Capítulo 6

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Chegar algemada na delegacia foi muito humilhante e constrangedor, os policiais eram educados e simpáticos, principalmente Dick e Carlos, ambos recém contratados e chegados na cidade. As meninas e eu fomos separadas e encaminhadas para áreas diferentes, assim não poderíamos criar distrações e combinar o que diríamos, inteligente.

Zattana foi encaminhada para perto dos banheiros, e mesmo de longe, pude ouvir seus comentários maldosos sobre o cheiro forte e nojento exalando do lugar. Selina, como tinha péssima fama entre os homens da lei, foi uma das que mais sofreu, sendo escoltada por três policiais altamente armados, sua habilidade é intimidadora até para eles.

Bárbara, sendo filha do comissário e um exemplo de boa postura, teve seus privilégios e pode aguardar na sala de Gordon, mas dois homens fardados vigiavam cada movimento e ação da mulher. E eu fui abençoada com meu anjo salvador, Grayson estava sendo gentil de uma forma surreal, ele parecia entender todos os motivos que me levaram a tomar medidas tão extremas e violentas.

Ele inclusive trouxe uma xícara de café e alguns bolinhos de morango, comprados com o próprio dinheiro enquanto estávamos vindo para a delegacia, Dick é simpático, engraçado e incrivelmente atraente. Permaneci quieta no acento duro e desconfortável, entediada com a demora de Gordon, ele é o único autorizado a fazer interrogatórios e ouvir depoimentos de violência e outros crimes.

- Senhorita, seu celular tem vibrado e um número insistente tem ligado - Dick apareceu e mostrou o aparelho em mãos.

- O contato está salvo na agenda? - Sorri ciente de que ele estava arriscando seu cargo ao trazer o celular até mim.

- Não, é desconhecido - Respondeu e eu apenas acenti, ponderando e refletindo sobre a situação.

- Desliga, não é importante - Respondi e tirei os sapatos de salto, massageando meus pés vermelhos e doloridos.

- Tem certeza? - Repetiu olhando o alto e elevado número de ligações perdidas.

- Sim, deve ser telemarketing - Afirmei e suspirei com a sensação de alívio.

(...)

Enquanto isso, do outro lado da cidade, na caverna abaixo da mansão Wayne, Bruce olhava fixamente para o próprio celular, alheio aos olhares curiosos de Alfred. O bilionário se sentia confuso, perdido e rejeitado. Ele ligou e repetiu o processo algumas vezes, um pouco desesperado e ansioso, mas Eloíse não havia atendido nenhuma das chamadas, gerando os pensamentos cheios de agonia.

Seu alterego, mais do que ninguém, tem conhecimento dos perigos de Gotham, crimes contra mulheres são frequentes, e uma linda e curvilínea mulher como Eloíse chama atenção de homens mal intencionados. A garota tinha poder sobre ele, era a primeira vez que sentia a necessidade incondicional de proteger outra pessoa com tudo de si, isso assustou o rapaz de 25 anos, no auge da juventude.

Como poderia proteger a cidade quando estava praticamente refém de uma mulher de temperamento forte e indomável? Seu único e exclusivo objetivo era garantir segurança para as famílias e pessoas de bem, mulheres eram apenas divertimento e distração, sua vida era basicamente uma mentira, durante anos essa farsa foi suficiente, mas não parece atrativa e necessária, tudo por causa dela.

- O que tem afligido seu coração, mestre Wayne? - Questionou Alfred andando no local com cuidado e extrema atenção.

- Nada - Suspirou olhando o aparelho na mesa - Absolutamente nada - Repetiu com as emoções pesadas e negativas.

- Lady Eloíse está bem, mas se significa tanto para o senhor, porque não rastreia o seu celular e verifica? - Perguntou e simplesmente saiu andando, indiferente.

Caos e Ordem - Bruce WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora