Capítulo 31 🌼

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Eu não conseguia assimilar se aquela pergunta era real ou projeção da minha mente. Fiquei alguns segundos quieta e olhei para o homem em minha frente. O senhor Magalhães não parecia estar blefando ou coisa parecida. Ele estava sim me fazendo uma proposta descabida. Senti meu estômago embrulhar e minha cabeça girar, que precisei respirar fundo para não ter um mal súbito. Como ele tinha coragem de me oferecer dinheiro em troca de ficar com ele? Há um tempo atrás sequer suportava a minha presença e agora surge com uma proposta nojenta e sem cabimentos. O que ele pensa que eu sou?

_Você pode pensar, eu irei para o escritório e a noite estarei aqui! - Suas palavras me tiraram do transe

Eu me levantei, fiquei de costas para ele segurando as lágrimas e respirando fundo.  Senti quando ele se levantou também e estacionou atrás de mim. Era possível ouvir minha respiração, pois eu me sentia sufocada. O silêncio tinha se estabelecido e eu fiz questão de quebrá-lo. Me virei agora um pouco mais calma e não o dei oportunidade de desferir mais nenhuma sandice. O som foi tão alto que fez eco, eu reuni todas as minhas forças e pelo visto deu certo, sua face esquerda estava com a marca certinha da minha mão e seu rosto permaneceu imóvel por alguns segundos.

_Você é nojento! - Foi só o que consegui falar, meu peito subia e descia devido a respiração ofegante

_Isso é um não? - Seu rosto se virou e ele voltou a me encarar

_Mas é óbvio que isso é um não! - Ri em sarcasmo - O que você acha que eu sou para me sujeitar a uma proposta tão inescrupulosa como essa?

_Alguém que precisa de dinheiro, talvez...

_Precisar eu preciso sim, mas não sou nenhuma vadia para obter por esses meios.

_Você não quer ao menos pensar? - Insistiu e aquilo me irritou

_Não, eu não quero pensar em nada. Essa é a minha resposta!

_Está sendo burra!

_Burra eu fui quando quase me entreguei a você. Você é um homem mesquinho e arrogante.

_Não, está sendo burra agora também. Será que não vê como eu estou desesperado, veja só o ponto que cheguei. Você acha mesmo que isso me agrada? Acha que eu já fiz proposta semelhante a outra? - Ele deu uma pausa - Não! Porque eu nunca precisei descer tão baixo.

_Você pode falar o que quiser, nada irá me convencer de aceitar! - Ele se aproximou e eu não me afastei

_Você é uma teimosa do caralho!

_E muito orgulhosa também. E outra, eu também não quero me contaminar com você... - Seu olhar ficou ainda mais escuro

_Ah menina... - Ele me encarou profundamente - Você está me deixando louco!

_Sugiro que procure outra para suprir a sua carência. - Ele me segurou pelo braço e me pôs sentada na mesa de centro

_Eu bem que gostaria mesmo, mas o meu corpo não me obedece! - Ele colocou as mãos na mesa

Eu fui me inclinando, ele se abaixando, olhando dentro dos meus olhos e me encurralando. Nossos corpos estavam muito próximos, eu podia ouvir a sua respiração.

_Se você não me deixar sair eu vou... - Ele me cortou com uma raiva contida

_Você vai fazer o quê, hein? Me dar outro tapa? Saiba que eu estou torcendo para você fazer isso, é o que basta para mim perder o controle de vez. - Suspirei temerosa

_Se você ousar me tocar sem o meu consentimento, eu posso processá-lo. Você é advogado, sabe muito bem disso. - Disse entre dentes

_Eu não vou fazer nada que você não queira, eu não sou assim. - Ele cheirou o meu pescoço e fechou os olhos - Mas adoraria que você quisesse...

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora