Capítulo 59 🌼

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A pedido do Cristopher, fui entrando no restaurante. Ele esqueceu algo no carro e voltou para pegar, eu iria aguardá-lo lá dentro até que voltasse. O restaurante é simplesmente lindo, nota-se somente pela entrada. Parei na portaria para fazer a identificação, pois ele disse que era necessário e a todo momento o moço me olhava atentamente. Tentei disfarçar mas ele insistia em me deixar desconfortável. Talvez fosse só paranóia minha, talvez eu estivesse somente vendo coisas. Mas não, o que veio a seguir confirmou que não.

_Não poderá entrar, já estamos cheios! - Olhei para dentro e ainda tinha duas mesa vazias, na minha vista

_Mas ainda há duas mesas vazias!

_ É a deste casal atrás de você e do senhor Magalhães. Aqui nós fazemos reservas, pois não gostamos de bagunça. - Assenti

_Pois muito bem, eu sou a acompanhante do Cristopher Magalhães! - Ele me olhou com puro desdém e deu uma risada debochada

_O senhor Magalhães caiu mesmo de nível. - Ouvi o casal rir atrás de mim - Eu o conheço, sei que é um homem honrado. Ele nunca se submeteria a ficar com alguém como você.

_Você conhece a versão passada dele. Nós estamos aqui juntos, ele apenas foi no carro buscar algo que esqueceu e pediu para que eu entrasse. - Disse já me sentindo mal

_Você quer mesmo que eu acredite que você irá jantar aqui com ele? Se ponha no seu lugar e volte a porta dos fundos, pois aqui você só entraria como empregada.

Neste momento o homem ficou quieto, aliás o casal atrás também e os que estavam ali presentes. Olhei para trás e ele estava ali, para a surpresa de todos. Imediatamente corri para o seu lado e pude ver que ele estava ficando vermelho. Estava com raiva, então provavelmente ele ouviu. Toquei seu braço delicadamente e ele passou a me olhar com ternura.

_Vamos embora daqui! - Pedi em uma súplica

Ele apenas assentiu, limpou a lágrima antes que ela caísse e me deu um beijo na testa sorrindo em seguida. Mas não era o seu sorriso natural, escondia algo por trás. Ele andou até o moço na portaria e o segurou pelo colarinho o encarando com fúria.

_Repete o que disse à ela! - Ele disse quase como um rosnado

_Senhor Magalhães, eu... - Ele o interrompeu o soltando

_Repete caralho! - Alterou a voz assustando o homem

_Ela... ela disse que veio jantar com você e eu pensei que fosse mentira. - Ele colocou a mão no bolso a contragosto

_Por que pensou isso?

O homem se manteve quieto, apenas segurando o tablet. Ele não iria falar, nunca admitiria que era um racista, que não me queria no lugar por um simples motivo.

_Eu sei porque você disse aquelas coisas para ela. - Ele se aproximou - Porque você é um racista, e caso não saiba isso é crime.

_Eu não sou racista, eu converso com pessoas negras. - Ele riu em deboche

_Eu tenho vergonha de já ter sido assim um dia. - Ele se virou para mim e assentiu - Eu vou abrir um processo contra esse lugar, e se me conhece, sabe que eu sou o melhor advogado da cidade. - O homem o tocou e isso o enfureceu mais

_Não senhor, por favor, não faça isso. O lugar pode fechar e serão várias famílias desempregadas. Por favor, não faça isso conosco. Eu também tenho família e eles precisam de mim! - Implorou mas ele não deu a mínima

_Em primeiro lugar, não me toque. - O homem tirou a mão - Em segundo, eu acho que isso não cabe à mim, e sim a vítima. É à ela quem deve desculpas.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora