Como estávamos no intervalo do almoço, aproveitei para ir falar com o diretor. Subi as escadas para o segundo piso e andei até ao fundo do corredor. Já em frente a placa que dizia diretor, bati na porta e abri.
- Posso diretor?- perguntei com a cabeça entre a abertura da porta.
- Podes.- aceitou. Entrei indo sentar na cadeira à sua frente.- A que devo a honra Alice?
- Queria falar sobre as lâmpadas do piso dos dormitórios.- respondi cautelosamente.
- E o que elas têm?- o diretor enquanto falava mexia nos papeis que estavam na sua secretária.
- Elas estão a falhar. Ontem foi a segunda vez que estavam a falhar enquanto eu passava pelo corredor.- esclareci, os seus olhos pousaram em mim.
- Conta mais.
- Perguntei aos outros alunos, mas eles disseram que as lâmpadas estavam boas, o que eu acho muito estranho.
- Então estás a querer dizer que é só contigo que isso acontece?- fiquei atónita sem saber o que responder.
- Bem....pelos vistos....sim.- respondi com alguma dificuldade.
- Francamente Alice, isso deve ser impressão tua. Só faltava me dizeres que o colégio também está assombrado.- falou sarcasticamente.
- E quem disse que não? Por acaso têm garantias? Desde que eu cheguei aqui, coisas estranhas têm acontecido, como se o colégio estivesse assombrado. Talvez o diretor até seja um fantasma.- aproximei me dele apertando lhe as bochechas.
- Alice o que estás a fazer?
- Talvez eu esteja num colégio de fantasmas. Na volta eu estou morta.
- Alice. Alice.- chamou o diretor, fazendo me sair daquele pensamento.
- Ao menos diga me que vai mandar trocar as lâmpadas.- pedi juntando as mãos cruzando os dedos.
- Ok, se tu fazes tanta questão.
- Obrigada diretor. Eu sabia que podia contar consigo.- disse contente saindo da sua sala.
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Já na sala de aula, estava a pensar no que tinha acontecido na sala do diretor. Eu devo estar a ficar maluca. Afinal a história de fantasmas foi tudo da minha cabeça. Se eu tivesse falado de fantasmas ao diretor, com toda a certeza ele mandaria internar me. Com todos estes pensamentos nem conseguia prestar atenção à aula.- Alice. Alice.- Afonso cutucou me com o seu braço, fazendo me sair dos pensamentos.
- Passa se algo?- questionei desorientada.
- A aula já acabou. Já vi que não prestaste atenção nenhuma à matéria.- comentou levantando se.- Está tudo bem?
- Está.- respondi não entrando em muitos detalhes.
- Quase que faz uma semana que andas a evitar me.
- Eu...- olhei para os seus olhos azuis. Neste momento a sala já estava vazia.- ...desculpa Afonso. Tens que entender que foi difícil quando soube da verdadeira realidade, dizendo assim.
- Eu entendo. Para mim também não foi fácil ter que passar por aquilo tudo.- admitiu um pouco transtornado.
- Não estejas assim.- saímos da sala, os irmãos dele já se aproximavam.- Vemo nos depois.- falei afastando me.
Fui em direção ao bar. Entrei, eles estavam em silêncio a prestar atenção ao filme que parecia de terror. Fui apertar me no sofá com eles. Sentando entre o Joel e a Rute. Até os cromos e a Maria também estavam a ver o filme. Ficamos o resto da tarde no bar. Depois fomos jantar.
Já no refeitório, vi o Afonso sentado na mesa de sempre com os irmãos. Mais à frente encontrava se a Laura e a Joana. Pegamos os tabuleiros e fomos sentar nos.
- Pessoal, lembrei me que até agora não mostramos nenhuma disco à Alice.- comentou Joel.- Estamos à espera do quê?
- E com disco refereste a uma discoteca?- perguntou Sandra na dúvida.
- Haveria de ser mais o quê?- ele ironizou.
- O Joel tem razão. Já faz algum tempo que não saímos.- concordou Gustavo.
- É verdade. Eu preciso de animar me. E nada melhor que uma discoteca.- Rute falou toda animada.
- Já venho.- levantei me com eles a olharem para mim atónitos. Fui ter com o Afonso, sentando com eles.
- O que fazes aqui?- questionou a sua irmã com raiva.
- Obrigada por me deixares sentar convosco.- disse com ironia, deixando a com mais raiva.- Mais alguém é como vocês?
- Não, somos só nós os três.- respondeu Afonso com serenidade.
- Porque queres saber?- perguntou o irmão desconfiado.
- Caso não saibam eu chamo me Alice.- disse novamente com ironia.
- Isso não nos interessa.- falou a irmã sombriamente.- Ele fez te uma pergunta, portanto responde.
- Que pergunta?
- Tu estás a brincar conosco?- questionou o irmão com fúria nos seus olhos.
- Calma. Vocês não precisam de ficar assim. Caso se lembrem nós estamos no colégio.- Afonso alertou os.
- É isso aí Afonso. Nós estamos no colégio.- ouve uma longa pausa.- Porque não vamos todos ser amigos. Eu acho que é boa ideia. Podem começar por dizer me o vosso nome.
- Tu falas demais. Afonso, ainda vais arrepender te de lhe teres contado.- ela disse levantando se e o irmão também.
- Disse algo de errado?- perguntei cautelosamente.
- Não lhes ligues. Ela é a Beatriz e ele é o Henrique.- respondeu referindo se ao nome dos irmãos.
- Obrigada.- levantei e fui ter com eles que ainda estranhavam a situação.
- A conversa não correu bem.- deduziu Isabel olhando me.
- Vocês vão ver. Ainda vamos ser todos amigos.
- Estou para ver isso acontecer.- falou Rute não muito convencida.
- Alice, isso nunca vai acontecer.- Joel disse, ele e o Gustavo começaram a rir.
- AHAHAH, mais um soco não?- falei não achando piada, de súbito eles pararam de rir. Agora foi a vez delas de rirem.
- Podem parar de rir.- pediu Gustavo sentindo se desconfortável.
- Não dá. Isto sim tem piada.- admitiu Sandra entre o riso.
Falamos mais um pouco. Depois nos separamos dos rapazes indo para o nosso dormitório. Acabei por entender que a Laura e eu não estávamos a falar da mesma coisa. Mas até agora não fazia ideia do que ela pensava, quando veio falar comigo. E ainda mais se ela fosse vampira também andaria com eles, coisa que não acontece.
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O Colégio
WampiryApós um acidente trágico, Alice vai para um colégio interno. No colégio, conhece Rute, uma rapariga simpática que faz logo amizade com ela. E também conhece Afonso e os seus irmãos, Beatriz e Henrique, que logo à primeira vista parecem não simpatiza...