Capítulo 56 ☘

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Vê-la em minha frente assim novamente me despertou aquela boa sensação. Ela andava timidamente sendo observada por vários olhares, inclusive o meu. A sua beleza só destacou-se mais com aquele vestido e por mais que estivéssemos longe, dava para ver seus cabelos bem arrumados e sua pouca maquiagem. Segurei a minha vontade de ir lá e tomá-la para mim, mas infelizmente tem um ao meu lado que não se segurou. Benjamim estava hipnotizado, não tirava os olhos dela e aquilo me deixou incomodado.

_Eu preciso descobrir quem é essa moça! - Prontificou-se ao meu lado

_Só feche a boca para ela não ver a baba! - Carolina disse ao nosso lado

_Não acho isso uma boa idéia, Benjamim. Ela está acompanhada. - Tentei impedí-lo

_Ricardo não irá se importar, eu tenho certeza. - Ele ajeitou a roupa e deu uma suspirada - Como estou?

Se virou para a irmã e perguntou-lhe. Ela apenas sorriu e assentiu dizendo que estava muito bem. Por essa eu não esperava, ele estava afim dela e eu nada poderia fazer. Mas isso não é o pior, eu o conheço, sei que é um bom homem e provavelmente ela também se interessaria por ele. E talvez fosse até melhor para ela alguém como ele. Tentei me convencer disso mas o meu lado ciumento falou mais alto. Quando o vi indo até eles o segurei pelo braço o interceptando. Ele se virou e me encarou sem entender nada.

_Está tudo bem, Cristopher? - Ele deu meio sorriso ainda me olhando

_Ela não é para você. - Tranquei a mandíbula

_Isso nós vamos descobrir. - Ele se soltou e foi até ela

Ele caminhou sorrateiramente e eu voltei ao meu posto, ao lado da Carolina. Tentei segurar a raiva mas foi impossível, agora a minha única salvação era que ela se recusasse a falar com ele. Me segurei nesse fio de esperança, pelo pouco que a conhecia eu acreditava que ela não iria dar bola à ele. Se bem que eu não deveria impedi-la de viver a sua vida. O vi indo para perto de seus pais, aonde ela estava com Ricardo.

_Se controla, já está dando para notar o ciúmes. - Carolina disse fazendo graça

_Está tão perceptível assim é? - Fui retórico ainda com raiva - Ela não vai dar bola à ele, eu a conheço.

_O meu irmão é um bom homem e ele realmente gostou muito dela. - Revirei os olhos e continuei os observando

_Eu dúvido que ela... - Não terminei de falar e os acompanhei com os olhos

Eles caminhavam até o centro e eu não acredito nisso, eles iam dançar. Meu sangue ferveu e eu já me sentia quente ao ver a cena. E piorou quando o vi colocar a mão em sua cintura e começarem uma dança sincronizada.

_Eu disse... - Ela foi sarcástica e eu me mantive paralisado

Ela realmente estava com ele, dançavam como se estivessem em um filme, conversavam quase colados e os burburinhos começaram. Os observei atentamente e me decepcionei comigo mesmo. Ela estava ali, tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Me recordei das nossas conversas, dela tão frágil em minha cama, das nossas brigas, do seu sorriso espontâneo e do dia em que se declarou para mim. Eu a tive e ao mesmo tempo nunca a tive. Nunca fui corajoso o suficiente para estar ali ao seu lado, então talvez eu também não a merecesse, e outro sim. Ela é destemida e extremamente gentil, logo apareceria alguém na vida dela, se não fosse o Benjamim, seria outro e eu não tenho o direito de empacar a vida dela.

_É meu amigo, você perdeu. - Ela colocou a mão em meu ombro e eu suspirei tenso

Me dirigi até o outro canto do salão, eu precisava ficar sozinho. Deixei a taça na bandeja do garçom e me recostei na parede. Ela não me viu em momento nenhum, ela também parecia estar gostando dele, pois várias vezes ela sorriu com algo que ele disse.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora