A minha relação com a Aline estava bem melhor depois da nossa conversa no carro. Nos tratavámos com respeito e ela era até que bem legal. Sei que ainda falta muito para conseguir me redimir, mas farei como a terapeuta pediu; um passo de cada vez.
_Entre! - Dei autorização para que a porta fosse aberta
_Com licença, senhor Magalhães. - A secretária entra e me entrega um papel
_O que é isso? - Perguntei passando os olhos
_É uma intimação. O senhor está sendo acusado de agressão ao sócio de uma boate chamado Gustavo Mendes. - Estava demorando para isso acontecer
_Era só o que faltava. - Revirei os olhos indignado - Pode se retirar senhora Pires.
Ela saiu e eu li cada parágrafo da intimação. Então esse estuprador babaca acha que pode me processar, não é? Pois ele não perde por esperar. Eu farei questão de eu próprio ser a minha defesa.
Voltei a me concentrar no outro processo, o do Pedro Silveira. Está aí uma causa difícil, a audiência já é amanhã e eu particulamente espero conseguir vencê-la. De repente meus pensamentos foram de encontro a um par de olhos claros e um sorriso radiante. Agora ela deveria estar lá em casa, e como eu também queria estar lá, nem que fosse para somente vê-la. E pensar que eu já fiz aqueles olhos ficarem tristes. Suspirei e afastei esse pensamento, eu nunca conseguirei ver o que está por vir se eu ficar pensando no que passou. Olhei as horas no relógio e parecia ter garrado. Mas o que isso importa? Eu posso muito bem sair quando eu quiser. Fechei o paletó, peguei alguns papéis para levar para casa e me despedi da secretária.
Liguei para o doutor Soares para que ele fosse a minha testemunha e só precisaria convencer a menina para que ela também fosse depor. Ela, com certeza não deve se lembrar de muita coisa, mas é importante que ela vá. Não será fácil estar frente a frente daquele cretino novamente, mas eu queria justiça. Eu não estava em um bom estado de espírito para ir para casa pir agora, então desviei o meu caminho para outro lugar. Estacionei e desci já ansioso, entrando em seguida._Cristopher, como vai? - Ela estendeu a mão me cumprimentando
_Estou bem, Cristiane. Mas preciso de uma ajuda. - Ela arqueou a sombrancelha em surpresa
_Então suba, por favor. - Ela abriu caminho e eu subi
Entrei em sua sala e me sentei de frente para ela.
_Já fizemos isso tantas vezes, não precisa ficar nervoso. - Era muito perceptível mesmo
_É sempre uma experiência nova para mim.
_Então vá devagar. Me diga, o que te aflige? - Comecei a mexer nos dedos compulsivamente
_O problema sou eu. - Ela sorriu me incentivando - Eu acho que eu gosto de uma pessoa mas não sei sabe...
_O que te faz pensar que tem esse tipo de sentimento por ela? - Ela questionou anotando algo em seu caderno
_Eu gosto de estar com ela, gosto das nossas conversas, gosto até quando ela fica brava. - Ela me olhou analisando a situação
_O que sente pode ser apenas amor fraternal, sabe disso, não?
_Eu também a desejo, doutora.
_Isso não é o suficiente para que afirme que gosta dela. Acredite Cristopher, esses sentimentos vão muito mais além do que você imagina.
_Eu posso imaginar. E eu me sinto debilitado, eu nunca senti isso e não sei como lidar.
_Atração sexual não é o bastante para afirmar que está enamorado. Na verdade, qualquer sentimento como gostar, paixão ou amor é muito complexo. Somente o tempo dirá se existe verdadeiramente ou se é carência passageira.
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O outro lado do amor
FanfictionNenhuma linha se cruza por acaso, certo? Cristopher Magalhães é o homem que encanta a qualquer mulher, aparentemente destemido e egocêntrico, e ao mesmo tempo frágil e intrigante. Aline Dias está fora de qualquer padrão, é sensível mas também dete...