Segunda. Abri os olhos, ainda cheia de sono. Elas já estavam a preparar se. Rebolei na cama, tentando dormir novamente. Ainda sentia dores pelo meu corpo todo. Para falar a verdade, eles tinham razão em relação aquelas escadas. Por pouco que eu não morri.
- Alice, não vais ás aulas?- Isabel perguntou sentando se na minha cama, fazendo me cafuné.
- Acho que não.
- Se quiseres eu fico aqui a fazer te companhia.- sugeriu Rute dando um beijo na minha testa.
- Não, não é preciso. Para além disso, não vou fazer com que percas as aulas por minha causa.
- Ok, tu é que sabes. Ao menos ofereci me para ficar contigo.- disse colocando a mão na maçaneta.
- Então, cuida te Alice. Não faças muito esforço.- pediu Isabel preocupada.
- As melhoras Alice.- falou Sandra, elas saíram.
Fiquei a rebolar mais um pouco na cama. Mas não tinha mais sono. Com certeza se estivesse na sala de aula, já estaria a dormir. Levantei ainda com alguma dificuldade, peguei nas coisas e saí indo ao balneário. Tomei um banho rápido e vesti me apressadamente. Voltei ao quarto para deixar as coisas e fui andando rapidamente, para chegar ao refeitório. Peguei o tabuleiro, dirigi me a uma mesa qualquer e sentei. Comecei a comer tranquilamente.
*************
Elas ficaram um pouco receosas quando me viram a andar pelo colégio. Já tínhamos acabado as aulas do dia. Estávamos no bar a ver um filme. Ás vezes comentávamos um pouco sobre o filme. O Afonso entrou no bar, acercou se de mim e disse que queria falar comigo no pátio. Olhei para elas que estavam tão atentas, que nem deram pela presença dele. Levantei e fui atrás do Afonso. Saímos do edifício indo para perto da fonte.- Então o que me queres dizer?- perguntei encarando o.
- Eu não sou quem tu pensas que sou.- falou cautelosamente.
- E?
- Não sou normal. Sou diferente dos outros.- admitiu dando me as costas.
- Já vi que estás a ficar louco como eu. Realmente, não sabia que a loucura se pegava.- disse surpreendida.- E para além disso, as pessoas não são todas iguais.
- Não é disso que estou a falar. Tu não estás a perceber.
- Então ajuda me a perceber.- pedi tocando lhe no ombro.
- AFONSO.- gritou a sua irmã, eu afastei me dele.- NÃO FAÇAS ISSO. VAMOS EMBORA.
- Deixem me em paz.- falou Afonso encarando os. Eles já estavam próximos.
- Afonso, tu sabes que não podes.- alertou o irmão.
- Uau, que mistério. Agora dava tudo por um sofá e umas pipocas.- olharam me todos sérios, levantei as mãos como se me rendesse.- Ok, ok, não digo mais nada.
- Vamos embora.- ordenou a rapariga. Eles começaram a andar, o Afonso olhou me tristemente.
- Adeus.- despedi acenando, os irmãos olharam me espantados e entraram.- Foi bom conhecer vos?
Sentei na beira da fonte. Coloquei a mão pela água, que estava gelada. O que será que eles tanto escondem? Que raiva, o Afonso estava prestes a contar me e eles estragaram tudo. Levantei indo na direção das árvores e flores. Olhei para uma rosa vermelha. Senti alguém ao meu lado, era ele.
- O que achas? É linda?- perguntou olhando me.
- É igual a todas as outras.
- E isso quer dizer que não a achas bonita?
- Tanto faz.- queria agarrar a rosa, mas acabei por picar me. Estava a deitar sangue.- Como eu sou desastrada.- reparei que ele olhava fixamente para o sangue do meu dedo.
- Afasta te Alice.
- Porquê? Passa se algo?
- Tira esse dedo da minha frente.- disse dando me as costas.
- Será que devo chupar o dedo? Estou com dúvidas.
- Faz o que tu quiseres. Mas longe daqui.
- Tu estás mais estranho que nos outros dias.- comentei olhando as suas costas.
- Dá cá que eu chupo isso.- puxou o meu dedo para a sua boca e começou a sugar.
- Aiii, estás a deixar me arrepiada.- queixei, mas a verdade é que eu estava a gostar.- Acho que já chega. Assim vais acabar com o meu dedo.- ele abriu os olhos e virou se de imediato largando o meu dedo.
- A culpa foi tua, eu disse para te afastares.- disse quase sem fôlego.
- Ei, os teus olhos...
- O que têm?- virou se para mim.
- Eles estavam...não sei...- tentava falar, mas estava confusa.
- Tu precisas de descansar. Dorme.- de repente, apaguei.
Acordei e reparei que estava no dormitório, o que era esquisito. O que será que se tinha passado? Eu estava com ele no pátio e de repente, apaguei. Observei o meu dedo, que há horas atrás estava a sangrar, tinha um penso rápido. No relógio faltavam cinco minutos para o jantar. Levantei, saí indo ao balneário. Analisei me ao espelho, passei o rosto por água. Ainda sentia sono. Fui descendo as escadas lentamente, andei até chegar ao refeitório. Encontrei lhes na fila para o tabuleiro.
- Então estás melhor?- perguntou Isabel, eu assenti em resposta.
- Estavas a dormir tão bem que nós não quisemos acordar te.- Rute disse colocando a sua mão no meu ombro.
- Não quiserem acordar me ou esqueceram se de mim?
- Longe disso Alice.- Sandra negou de imediato, não acreditando no que ouvira.- Nós nunca faríamos isso.
- Eu sei. Estava a brincar.- elas riram.
- E aí, parceira? Tudo bem?- Joel abraçou me.
- Vocês são parceiros do quê?- perguntou Rute curiosa.
- Somos parceiros do....- pisei o para que se calasse.- Auuu.
- Então somos todos parceiros, não é?- eles olhavam me sem entender.- Somos amigos que são parceiros.
- É melhor avançarmos na fila.- Gustavo mudou de assunto.
Terça. Hoje o dia passou rápido. Consegui acordar cedo e ir tomar o pequeno almoço com elas, que ficaram surpreendidas. Na hora do almoço fomos para o bar ver um filme. Depois de ter acabado as aulas, fui para a biblioteca retomar as minhas explicações com o Afonso. Como sempre, acabava por perder me naqueles olhos azuis intensos. E isso fazia com que ele tivesse de explicar me a matéria uma terceira vez. Porque à primeira, eu não apanhava nada, à segunda mais ou menos e à terceira é que já fazia um esforço para ficar atenta. Por muito que fosse estranho, ele parecia nem se importar de explicar me várias vezes o mesmo exercício.
- Obrigada Afonso.- agradeci depois de acabarmos a explicação.
- De nada. Eu gosto de ajudar te.- admitiu dando um sorriso.
- Eu sei que sim.
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O Colégio
VampireApós um acidente trágico, Alice vai para um colégio interno. No colégio, conhece Rute, uma rapariga simpática que faz logo amizade com ela. E também conhece Afonso e os seus irmãos, Beatriz e Henrique, que logo à primeira vista parecem não simpatiza...