Merda, Merda, Merda! Mil vezes merda!
Entrei em casa me praguejando por ser tão covarde. Joguei o celular e a chave no sofá irritado de verdade comigo mesmo._Eu sou mesmo um acéfalo! - Murmurei e joguei a mesa de centro no chão
Eu só queria extravasar a raiva que eu estava. Eu a tive e no mesmo instante a perdi, e por estupidez minha. Retirei o quadro da parede e o estraçalhei no chão.
Mas achei melhor parar com isso, se não daqui a pouco eu iria colocar ao chão a minha própria casa. E seria ruim para ela que viria amanhã arrumar. Ou será que ela não viria mais? De certa forma ela estaria no direito de não querer me ver nunca mais. Esse pensamento fez o meu coração moer, eu não conseguiria ficar longe dela, porque eu...
O que isso importa agora? Ela não quer, as mínimas chances que eu tinha foram eliminadas depois do meu papelão de hoje. Suspirei subindo para o meu quarto, indo para o chuveiro. Talvez ela estivesse certa, insistir pode ser burrice da minha parte, já que ela não vai retroceder. Mas conviver tão perto dela, sentindo o que sinto também não será nada fácil. Eu só tinha duas opções: Fingir que nada acontece entre nós, que não sentimos nada um pelo outro ou entrar de cabeça nisso, sem me importar com a opinião alheia. Comecei a pensar em como seria a minha vida ao lado dela, ao meu ver parecia muito satisfatório mas ao mesmo tempo turbulenta. Eu tinha muito a perder e infelizmente não tenho essa coragem. Oficialmente, eu sou um covarde! Talvez o que eu sinto também não seja forte o bastante para enfrentar o que viria. E por isso eu ficaria com a primeira opção. Pela primeira vez na vida eu odeio ser quem eu sou! As coisas seriam mais fáceis se eu não fosse esse homem, se não vivesse no mundo em que vivo.
Fechei o chuveiro e comecei a me secar, vestindo somente uma cueca. A cueca que ela disse achar bonita. Sorri com esse pensamento, agora eu nunca mais olharia para aquela cueca da mesma forma. Me deitei e esperei o sono chegar, evitei pensar nela já que me decidi não mais incomodá-la. Mas foi em vão, a única coisa que me vinha na memória era ela, o sorriso dela, os seus olhos claros, o cheiro dela, os nossos momentos, em fim, ela. Virei de lado e limpei uma lágrima que já estava para descer. Aquilo foi algo que me surpreendeu, eu não sou de chorar fácil, sempre tive certezas e firmeza, mas agora, sou como um adolescente que acabou de entrar na puberdade. Não tenho mais nenhuma certeza, além de que eu preciso dela, mas nunca a terei.
Acordei e pude ouvir barulho vindo de lá de baixo. Ela já estava aqui. Tomei banho e me vesti rapidamente, passei um perfume e peguei a minha pasta. Desci e a encontrei recolhendo os pedaços do quadro. A mesa já estava posta, ela estava de costas mas sabia que eu estava ali atrás dela. A todo momento ela se manteve distante e não pronunciou nenhuma palavra. Assim que ela acabou de recolher e colocar em uma sacola plástica, ela se levantou e se virou para mim. Não pude evitar dar um longo suspiro ao vê-la, meu coração começou a acelerar vendo-a tão linda em minha frente, com os cabelos soltos e roupas simples. Eu já sabia que não ia ser fácil, mas ao vê-la, eu descobri que seria impossível. Me aproximei dela que saiu andando para a cozinha ignorando a minha presença. Eu pensei em segui-la, mas para quê? Não é justo submetê-la a isso por covardia minha. Então me sentei e comecei a comer e beber café. Meu celular começou a tocar, e quando olhei na tela era o Pedro Silveira._Senhor Silveira? - Ela trouxe o café e começou a me servir
_Como vai senhor Magalhães? Estou ligando somente para confirmar o compromisso de hoje! - Eu já tinha até me esquecido disso
_É claro, está confirmado. Na minha casa certo? - Eu não estava com vontade alguma de comemorar, mas eu já tinha confirmado ontem
_Por mim está ótimo, até mais tarde! - Ele desligou e eu voltei a comer
Bebi um pouco do café e ela se mantinha em pé ao lado da mesa. A encarei mas ela desviou o olhar novamente me ignorando. Seu celular começou a tocar e ela desligou ao ver quem era.
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O outro lado do amor
FanfictionNenhuma linha se cruza por acaso, certo? Cristopher Magalhães é o homem que encanta a qualquer mulher, aparentemente destemido e egocêntrico, e ao mesmo tempo frágil e intrigante. Aline Dias está fora de qualquer padrão, é sensível mas também dete...