CAPÍTULO 11

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"Digamos que não queira ficar nessa festa" Ele olha para as pessoas da festa bem longe.

Me assusto e arregalo meus olhos para ele. "Quem é você?" Me afasto um pouco.

"Uma pergunta muito forte para se fazer, mas meu nome é..."

Somos interrompidos com a Ravena vindo em nossa direção, gritando com duas bebidas na mão.

"Onde você estava? Eu te procurei pela festa inteira!" Ela fala arrastado e olha para o homem ao meu lado.

"Oh, me desculpa..." Ela dá meia volta com as bebidas e sai correndo.

Olho para o moço que já estava me olhando e digo "Olha... Me desculpa, mas eu não te conheço e eu preciso ir!" Me levanto de uma maneira idiota.

"Como quiser!" Ele se levanta também se limpando.

Vou andando com os braços cruzados de tanto frio que estava. Devia ter trazido casaco. Encontro Ravena sentada no sofá conversando com duas meninas, pareciam ter um assunto legal. Olho para Ravena que se levanta rapidamente com uma expressão maliciosa querendo explicação do homem.

"Eh, não, eu não quero te atrapalhar. E-eu só vim avisar que já estou indo embora." Falo.

"Que isso, muié! Nós vamos juntas!"

"Não, é sério, pode ficar, eu tô cansada daqui!" Falo num tom mais alto por conta da música.

"Não, eu... Só estava conversando com elas. Nada demais. Podemos ir" Ela me puxa para um lugar mais vazio.

"Me conta, me conta, me conta" Ela me cutuca pelo caminho.

"Não sei porque você está emocionada desse jeito, eu nem conversei com ele" Falo séria.

"Oh, mas eu pensei..." Resmunga.

"Ravena, eu não quero ficar com ninguém e esse cara... mal tinha falado comigo, a gente estava se apresentando ainda, para você ter uma noção!"

"Oh, eu sou uma empata" Ela diz com as mãos na boca em choque.

"Não, que isso" sorrio sem acreditar.

"Quer dormir lá em casa?" Troco de assunto.

"Claro! Só vai ter que me dar uma escova de dente!" Ela sorri

"Tudo bem!" Sorrio de volta.

Chamamos um Uber e chego em casa

Vejo minha mãe sentada no chão da sala, acolhida. Rapidamente ela me olha.

"Mãe? O que a senhora está fazendo aí?" Ravena me olha sem entender nada.

"O que a senhorita estava fazendo para chegar essa hora?" Ela grita.

"Eu estava numa festa, mas isso não importa porque Ravena está comigo" Digo.

Vou até ela e vejo que esta fora de si, ela está bêbada novamente. Fico furiosa, pois não me avisou. Tento manter a calma pois a Ravena está aqui.

"Porra mãe, estava com suas amigas?" Grito sem querer.

"Sim, filha. O que que tem demais nisso?" Ela fixa em mim.

"Nada!" Puxo Ravena pelo braço indo direto ao meu quarto.

"Não, não precisa ficar assim, Anne, ela é uma mulher independente, sabia?" Ela se senta na cama cruzando suas pernas.

"Tá, tá, eu sei, por favor, não discuta comigo" Digo com a mão no rosto andando pelo meu quarto.

Ela abaixa a cabeça para mexer no celular "Me desculpa, eu só não quero pensar muito nisso, já tá acontecendo coisa demais hoje" Me sento com ela e coloco meu queixo sobre seu ombro. Fica um silêncio entre a gente, me faz pensar em tudo novamente.

"O que aconteceu entre você e o Vítor que não me contou?" Ela se vira para mim.

"É... Ele meio que veio se desculpar por isso tudo que ele fez" abaixo a cabeça.

"Tá brincando? Mas é um merda mesmo" Se revolta.

"Pois é, eu não vou perdoar ele" Digo

"Eu só quero ir dormir!" Ravena estava sonolenta mesmo.

Retiro meus saltos, faço um coque em meu cabelo e coloco um pijama qualquer. Empresto um pijama para Ravena também. Eu e Ravena vamos dormir na mesma cama, eu não vejo problema. Aliás é bom, pois, eu não tenho pesadelo. Caio no sono e acordo com a luz do sol na minha cara.

Psicólogos não são o que parecem Onde histórias criam vida. Descubra agora