Capítulo 3 🌼

131 16 0
                                    

Após alguns dias distribuindo currículos, procurei não ficar parada, logo com algumas das poucas economias que restavam comprei tudo o que foi necessário para abrir uma vendinha de pastel com refresco, era simples, tive que barganhar para sair por um preço menor mas consegui. Ainda não havia recebido nenhuma ligação dos locais que fui, então não dava para dar mole. Mandei um dinheiro para o vovô, era pouco mas era só o que dava. Enquanto me arrumava para mais um dia nas ruas de jacarepaguá, observava o pequeno nikki, o gato que adotei no dia em que fui atropelada, ele têm sido meu companheiro desde então. Assim que terminei, me despedi dele e saí, ainda era cedo mas era a hora perfeita. As pessoas saíam para seus trabalhos, crianças para a escola, cada um em busca de seus objetivos. A vida têm dessas, às vezes você pensa que está caminhando corretamente, mas depois descobre que o caminho é outro. Que você só será feliz quando conseguir tal coisa, mas infelizmente não. A felicidade é um estado de espírito, É feita de momentos e não de uma vida inteira. Nunca saberemos algumas respostas de perguntas tão simples, de onde viemos, para onde vamos e qual a nossa missão nessa terra. Quando pensamos estar bem, vêm algo e nos tira do eixo. A vida é realmente interessante. Quando cheguei no meu ponto comecei a arrumar tudo, coloquei o óleo para esquentar e comecei a preparar a massa, pois o suco era mais rápido. Quando estava para mexer os pastéis no óleo, passou um casal, eles pareciam apaixonados e logo me veio alguns flashs de memória.

Eu estava tão feliz, havia completado 18 anos e me sentia pronta para me entregar ao Pedro. Nós namorávamos há 2 anos e ele sempre insistia, mas eu me esquivava pois não me sentia preparada, e com isso vinha uma chuva de reclamações. Ele era muito gentil, sempre respeitoso, conversou pessoalmente com o vovô pedindo a sua permissão. Depois do 3° mês ele começou a agir estranho, não me deixava pegar em seu celular, sempre dizia que eu deveria confiar nele, mas eu confiava, ele jamais me faria mal, pensava eu. Depois de um tempo começou a dizer que minhas roupas eram de moças vulgares, e para não chateá-lo fiz algumas adaptações. Então ele me proibiu de conversar com algumas colegas que eu tinha no interior e de sair para ficar na rua atoa, ele dizia que eram más companhias e mulher que fica na rua atoa está atrás de homem. E eu acatei, eu gostava dele. Foi então que ele disse que eu não deveria ir para a escola mais e quando tentei retrucar, ele me xingou de vadia e disse que eu gostava de ter outros homens me desejando, e eu me senti culpada. Mais tarde naquele dia ele me pediu desculpas chorando, dizendo que havia se excedido, que eu era culpada por tê-lo levado ao extremo. Cheia de remorso, eu o perdoei e para não o irritá-lo mais fazia a tudo o que ele pedia, afinal era para o meu bem porquê ele gostava de mim e só queria me proteger. Ele morava a poucos passos da minha rua, os pais não estavam em casa e ele não trabalhava então sabia que ele deveria estar sozinho, era o momento certo, eu sentia. Eu não tinha experiência nessas coisas mas o pouco que ouvi é que diziam que doía, mas era algo bom. Pedro saberia manusear a situação ele era 6 anos mais velho, então era hora. Ele não deixava a porta trancada mas também não permitia que entrassem sem sua autorização. Assim que me aproximei do portão, o chamei mas ele não ouviu, então, nervosa eu entrei. Cheguei na porta e bati. Eu conseguia ouvir risadas ao fundo, será que ele estava com algum amigo? era melhor voltar outra hora, ele não gostava de me ver perto de outros homens. Mas assim que ia voltando eu paralisei, era a voz dele eu reconhecia, mas também uma voz diferente, e era feminina. Fiquei curiosa e fui me aproximando até encostar o ouvido na porta, a moça fazia sons estranhos e ele batia nela, pois dava para ouvir uns tapas sendo desferidos e ambos se xingavam. Não resistindo a curiosidade abri a porta da sala e fui andando até o seu quarto e a cada passo meu coração pulsava acelerado, quando olhei pela fresta da porta uma cena que nunca saíria da minha cabeça...

Pedro estava em cima de uma moça!

Eles estavam transando!

Meu coração se moeu no meu peito, as lágrimas começaram a cair e minhas pernas estavam bambas. Para não cair me recostei na parede e me sentei inconsolável ouvindo aos fundo os gemidos de prazer. Eu pensava que ele gostasse de mim, que nunca teria coragem de me machucar e agora estava se satisfazendo com outra. Talvez fosse culpa minha por não ter cedido logo, assim pensei, mas não. A minha consciência insistia em dizer que ele era o errado e quando caí em mim logo entendi o porque de tanto "ciúme", de não me deixar ter redes sociais e sair para lugar algum. Eu era uma idiota! Não vi algo que estava bem debaixo do meu nariz, todos deveriam saber, menos eu. Quantas vezes ele deveria ter rido de mim, das minhas declarações. E eu senti raiva, muita raiva, raiva de mim mas muito mais dele. Me levantei, limpei as lágrimas e me virei para a porta. A abri com força fazendo um barulho que os fizeram se assustar. Assim que viu que era eu, Pedro se levantou mostrando sua intimidade e em seguida vestiu sua cueca, a moça ficou enrolada no lençol, sequer se preocupou em se vestir. Eu olhava para o Pedro com decepção, e ao mesmo tempo ódio. Ele veio para perto de mim e começou a tentar se explicar

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora