Capitulo 22

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Deem play na música

Judith

O sol brilha forte na manhã de sábado, uma energia inigualável toma conta de mim enquanto penteio os cabelos. Estou ansiosa e muito feliz em poder voltar ao meu antigo lar, e principalmente por desocupar a cabeça de todos os pensamentos confusos, ou melhor, evitar pensar em Zabdiel.

Por falar nele, não encontrei outra solução se não fugir por todos os cômodos da empresa. Hora ou outra tive de mudar os percursos para não dar de frente com ele, até me dei o trabalho de correr para pegar o elevador, ou então teríamos de descer juntos.

Eu não estou louca, apenas cansada, e de qualquer forma eliminar os possíveis sentimentos está me fazendo um bem danado, não tão bem quanto abraçá-lo, mas pretendo focar apenas no lado positivo da situação.

Estaciono o carro e logo desço respirando o ar puro, as árvores mais antigas e altas ainda estão presentes, a faixada já não era mais da cor laranja e sim azul. A estrutura ainda é a mesma, a sala principal, a diretoria, o refeitório está um pouco mudado mas os quartos continuam iguais. Com lágrimas nos olhos caminho até a beliche do canto esquerdo, me sento sobre a mesma e não contenho o sorriso.

-Ei, por que está na minha cama?-me assusto com a voz baixa.-Não me leve a mal, mas você é grande demais para se deitar aí.

-Me desculpe.-digo rindo enquanto observo seus cabelos escuros e rostinho abatido.-Onde estão as outras crianças?

-Brincando lá fora.-a pequena fala dando de ombros.

-E por que não está com eles?

-As meninas maiores jogaram areia em mim, não quero mais brincar.-aos poucos a feição chorosa aparece me deixando totalmente comovida.

A passos lentos caminho até a mesma e me abaixo para ser compatível a sua altura. Suas mãozinhas brincavam uma com a outra enquanto as teimosas lágrimas rolavam, passo a mão por seus cabelos recebendo o olhar mais puro e inocente como resposta.

-Você ainda não me disse o seu nome.

-Madson.

-Muito bonito.-ela ri fraco.-Escuta Madson, não chore por isso. Essas meninas são bobas e chatas.

-São mesmo, principalmente a Antonella.

-Se alguma delas te jogar areia novamente, devolva na mesma moeda, combinado?-estendo a mão e ela logo a segura assentindo.

-Que coisa feia, ensinando técnicas de vingança a Madson.-respiro fundo, certamente por reconhecer a maldita voz que arrepia o meu corpo inteiro.

-Não de atenção a ele.-Madson diz fazendo careta e não contenho a risada.

-Como é?-Zabdiel se aproxima e rapidamente levanta a pequena em seus braços.-Você está merecendo uma sessão de cócegas.

-Eu vou chamar a sua mãe, me coloca no chão!-Mad grita em meio as gargalhadas.

Observo a cena com o sorriso mais largo do mundo, e ao contrário dos últimos dias esse é totalmente espontâneo e cheio de sentimentos. Ao ver o seu vínculo de amizade com Madson presumo que Zabdiel passe mais tempo aqui do que imaginei, para ser sincera, nunca pensei que ele estaria aqui.

La DamaOnde histórias criam vida. Descubra agora