O bar

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Ainda permanecia deitada na cama. Alguém entrou no quarto apressadamente. Abri os meus olhos lentamente, percorrendo os pelo quarto à procura da pessoa. Rute aproximou se de mim.

- Então Alice, 16:30 no portão. Já tinhas esquecido?- ela puxou me o braço, fazendo me levantar da cama.

- Afinal vamos aonde?

- Vamos conhecer a cidade.

Saímos do dormitório. A Rute caminhava com passos longos, enquanto que eu ia um pouco atrás. Descemos as escadas até o último piso. O Joel e o Gustavo já estavam encostados no portão.

- Finalmente, começava a pensar que já não vinham.- falou Joel.

- Desde quando é que tu pensas?- a Rute e o Gustavo riram.

- Ahahahahah, que engraçadinha.- ironizou.

- Vamos que já está na hora.- avisou Gustavo.- Vocês esperem aqui que nós já voltamos.- ele e o Joel começaram a afastar se.

- Onde é que eles foram?

- Provavelmente buscar o carro.

- Afinal aqui pode se ter carros?

- Claro, desde que tenhas a carta de condução e os teus pais te autorizarem, podes.- explicou, passado uns três minutos eles aparecem com o carro.

- Uau, belo carro.- elogiei, olhando o jipe.

- Vá entrem, não temos tempo a perder.- disse Joel, assim entramos dentro do carro. O Gustavo ia a conduzir, logo o carro devia ser dele.- Então porque demoraram muito?

- Demoramos muito, porque eu andei o colégio todo à procura dela.- Rute olhou me com cara feia.- E acabei por encontrar lhe no dormitório deitada na cama tranquila da vida.

- Não tenho culpa. Vocês disseram que era ás 16:30.- falei na tentativa de defender me.

- Pois mas quando eu fui lá já só faltava um minuto.

- Parece que perdi a noção do tempo.- respondi dando um suspiro.

Eles continuavam a conversar. Eu tinha me desligado por completo da conversa. Observava as árvores que estavam ao nosso redor. Ali naquele local reinava o silêncio. Parece que podíamos ouvir os sons dos pássaros. Por um momento cheguei a ver um vulto por entre as árvores.

- Para o carro.- pedi de imediato.

- Porquê?- perguntou Gustavo confuso, eles me olhavam sem perceber o que se passava.

- Para. Eu preciso de ver uma coisa.- ele assim o fez.

Abri a porta e desci do carro correndo na direção em que tinha visto o vulto. Adentrei a floresta ainda procurando a silhueta, mas nada. Eles aproximaram se de mim.

- Não entendo. Eu tinha visto alguém.

- Deve ter sido impressão tua.- falou Rute agarrando me na mão.

- Eu cá não vi nada.- disse Joel achando piada à situação.

- Mas eu vi. Que eu saiba ainda vejo muito bem.

- Vamos embora. Tu precisas de te divertir Alice.- ela puxou me a mão, entramos no carro e continuamos a viagem.

- Estás alucinar Alice. O que andas a tomar?- gozou Joel.

- Joel deixa lhe em paz. Talvez ela estivesse a pensar noutra coisa e acabou por fazer confusão.- defendeu me Gustavo com os olhos na estrada.

- Olha Joel a tua sorte é que eu estou sem ânimo para te bater senão já eras.- ele tirou o sorriso de gozo da cara.- Assim está melhor.

Passado meia hora, tínhamos chegado ao local. Era uma espécie de bar. Por fora parecia estar velho, a tinta muito gasta, um lugar sem qualidade. Mas era enorme, e confirmou se mesmo quando entrei lá dentro. Muitas mesas e cadeiras, uma bancada enorme, atrás desta tinha umas estantes com o monte de bebidas alcoólicas e copos. No bar encontravam se muitos alunos do colégio e outros que deviam ser de outras escolas. Eles foram até uma mesa vaga e sentamos.

- Então gostas do lugar?- perguntou Rute.

- Sim, não sabia que muitos alunos do colégio frequentavam este lugar.

- A maioria deles vem sempre aqui.- falou Joel.- Aqui bebe se mesmo bem.

- Vou fazer o pedido pessoal.- avisou Gustavo, nós dissemos o que queríamos e ele foi até o balcão. Nesse momento, vemos o Afonso e os irmãos a entrarem.

- Não sabia que o Afonso também frequentava este bar.

- Claro, eles tinham mesmo de frequentar. O tio deles é o dono do bar. Por isso eles vem aqui muitas vezes.- informou Rute.

- Ora aqui estão as bebidas.- Gustavo colocou as em cima da mesa.

- Oh, devíamos ter chamado a Isabel.- lembrei me.

- Para quê? Elas já conhecem este lugar.- respondeu Joel.

- Tenho de ir à casa de banho.- levantei, fui até o balcão.- Ei, podia dizer me onde fica a casa de banho?- olhei para o funcionário.

- Eu levo te até lá.- apareceu Afonso.- Estás a gostar de estar aqui?

- Agora não posso...é que estou mesmo aflita.

- Claro.- ele ia à frente e eu atrás, caminhamos por um longo corredor.- É aqui.

Entrei na casa de banho e fui direto ao cubículo. Depois de ter acabado, senti me aliviada. Lavei as mãos e coloquei sabão, que por sinal cheirava muito bem. Olhei em volta a casa de banho, tinha uns dez espelhos e lavatórios. E a torneira era magnifica, nem tínhamos de tocar para sair água, bastava posicionar as mãos da forma correta e voilá. Peguei papel e sequei as mãos. Saí de lá.

- Não acredito que ficaste à minha espera.- falei olhando para ele.

- Era para não te perderes.- começamos a caminhar.

- Gosto do lugar, parece me agradável.- respondi, ele sorriu.

- Ainda bem. Então já sabes, se quiseres sair vens aqui.- encaramos um ao outro, ele ia aproximar se.

- Ah, nós esquecemos de convidar a Isabel.- ele ficou parado sem reação.- E a Sandra, é claro. Aquelas duas nunca se largam.

- Pois é.- disse frustrado, continuamos a andar. Entretanto sentamos no balcão.

- Quando é que me dirias que o teu tio é o dono disto?

- Acho que não tem importância.- encarou me desconfiado.- Ou tem?

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