Último dia

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Eu e elas já estávamos a tomar banho. Vestimos e fomos colocar as coisa no quarto. A Isabel, a Sandra e a Rute é que ainda se arranjavam, enquanto que eu estava deitava na cama, bem tranquila. A Maria estava sentada na sua cama a ler um livro, com um terço na mão.

- Não queres vir Maria? Ainda dá tempo para te preparares.- convidei lhe.- Pode ser que lá no bar, encontres algum rapaz com um terço igual ao teu.- elas riram se.

- Não obrigada Alice. Essas coisas não são para mim.

- Nem para mim, mas eu vou à mesma. Não faças isso comigo Maria. Tu precisas de soltar te mais. Vem conosco, pode ser que gostes ou não.

- Acho melhor não.

- Tu não vais saber se isso é para ti ou não, se nunca experimentares. Lá não se faz nada demais. É só dançar ou então ficar sentada. Tu já ficas aqui muito tempo. Quase que pareces uma prisioneira.

- Não é preciso. Isso não faz o meu tipo.

- Como é que tu sabes? Por acaso foi Deus que te disse isso?

- Não.

- Então pronto, não sabes nada. É só ires lá beber sumo. Meninas ajudem me.

- O que vão fazer?- perguntou Maria com medo, ao ver nos aproximar dela.- Por favor eu não quero.- fomos para cima dela, vestindo a e tirando a trança, que ela tinha feito.

- Perfeito. Dá uma volta.

- Não, eu estou ridicula.

- Dá uma volta.- dei lhe uma palmada nas costas fazendo a girar.- Perfeito. Adorei, estás magnifica. Só falta tirar esses óculos.- acerquei me dela e tirei lhe os óculos.

- Uau.- disseram elas três ao vê la.

Saímos todas do dormitório. Andávamos apressadamente, quando reparei que a Maria estava lá ao fundo. Aproximei me dela, peguei na sua mão e comecei a puxar lhe. Descemos as escadas e fomos para o portão. O Joel e o Gustavo já estavam lá à frente. Andamos rapidamente e separamos. A Isabel, a Sandra e o Joel foram no outro carro. E eu, a Rute e a Maria íamos no jipe do Gustavo. Ele começou a conduzir.

*********
O Gustavo estacionou o carro e depois descemos. A Maria não queria descer, por isso tive de arrancar lhe à força. Juntamo nos ao Joel, a Sandra e a Isabel e entramos todos no bar. Eu como sabia que a Maria acabaria por ficar para trás, não largava a mão dela nenhum bocado. Fomos sentar nos numa das mesas que estava livre. Como já estávamos sentados, decidi largar lhe a mão.

- O que acham da Maria?- perguntei aos rapazes.

- Essa é a Maria?- perguntou Joel boquiaberto.- Nem sequer tinha reparado.

- Nem eu. Pensava que fosse uma rapariga qualquer do colégio.- disse Gustavo a olhar para ela.- Isso é muito esquisito. Como é que ela aceitou vir para aqui?

- Eu convidei lhe e ela aceitou. Estava farta de ser prisioneira, não é?- perguntei à Maria.

- Não Alice, tu obrigaste me a vir.- contrariou.

- O quê?- fiz me de desentendida.- Eu não a obriguei. Nem sequer a peguei pela mão.

- É verdade.- concordou Rute.- A Maria quis sair. De vez em quando temos de mudar a nossa rotina.

- Estás bonita Maria.- elogiou Gustavo olhando a.

- Obrigada.- ela agradeceu corada. O empregado de mesa veio até nós. Fizemos os pedidos e ele deixou nos.

Passado uns minutos, as nossa bebidas vieram. Continuamos a conversar, reparei que de vez em quando o Gustavo fitava a Maria. Até que não era mau se eles ficassem juntos. O bar começou a ficar cheio. Levantei me para ir à casa de banho. Entrei numa cabine e fechei a porta. Quando ia sair, senti alguém entrar e vomitar. Saí da cabine e vi uma rapariga ajoelhada numa outra com a porta aberta. Lavei as minhas mãos, coloquei um pouco de sabão e enxaguei, depois pus a secar no secador. Continuei a olhar a rapariga que levantou se com alguma dificuldade e passou a cara por água.

- Alguma coisa caiu te mal?- ironizei olhando a através do espelho.

- Talvez tenha exagerado na bebida.- respondeu continuando a molhar o rosto.

- Moras aqui perto? Estás sozinha?

- Estou com amigos e moro muito longe.

- E quem vai a conduzir?

- É um dos meus amigos.

- Tem cuidado, que a estrada a noite é perigosa. E espero que o teu amigo que vai a conduzir, não esteja a beber tanto quanto vocês.- abri a porta do banheiro.- Ah e vê se para a próxima não dás muita informação a desconhecidos.- saí fechando a porta logo atrás.

Senti um vento que me fez arrepiar. Caminhei pelo longo corredor, parecia que as luzes começavam a falhar. Decidi ir um pouco lá fora, ficar longe do barulho que vinha lá de dentro. Cá fora estava tudo silencioso, a não ser o barulho dos mochos e dos gafanhotos. As árvores iam abanando com o vento forte. Ouvi um ruído vindo atrás de mim, virei me mas não tinha nada. Quando virei novamente para frente, deparei me com ele.

- O que fazes aqui?- perguntou rispidamente.- Não podes estar cá fora a essa hora da noite.

- Para tua informação, eu posso estar aonde eu quiser. E tu, o que fazes aqui?

- Não te interessa. Volta lá para dentro.

- E se eu não voltar? Vais fazer me algo?

- Se tu ficares aqui, ainda vais arrepender te.- avisou sombrio.

- Porquê? Vão achar que eu estou maluca, por te ver já que tu não existes?

- Tu dizes coisas sem nexo. Volta lá para dentro.

- Não me apetece. Eu...eu..- começava a ver as árvores e ele a rodarem.- Tu...fi...fizeste al...algo...comigo? Eu não...me...sinto...bem.- ele pegou me antes que eu caisse no chão.

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