Capítulo 15 🌼

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_Você está livre! - Essas palavras ecoaram em meus ouvidos, e eu só consegui chorar de emoção.

Depois de quase 3 dias eu teria a minha liberdade. Ainda sentia um mau estar físico mas não me contive, me levantei abruptamente sendo amparada pelo Ricardo. O delegado me olhava com cara de desconfiado, mas eu pouco me importo. O importante é que eu poderia sair dali.

_O meu advogado recorrerá e provaremos que foi uma acusação injusta mas por enquanto já me contento com a liberdade dela. - O Ricardo nem de longe lembrava aquele homem gentil e afetuoso

_Como ela é ré primária terá direito á responder em liberdade, mas enquanto não encontrarmos a caneta ela ficará sob investigação.

_E eu terei o prazer de esfregar na cara de vocês a inocência dela.

Enquanto eles discutiam, eu me mantinha atrás do Ricardo, como se ele fosse um escudo. Na verdade, ele estava sendo tão bom para mim que essa comparação é inapropriada. Ele veio todos os dias para me ver, trouxe roupas, cobertor, alimentos e agora tinha conseguido me tirar deste lugar tão hostil. Eu nunca mais quero passar uma noite sequer em um lugar assim!
Estava perdida em meus pensamentos até que sinto a mão de Ricardo segurar a minha, me guiando para fora da delegacia. Fomos em silêncio em seu carro, ele parecia inquieto e sério. Então não o incomodei. Seguimos o caminho até que ele parou em frente a um alto prédio. Descemos e eu estava boquiaberta de tão lindo que era. Ele foi me guiando em silêncio, quando o elevador parou nós descemos e ele abriu a porta de sua casa.

_Seja bem vinda à minha humilde residência! - Esboçou um sorriso finalmente

Ele estava sendo muito modesto em falar humilde. A casa era linda, toda bem arrumada e decorada. Eu que nunca havia entrado em um lugar tão chique assim estava deslumbrada.
Fui entrando com a boca aberta e os olhos arregalados. Parecia casa de cinema. Ricardo me olhava com um sorriso contido, deve estar me achando uma bobona, com certeza.

_Cuidado com as moscas! - Só assim me toquei e fechei a boca envergonhada

_Desculpe. É que a sua casa é tão linda, só vi casa bonita assim em filme. - Ele estava surpreso, pela sua expressão

_Essa casa não é minha, e sim nossa! - Respondeu brando agora me surpreendendo

_Só por um tempo que ficarei aqui, não quero ser inconveniente.

_Como você quiser... - Se aproximou e segurou minhas mãos. - Mas você não incomoda, saiba disso.

Deu um sorriso singelo e nossa, agora reparando bem, ele é muito bonito. Além de ser extremamente generoso e intrigante. Nos conhecíamos a pouco tempo e ele estava me ajudando tanto. Logo me lembrei das palavras do carrasco, será que ele está interessado em mim daquela forma?
Olhei para ele e mentalidade fiz essa pergunta para mim mesma. Ele estava sendo muito legal, até me ofereceu estádia na casa dele, pagou advogado...
E se ele realmente for como aquele carrasco descreveu? e se ele só estiver me ajudando para me levar para a cama dele?

Fechei a cara e ele estranhou em seguida

_Aconteceu alguma coisa? Você me parece preocupada... - Falo ou não falo? falo ou não falo?

_É que... - O olhei novamente e seu olhar estava atento sobre mim - Você quer transar comigo?

Quando terminei a pergunta eu não sabia aonde enfiar a cara. Ai droga!
Ele se assustou um pouco mas não perdeu a postura e em seguida soltou um sorriso entendendo o meu constrangimento.

_Eu iria adorar, mas eu não a vejo com esses olhos. - Ele meio que interpretou errado, mas que culpa tinha? eu que não me expressei corretamente

_Não... não é isso! - Ainda envergonhada tentei me recompor e refazer a pergunta corretamente. Ai que vergonha! - Eu queria saber se você está fazendo todas essas coisas para conseguir transar comigo?

Soltei tudo de uma vez e pelo visto ele entendeu agora pois ficou surpreso de outra forma.

_O que? Não, é claro que não. - Começou a esclarecer as minhas dúvidas. - Eu estou fazendo isso por você porque acho certo, é injusto tudo o que o Cristopher têm feito à você. Mas o que te faz pensar isso?

_Ah você sabe. Hoje em dia é difícil gentilezas sem visar algo em troca. Você é homem e eu sou mulher, então eu pensei que... - Agora parecia tão tosco o que eu pensei

_Isso nunca se passou pela minha cabeça, tudo que eu faço é de coração! - Abaixei a cabeça e fiquei mais envergonhada ainda. Como eu pude ter pensado algo assim dele?

_Me desculpe! - Ele levantou o meu queixo e abriu um sorriso acolhedor

_Está tudo bem, a sociedade nos implanta esses tipos de pensamentos. - Logo lembrei das palavras do carrasco, em como elas me afetaram

_Não irei mais permitir que os insultos do carrasco me afetem. - Falei para mim mesma e ele olhou-me curioso

_De quem?

_Carrasco. É como eu chamo o senhor Magalhães mentalmente. - Ele esboçou um sorriso mas em seguida fechou a cara

_Por favor, se ele ousar te perturbar novamente não hesite em me falar. - Falou protetor

_Eu acredito que agora ele me deixe em paz, mas eu falarei sim.

_Não sei se ele conhece a palavra limites, mas posso muito bem colocar um freio novamente nele. - Suas palavras me deixaram intrigada

_Como assim colocar um freio nele novamente? o que você fez? - Perguntei curiosa e após um longo suspiro ele se pronunciou

_Quando eu saí da delegacia a tarde eu fui na casa dele, acabei deixando a ira me dominar e o agredi fisicamente.- Confessou envergonhado e eu começei a rir interiormente, ele bem que merecia

_Não se sinta culpado por isso, ele estava merecendo isso à tempos. - Não segurei a fala

_Eu sei, mas eu não gosto de perder as estribeiras. Mas depois de tudo o que ele te fez e falou, eu não consegui. - Ele estava mal, mas que culpa tinha?

_Eu entendo e novamente agradeço por me defender. - Acariciei o seu rosto levemente

_Mas aonde estávamos? Ah claro, conhecer o seu quarto. - Começamos a caminhar e ele ia me mostrando cada cômodo de sua casa e tudo era tão incrível.

Quando ele abriu a porta do meu suposto quarto eu fiquei impressionada. É lindo, todo decorado, com as paredes brancas e cinzas.

_É lindo! - Me emocionei e o abracei com carinho

Ele retribuiu e foi mostrando aquele sorriso encantador novamente.

_Aqui na frente é o meu quarto, se precisar eu estarei aqui. Tem roupas na cômoda, eu pedi para a empregada comprar. Bem, fique a vontade, eu preciso fazer algumas coisas. - Deu um beijo em meu rosto, se virou e saiu

E eu fiquei admirando o quarto e pude descansar um pouquinho. Pela primeira vez em dias eu estava bem, ia ligar para o vovô e se ter um descanso merecido. Eu precisava disso urgentemente.

Edit 🌼

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora