Capítulo 64 ☘

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_Meu Deus! - Exclamou ela ao meu lado com as mãos na boca

_Gostou? - Perguntei para confirmar

_Eu nunca andei em um desses, na verdade, eu nunca vi um desses! - Ela olhava com os olhos arregalados para o jatinho

_Eu imaginei. Mas como é uma longa viagem, é preferível que seja em um meio de transporte mais rápido. Sem contar que amanhã cedo você tem que ir trabalhar.

_Até nisso você pensou! - Ela sorriu e em seguida seu rosto foi tomado por preocupação - Eu estou com medo, e se ele cair?

_Não se preocupe, é seguro e já está bem equipado. - Garanti para deixá-la mais segura - Vamos?

_Vamos né! - Ela me deu a mão e caminhamos para perto do jatinho

Em todo momento ela olhava boquiaberta para ele. Era nítido a surpresa dela e eu espero que ela goste.
Entramos e ela soltou um longo suspiro ao ver como era por dentro.

_Tem quarto, banheiro e se sentir fome também há comida. - Disse após ver sua cara de surpresa

_Tem banheiro aqui? - Ela parecia uma criança ao ganhar seu brinquedo favorito

_Tem sim! - Me aproximei dela e toquei o seu rosto - Tudo do melhor para você!

_Isso deve ter sido muito caro, tipo, o aluguel para um dia... - A interrompi rindo da sua ingenuidade

_Querida... - Parei de rir e a observei - A sua inocência me cativa, sabia?

_Eu disse alguma coisa estúpida? - Ela questionou sem entender

_Não. Foi só um equívoco de sua parte achar que é alugado!

_Está me dizendo que... é seu? - Ela olhou ao redor e eu sorri com as mãos no bolso da calça jeans

_É! - Disse com extrema naturalidade

_Isso significa que... você é mesmo advogado? - Ela perguntou me tirando gargalhadas

_Sou ué. Caso não saiba, é uma profissão muito boa e que rende grandes quantias. E veja bem, eu exerço desde os meus 24.

_E é o melhor advogado da cidade. - Ela concluiu e o meu ego gostou disso

_Modéstia parte! - Tentei não soar convencido

_Já vamos decolar, senhor Magalhães! - O piloto informou e eu assenti

_Sente-se, eu vou colocar o seu cinto. - Pedi e ela atendeu prontamente

Coloquei o cinto nela e me sentei em seguida ao seu lado colocando o meu também. Ela ficou do lado da janela observando o jatinho sair do chão.

_Ai meu Deus, meu Deus, meu Deus! - Ela começou a ficar tensa e eu segurei a sua mão

_Relaxa... - Ela tapou os olhos com medo - Se fechar os olhos não vai conseguir ver a paisagem.

_Eu estou com medo! - Ela disse ainda com os olhos fechados - Ah! - Gritou quando ele começou a voar

_De primeira vez da um medo mesmo, sabe? - Tentei conversar para tranquilizá-lo - Eu por exemplo também sofri muito.

_Você? - Assenti - E como foi?

Comecei a contar das viagens que fazia com o meu pai quando criança. Do quanto ele era insensível e não me dava apoio nessas horas e aos poucos ela foi se acalmando e tirando as mãos dos olhos.

_O seu pai parece ser um homem muito cruel! - Concluiu cabisbaixa

_Ele realmente é. Nunca me deu muito afeto e talvez fosse por isso que eu era tão duro. Talvez, segundo a terapeuta, fosse por isso o bloqueio emocional.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora