Limpeza no dormitório

551 52 1
                                    

Quarta. Acordei ainda eram 6:30h. Senti uma pena em frente ao meu nariz, como eu inspirei acabei por espirrar. Encostei na cama de forma a puder ficar sentada. Olhei para uma quarto que estava uma bagunça. Até a minha cama estava cheia de penas. Levantei da cama e fui abrir as cortinas.

- Que clareza, fechem as cortinas.- Rute colocou a almofada por cima da cabeça.

- Caras colegas, está na hora de acordarem. Não sei se se lembram de que ontem tivemos uma guerra de almofadas.

- Pois é, a guerra.- Isabel revirou se na cama.

- Vamos lá, toca a acordar.

- Alice, deixa nos em paz.- reclamou Joana.

- Já disse que está na hora de acordarem.- fui uma a uma, puxar os cobertores.- Levantem se, agora. Não volto a avisar. Eu vou buscar vassouras e pás, se eu não vos encontrar em pé quando chegar, irei vos arrastar da cama.- aproximei me da porta.- É bom que não brinquem comigo.- fechei a porta com força, para ver se elas acordavam.

Caminhei pelo corredor, descendo as escadas. Fui em direção ao refeitório, que ainda estava vazio. Nem alunos, nem funcionárias, entrei lá dentro indo para a cozinha. Olhei pela cozinha à procura de vassouras. Elas estavam num canto, que quase nem se viam. Peguei quatro vassouras e uma pá. Saí do refeitório com pressa. Quando cheguei ao quarto, elas já estavam todas de pé.

- Tão lindas todas de pé.- elogiei, elas olharam me com cara feia.- O que foi? Não tenho culpa de que vocês tenham deixado o quarto numa confusão.

- Nós? Tu também ajudaste.- falou Laura amuada.

- Não resmungues e faz o teu trabalho.- aproximei me dela e empurrei lhe uma vassoura.- Acho que ficas melhor a varrer.

- Eu não vou varrer. Não posso estragar as minhas unhas.- contrariou colocando a vassoura de lado.

- Daqui a nada quem te estraga as unhas sou eu.

- Alice daí uma vassoura.- pediu Rute aproximando se e eu entreguei lhe.

- Sobra mais uma vassoura, quem quer?

- Eu fico com ela.- aceitou Isabel.

- Vamos ao trabalho meninas. Fazemos assim, quem está com as vassouras vai juntando o lixo no meio do quarto para depois apanharmos com a pá. E quem está sem vassoura, pode ir sacudindo os cobertores. Mãos à obra meninas.- Rute indicou o que tínhamos de fazer.

Todas começamos a pôr mãos ao trabalho. Laura que não queria varrer, acabou por agarrar na vassoura de má vontade, sempre a olhar para as unhas para ver se não estragavam. A Joana, a Sandra e a Maria começaram a sacudir as penas dos cobertores. Tinha de ser mesmo assim, todas contribuíram para desarrumar então agora contribuiam para a arrumação. Depois de quase meia hora, acabamos de limpar o dormitório. Agora quem foi guardar as vassouras e a pá foi a Maria. Eu atirei me na cama, cansada da arrumação. Como já eram 7:05, elas foram para o balneário, começar a arrumar se. Mal acordei, já tive uma manhã cansativa. Acabei por adormecer por um bocado. Peguei as coisas e a roupa e fui para o balneário. Demorei me um pouco no banho. Quando saí, vesti as minhas calças jeans e uma camisola de malha, com os all star. Penteei um pouco o cabelo e amarrei num coque. Pus pasta na escova de dentes e comecei a lavar. Fechei os olhos e passei a boca por água. Quando abri, vi o seu reflexo no espelho. Olhei para trás e não tinha ninguém. Eu devo estar a ficar louca.

Já tínhamos acabado as aulas de hoje. Fomos para o refeitório almoçar. Eles estavam a conversar, enquanto que eu olhava para um ponto fixo.

- Estás bem Alice?- Rute preocupou se.

- Sim.- respondi sem olhar para ela.

- De manhã parecias mais animada.- observou Isabel.

- Se me derem licença, eu preciso de um pouco de ar.- levantei da mesa e fui pousar o tabuleiro.

Saí do refeitório apressadamente. Fui em direção ao pátio aproximando me da fonte. Coloquei me de joelhos no chão, analisando o meu reflexo através da água da fonte. Passei a mão pela água que fez tremer o meu reflexo. Pestanejei e pareceu me ver alguém atrás de mim. Virei me bruscamente, mas não tinha ninguém. Levantei afastando me da fonte, andei mais um pouco ficando na direção do portão. Vi uma silhueta que me parecia familiar. Fui caminhando lentamente em direção à silhueta, ouvi um ruído vindo detrás de mim, voltei me e nem sinal de vida. Olhei novamente para o portão e a silhueta tinha desaparecido. Suspirei pesadamente e entrei no edificio.

Encontrava me na biblioteca, a ler distraidamente. Vi a Rute entrar na biblioteca, o que não era costume, por isso ela devia estar à procura de alguém. Assim que me avistou, veio na minha direção. Sentou se ao meu lado, tentando ver o que eu lia.

- O que queres Rute?- perguntei impacientemente.

- É interessante o que estás a ler?

- Não sei. Para dizer a verdade, estou a ler mas é como se não estivesse a ler.- admiti olhando para ela.

- Eu entendo. Vamos sair?- perguntou honestamente.

- Para ir aonde?

- Ao centro comercial. Soubemos que abriu um há pouco tempo.- informou me dando um sorriso.

- Não sei. Acho que não me apetece.

- Não, não digas isso. Tu precisas de te animar. Vá lá, onde está a minha Alice?- falou puxando me para fora da biblioteca.

- Eu estou aqui.- respondi andando com ela.

- Não, a Alice costuma estar sempre animada. Temos que trazer a Alice de volta.- já estávamos fora do edificio.

- Acho que não me apetece Rute.

- Vai ser bom Alice.- incentivou Isabel agarrando me na mão.

- Estão prontas meninas?- Joel perguntou olhando nos.

- Estamos.- respondeu Sandra alegre.

O Gustavo e o Joel foram buscar os carros. Elas começaram a caminhar e a conversar. Eu as olhava, enquanto elas afastavam se. Elas deram conta que eu não estava ao lado delas e voltaram para me vir buscar. A Rute agarrou me numa mão e a Isabel na outra. Começamos a viagem até o centro comercial. O Gustavo ia atrás do Joel. Eu olhava distraidamente lá para fora através da janela. Entre a floresta, pareceu me ver o rapaz que costumava aparecer me. Ele estava com uma cara sombria. Pestanejei os olhos para ver se tirava a imagem da minha cabeça.

O ColégioOnde histórias criam vida. Descubra agora