Capítulo 30 ☘

107 16 9
                                    

_Inferno! - Gritei com raiva assim que cheguei no meu quarto.
Com a reforma no escritório, eu vim mais cedo para casa. E me arrependi assim que abri a porta. Ouvi uma música e quando me aproximei ela estava lá. Dançando destraída com um short extremamente sexy enquanto limpava algo. Fiquei um tempo a observando e ela sequer notou a minha presença. Comecei a me recordar daquele dia, depois desse dia eu nunca mais tive uma noite tranquila. A minha memória ainda estava fresca, e vê-la assim hoje fez com que toda a minha postura fosse embora. Eu tentei me manter o mais longe possível todos esses dias, e ela também, e até funcionou. Mas hoje ia ser difícil. Meu pau me incomodou na cueca e eu tratei de me controlar. Mas não deu muito certo após os acontecimentos seguintes. Desta vez eu não consegui me conter, mas ela foi firme. Seu rosto quem o diga! Meu subconsciente ironizou. Me olhei no espelho do banheiro e ainda tinha a marca de seus dedos. Ela não ia ceder, por mais que eu insistisse, ela não ia nunca mais me proporcionar aquelas cenas. Depois de tanto pensar há alguns dias atrás, eu cheguei a conclusão de que, se ninguém nunca soubesse eu poderia sim ficar com ela. Não fazia o meu tipo mas pelo visto é só por ela que o meu pau se agradou. Duas cabeças para quê se nenhuma está raciocinando direito? Eu só poderia estar louco! Louco por ela, talvez!
Ou é só tesão guardado, sei lá, é uma experiência nova, vai ver o meu cérebro acha isso interessante. Eu nunca fiquei com alguém como ela, então provavelmente é o meu corpo querendo experimentar algo diferente. E por mais que eu lutasse com todas as minhas forças para não cair em tal tentação, tudo me levava à ela. Na maioria do tempo eu a desprezo e quando estou perto dela a desejo. Não consigo enxergá-la mal ou sentir repulsa, apenas a vejo como uma menina mulher, extremamente sedutora.
Eu realmente estava disposto a deixar esse preconceito de lado, pelo menos até tê-la em meus braços, mas ela se recusou. Eu até tentei mas não iria forçá-la, não preciso disso. Por mais que o meu ego e orgulho estivessem feridos, eu não ia desistir.
Tomei um banho e me arrumei para o jantar que tinha hoje a noite. Quando saí reparei que ela não estava mais em casa. Deixou tudo tão limpo e organizado e eu sorri discretamente.

_Ah menina...

Tranquei o apartamento e saí dirigindo até o restaurante marcado. Assim que cheguei entreguei a chave ao manobrista e entrei. A reserva já estava feita e para a minha sorte o cliente já estava lá.

_Boa noite, Senhor Silveira! - O cumprimentei com um aperto e mão e me sentei

_Boa noite, Senhor Magalhães! - Ele retribuiu o aperto e deu um aceno

Comecei a mostrar à ele como funcionava os honorários, pois ele queria contratar um bom advogado para entrar em sua causa. Pelo que ficou claro, ele estava com problemas com o antigo dono do terreno aonde mantém a sua loja de autopeças. Deixei cada tópico esclarecido e ele decidiu me chamar para a sua causa. Disse ter boas referências de mim, então achou a decisão mais sensata. Era uma causa rápida e ganha, não teria problemas e então eu aceitei. Enquanto conversávamos, o jantar era servido e começamos a comer em um clima agradável. Até que ela me veio a memória. Grunhi imediatamente e ele me olhou estranhando a minha repentina mudança.

_Aconteceu alguma coisa? - Ele colocou o seu garfo de lado e me observou

_É um assunto particular... - Tentei ser evasivo, mas ele insistiu

_Se não tiver nada relacionado a mulher é fácil de solucionar esse problema. - Voltou a comer

_Infelizmente é sobre uma mulher.

_Boa sorte, você irá precisar. - Riu em deboche

_É... irei mesmo. Essa menina é uma peste, não dá o braço a torcer. - Ele levantou a sombrancelha curioso

_Se eu puder te ajudar... - Me incentivou a falar e até que poderia ser uma boa idéia

Duas cabeças pensam melhor que uma. Sentei me ajeitando na cadeira e comecei a falar:

_Ela trabalha na minha casa e desde um dia que eu a seduzi de "brincadeira", ela nunca mais foi a mesma. Não me deu brecha para tentar saciar os meus desejos e logo agora que eu me interessei por ela.

_Mas vocês já ficaram, ou coisa parecida? - Ele ouvia atentamente e se mostrava muito interessado no assunto

_Não, é claro que não. Até um tempo atrás eu não suportava olhar para ela, mas depois de algum tempo eu só consigo pensar nela, pensar em tê-la rendida à mim novamente, mas ela nega com veemência.

_É muito complicado cara, as mulheres são loucas. Ora dizem querer algo, ora mudam de idéia...

_Isso nem é o pior. Ela é de longe uma mulher linda e atraente, mas eu não entendo o porquê de querê-la tanto. Talvez porque ela seja diferente. - Dei de ombros e ele ficou curioso

_Mas diferente como?

_Ela é diferente do ciclo de mulheres que eu já fiquei. É brava, imponente e...negra

_Ah, então é isso! - Ele sorriu e manusiou a cabeça

_Você entende como é difícil? Eu não posso simplesmente ficar com ela, é toda uma barreira, não posso deixar que ninguém saiba ou descubra, seria o meu fim.

_É, eu entendo. Ficar com mulheres assim é complicado. A minha ex mesmo, puts, era até vergonhoso para mim. Eu martelei de todo jeito e aquela vagabunda nunca se entregou para mim. - Ele pareceu se recordar de algo mas não dei importância

_Eu só preciso convencê-la a ficar comigo, pelo menos uma única vez! - Passei a mão no cabelo

_Mas isso é fácil. Ele trabalha para você, então é pobre e para variar também é negra, você tem o trunfo em suas mãos. Basta somente saber usar. - Tentei acompanhar o seu raciocínio mas estava difícil

_Seja mais claro, por favor, Pedro.

_Basta você oferecer uma quantia à ela. Eu tenho certeza que ela precisa e mulher nenhuma recusaria uma proposta bem feita.

_Talvez você tenha razão... - A idéia me parecia muito boa

_É claro que eu tenho! Vai por mim, essa mulher vai aceitar sem pestanejar. Todas são assim, ambiciosas e mesquinhas!

_Eu farei isso, amanhã mesmo. - Sorri intencionalmente - Mas isso fica entre nós, okay?!

_Claro. Eu não iria esparramar sua vida pessoal aos quatro ventos.

_Agradeço! - Passamos mais algumas horas conversando e fomos para nossas respectivas casas.

Tomei um banho e me deitei somente de cueca. E mais uma vez eu tive uma noite mal dormida por causa de uma certa menina. Me virei na cama inquieto mas não me levantei. A idéia do Pedro rondava a minha mente e eu tratei logo de preparar a melhor proposta.
Acordei depois de uma cochilada e fui me arrumar para esperá-la. Eu faria a proposta agora mesmo de manhã para concretizar a noite, assim ela teria um tempo para pensar.
Desci, olhei no relógio e ela entrou se assustando com a minha presença ali. Ela ignorou a minha presença e já ia sair da sala mas a interrompi antes.

_Bom dia, senhorita Aline! - Uau seu nome suava bem em meus lábios e por sinal era bastante gemível

Ela parou e se virou para mim. Estava estranhando o fato de não somente lhe dar bom dia como também a chamar pela primeira vez por seu nome. Depois de me encarar confusa ela deu uma suspirada longa.

_Bom dia, senhor Magalhães! - Agiu formalmente como estava fazendo até antes de ontem

_Antes que comece as suas funções, eu preciso falar com você. - Ela arqueou sombrancelha e se aproximou

_Pode falar, sou todo ouvidos... - Fiz o gesto para que ela se sentasse

Ela sentou seguida por mim e estávamos frente a frente. Eu me sentia nervoso, não sei por quê. Esfregava a mão apreensivo e ela somente me olhava curiosa. Deixei esse drama de lado e fui direto ao ponto.

_Eu vou ser bem objetivo... - Ela assentiu e eu prossegui - Quanto você quer para transar comigo?


Edit ☘

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora