O outro lado do amor

Capítulo 24 ☘

Eu saí do apartamento do Ricardo as pressas e ainda bastante abalado. Que tipo de feitiço era esse que ela tinha lançado sobre mim?
Fui na casa de Ricardo para falarmos de um negócio pendente de antes dele ter se demitido. Engoli o meu orgulho e fui, mas dei de cara com aquela menina. Eu não consegui segurar a raiva novamente e acabei falando coisas ruins para magoá-la e para a minha surpresa ele não se entristeceu como algumas vezes, pelo contrário, sua língua estava mais afiada do que nunca. E para o meu desgosto eu senti aquela sensação novamente quando estava perto dela, de alguma forma ela mexia com o meu psicológico e me causava uma sensação diferente. Quando estava sob o meu domínio eu pude sentir sua respiração de perto e tocar a sua pele. E enquanto ela falava eu sentia o meu coração pulsar rapidamente, minha mente tomou outro rumo e quando ela insinuou coisas sobre mim, eu fiquei irritado, mais precisamente porque comecei a sentir um incomodo na calça, e não! Não é possível que isso estava acontecendo de novo. Eu estava excitado, e por ela. Mas não, eu não aceito isso. Me afastei imediatamente para não deixá-la constrangida e também para que não percebesse. Por mais que eu não goste dela e saiba a mulherzinha que ela é, não é do meu feitio assediar mulheres. Mas isso nunca mais aconteceria, o nome disso é falta e eu vou resolver isso imediatamente para não passar por essas vergonhas novamente.

_Eu preciso retificar essa situação! - Passei a mão na cabeça e espantei os pensamentos sobre esse episódio

Fui para o meu carro e segui dirigindo afastando os pensamentos à respeito dela. Isso é impossível, é claro que eu só estou sem a algum tempo e com certeza é por isso que eu estou assim, ela é mulher tal, mas não me causa nada, nada, nada além de repulsa e eu provaria isso hoje, colocaria um ponto final nessas paranóias sem noção. Peguei o meu telefone e disquei um número, já fazia tempos que eu não ligava para ela mas parece que agora é necessário.

_Olá Cristopher! - Sua voz suave soou do outro lado da linha

_Como vai, Carolina? - Ouvi sua risadinha e pude relaxar

_Vou bem. Quanto tempo você não me liga, já estava com saudades... - Ironizou me fazendo rir

_Te pego hoje às 19:00 e não se atrase, sabe que eu odeio atrasos. - Desliguei e dirigi até o meu escritório.

Eu e Carolina nos conhecemos há alguns anos. Ela é uma velha conhecida da Família Magalhães. Nos conhecemos em uma festa na casa de sua família e de primeira ela me encantou, tem uma postura exemplar, é inteligente e ainda por cima é muito bonita. Começamos a nos encontrar casualmente, sem compromisso e isso é um ponto forte nela. Não fica grudada e não temos cobranças. Quando der vontade é isso mesmo e cada um segue sua vida sem encher o saco do outro. Ela não é alguém que me desperte o interesse de me relacionar, mas é uma boa foda.
Comecei a trabalhar para que as horas passassem mais rápido e funcionou. Quando olhei no relógio já eram quase 18:00, então organizei tudo e fui para casa. Tomei banho e comecei a me arrumar, peguei o meu carro e fui dirigindo até a sua casa. Quando cheguei ela já estava me esperando no portão, elegante como sempre. Vestia uma blusinha preta e uma saia longa florida aberta na frente juntamente com sandálias. Seus cabelos estavam soltos e os fios pretos voavam a medida que o vento batia em seu rosto. Desci do carro e fui até ela, beijei sua mão a cumprimentando e pude sentir o seu perfume exalando.

_Sempre tão linda... - Ela me olhou sedutora

_E você sempre tão galanteador! - Nos dirigimos ao meu carro e eu segui dirigindo

A levei ao restaurante e nós jantamos em um ambiente agradável e uma conversa bastante relaxante. Por alguns instantes eu deixei os pensamentos ruins e tudo que estava tirando a minha paz de lado. A Carolina é uma boa moça, me distrai e me proporciona bons momentos. Fazia tempos que eu não a chamava para sair pois estava focado de mais no trabalho, mas a situação já estava crítica. Para mim chegar ao ponto de ter uma ereção por aquela menina, com certeza é por quê eu já estava na preula, e para essas emergências, eu ligava para quem poderia me ajudar. Carolina não é só um par de coxas e um belo rosto , a sua companhia também era bastante agradável, mas sem dúvidas vê-la nua em meus braços era algo bem melhor. Então encerrei logo a conversa, paguei a conta e dirigi até o seu apartamento. Não levo mulheres para a minha casa, por motivos bastante pessoais. É o meu espaço e eu não gosto que ninguém o invada. No caminho ela foi me acariciando, dando um spoiler do que iria acontecer, mas eu dirigi sem desviar os olhos da rua, em hipótese nenhuma eu quero levar multa. Entramos no seu condomínio no leblon e subimos de elevador até chegar em seu andar. Ela abriu a porta e eu a prensei na parede segurando os seus cabelos, fechando a porta em seguida. Ela fechou os olhos e eu fui me aproximando para beijá-la, mas assim que ia para tomar a iniciativa eu comecei a sentir um embrulho diferente, até que...
Não, isso não é possível. Isso não está acontecendo agora...