tem uma relação complicada com o pai e seu pensamento mais profundo é largar tudo e partir... Contudo, sua vida dará uma guinada enorme ao se deparar com os belos olhos azuis de Diana, alguém que ele acredita ser "inalcançável". Ela, uma g...