Estava na hora do jantar. Levantei me da cama e fui para o refeitório. Chegando lá deparei me com a Isabel que virou a cara para não me ver. Notava se que ela tinha chorado imenso. Natural, depois do que eu estava prestes a fazer. Vi a Laura sentada ainda com o seu sorriso maldoso. Fui para a fila pegar o tabuleiro, mas em vez disso desviei me e agarrei o pescoço da Laura apertando o. A Joana gritou assustada.
- Agora vais ter o que mereces.- falei com os nervos à flor da pele.
- Socorro, socorro.- gritava Joana que olhava para nós.
- Não...não cons...consigo res..respi..respirar.- gaguejava Laura tentando soltar as minhas mãos envolta do seu pescoço.
- Tu precisas de morrer.
- Ela é psicopata.- comentou Joana aterrorizada. Todos que estavam no refeitório olhavam aterrorizados. O Joel e o Gustavo vieram tentar deter me.
- Nem pensem.- avisei aos dois.- Mais um passo e ela vai se de vez.- a Rute entrou no refeitório seguida do Afonso e os irmãos.- Estás contente Laura? Eu espero que estejas, porque em breve hás de ir para o paraíso.
- Alice, por favor tu não és assim.- falou Rute andando na minha direção.
- Não se aproximem.- avisei novamente.
- A Laura vai morrer.- disse Joana com os seus olhos a encherem se de lágrimas...
*******
- Não vais andar?- perguntou um rapaz.
Continuei a andar até pegar o meu tabuleiro e ir sentar numa mesa. O que é que se passa comigo? Controla te Alice. Não faças nenhuma idiotice. Olhei novamente para a Laura que falava com a Joana. Elas levantaram para pousar o tabuleiro e foram embora. Ainda bem, pensei. Senão estava prestes a fazer uma enorme borrada. Nunca percas o controle Alice. Comi sem muita vontade, depois fui pousar o tabuleiro. Fui para o dormitório.
- Isabel, não...- ela interrompeu me.
- Alice eu pensei que nós fossemos amigas, mas estava completamente enganada. Não fales mais comigo.
- Mas não chegou de acontecer nada.
- Como é que eu posso ter garantias?- perguntou com lágrimas.- Não tentes explicar te. Não vale a pena.
- Como queiras.- ia sair do quarto.
- Alice...por muito que não pareça, eu espero que vocês acabem juntos. Até porque nota se que ele está interessado em ti.- ela forçou um sorriso e eu saí. Tinha ficado um pouco no bar com a Rute e a Maria. Agora neste momento estava com a Rute no balneário.
- Passa se algo?- perguntou estranhando eu estar muito calada.
- Depois do almoço eu estava perto da fonte com o Afonso, estávamos prestes a beijar quando a Isabel nos vê.- contei.- E adivinha quem é que armou para a Isabel nos encontrar?
- Com certeza, Laura.- respondeu sem precisar pensar.- Então vocês têm algo?
- Não.- recusei de imediato.- Caso te lembres a Isabel gosta dele, e eu não posso fazer isso com ela.
- E fazer isso contigo, podes?- perguntou encarando me.- Alice, dá para ver que tu também estás interessada nele. E eu acho que a Isabel prefere que ele fique contigo do que com ela. Já que ele gosta de ti. Ela entende.
- Eu não sei. Mas ela ficou muito abalada.- Rute pegou me na mão.
- Isso acontece. Dá lhe um tempo e verás que ela vai voltar a falar contigo normalmente. Confia em mim. Ninguém é capaz de ficar muito longe de ti.- disse e saiu do balneário.
- Isso pensas tu.- lavei as mãos e voltei ao quarto. Deitei na cama e adormeci.
Segunda. Levantei da cama com elas ainda a vestirem se. Elas olharam me espantadas por me verem já de pé e sem fazer birra. Peguei as minhas coisas e fui ao balneário. Tomei banho, vesti me e lavei os dentes. Voltei ao quarto e deixei as coisas na cama. A Rute aproximou se de mim e puxou me para fora do quarto para irmos ao refeitório. Ela parecia mais contente por eu ter acordado mais cedo. Já estávamos sentadas a comer.
- Então afinal como é que vão ficar as coisas entre ti e o Afonso?- perguntou olhando me.
- Simples, não ficam.- respondi de imediato.
- Não acredito que vais fazer isso Alice.- falou Rute reprovando a minha decisão.- Não faças isso com ele, nem contigo.
- Eu não estou a fazer nada. É assim que deve ser.
- Isso tudo é por causa do tal rapaz que nunca mais viste?
- Claro que não. Nem sequer me lembro mais da cara dele.
- Não acredito em ti. Cá para mim estás dividida entre os dois.- deu a sua opinião sorrindo.
- Estás maluca. Eu dividida entre os dois? Que coisa mais absurda de se ouvir.- deu o toque para entrarmos.
- Mas isso pode acontecer.- levantamos e pousamos os tabuleiros. Fomos caminhando, subimos as escadas para o piso das salas de aula.- Até depois.
- Até.
Separamos cada uma indo para a sua respetiva sala de aula. Entrei na sala, o stôr ainda não havia chegado. Sentei no meu lugar ao lado do Afonso que já estava lá. Queria virar me para falar com a Isabel mas depois lembrei me do ocorrido no domingo. Por isso iria fazer como a Rute me tinha aconselhado, ia dar lhe tempo. O professor entrou e os que estavam de pé na sala foram sentar se nos seus lugares. Começou a aula, desta vez eu prestava atenção, sem adormecer uma única vez. A aula passou, saímos da sala, fui para o dormitório fazer a minha cama. Fiquei lá deitada a pensar à espera de que tocasse. Voltei novamente à sala para a segunda aula do dia. O resto do dia passou e eu ficava cansada das aulas.
Estávamos no caminho para ir jantar. A Rute insistiu para que fossemos sentar nos com a Isabel, a Sandra e a Maria, mas eu não queria. Enfim ela acabou por convencer me. Encarei a ordinária da Laura sentada com a Joana. Só me apetecia saltar para cima dela, tirar lhe aquela maquiagem toda. Pegamos os tabuleiros e fomos ter com elas. Até que o jantar estava tranquilo, com elas a conversarem. Depois subimos as escadas indo para o dormitório. Estavam todas as raparigas juntas no dormitório.
- Isabel, eu não sei como é que aguentas estar no mesmo lugar com aquela ali.- comentou Laura cinicamente, eu ri.
- Tu deves querer apanhar.- falei levantando me da cama.
- Laura, não te metas nesse assunto.- disse Isabel.
- Essa rapariga aqui é uma sem classe. Vocês não vêm que ela é uma selvagem sem educação. Tu não devias estar aqui.- falou encarando me.
- Não ouses falar de mim.- avisei lhe.- Senão tu levas.
- Alice, não a oiças.- pediu Rute aproximando se de mim.
- Eu vou fazer com que tu sejas expulsa daqui.- informou me com um sorriso maldoso.
- Laura, tu não vales mesmo nada.- disse Rute puxando me para fora do dormitório.
- Um dia irei dar cabo de ti.- falei antes de sair.
- Não a ligues. Tenta ignorar lhe. Eu sei que é difícil mas tenta.- aconselhou Rute.- Não quero que sejas expulsa daqui.
- Eu estou bem, podes entrar.
- Tens mesmo a certeza?- ela perguntou e eu assenti, então ela entrou no quarto.
Aproveitei para ir lavar os dentes. Saí do balneário e fiquei no corredor. Acerquei me da janela, e fiquei a observar o que acontecia lá fora. Estava muito vento. Perto do portão pareceu me ver um vulto parado que estava a olhar para o colégio. Continuei a olhar, a pessoa que estava ali não se movia nem um pouco. Esfreguei os olhos a pensar que eu podia estar a ver mal, mas não. A pessoa estava mesmo ali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Colégio
VampiroApós um acidente trágico, Alice vai para um colégio interno. No colégio, conhece Rute, uma rapariga simpática que faz logo amizade com ela. E também conhece Afonso e os seus irmãos, Beatriz e Henrique, que logo à primeira vista parecem não simpatiza...