Psicólogos não são o que parecem

CAPÍTULO 39

A atenção de todos estavam voltada para nós. Amber estava pálida com as palavras de Vítor e Anne também. Me passa só uma coisa na minha cabeça.

"Do que você está falando, seu merda!Que verdade!" Aperto o seu pescoço.

"Todo mundo aqui sabe, não vamos nos fazer de bobo, né gente!" Ele ri e debocha.

"Do que você está falando, Vítor?" Ravena questiona e Ender parece estar mais confuso de todos.

"Poxa, não sabia que iria conseguir a atenção de todos assim"

"Vai se fuder, seu otário!" Ameaço um soco e ele se assusta.

"Para!"

"Me conta o que você sabe!"

"Sai de cima de mim e eu conto!"

"Irá fugir!"

"Não, não vou" ele sai de baixo de mim, se arrastando lentamente. Ele se levanta e olha para todos.

Amber olha para o Vítor com toda a raiva do mundo, como se estivessem escondendo algo.

"Não, Vítor por favor..." Ela susurra

"Vocês sabiam? Gente!" Ele atrai a atenção de todos do lugar.

"Gente, vocês estão no mesmo lugar que um pedofilo, manipulador e também quem se aproveita de suas pacientes inocentes!" Ele aproveita que ninguém me conhece naquele lugar para todos se juntarem contra mim.

Pude sentir os olhares fixados em mim e também me julgando por todas as pessoas daquele lugar. Olhei para a Anne e parecia estar tudo em câmera lenta, ela estava assustada, com lágrimas nos olhos, seus lábios estavam tremendo junto com suas mãos. Ender, estava me olhando com uma cara de nojo, de desconfiança, tudo de ruim que há, a gente mal se conheceu e ele já está com a impressão errada de mim. Ravena, eu não sei o que ela está sentindo, parece estar confusa entre acreditar em mim ou no Vítor. Amber, estava furiosa com o Vítor, eu não consigo entender o por que, ela estava chorando de raiva olhando só para ele. E o Vítor, com o rosto expressando satisfação por ter feito isso. Essa cena toda passou em câmera lenta para mim.

Eu me senti um lixo, aquelas palavras realmente entraram na minha cabeça como se aquilo fosse verdade. Passou todas as cenas dos momentos que tive com Anne, me faz pensar que eu era um erro, não devia estar ali ou também na profissão que estou.

Do jeito que eu estava, parecia que eu estava bêbado, não tinha processado tudo isso direito, apenas vejo as pessoas me olhando como se eu fosse um monstro, mas eu sabia que não era.

"Eduardo?" Anne se aproxima de mim toda acolhida.

"Vai embora, Anne" pego em sua mão

"Não, Cooper" "eu vou ficar"

"Você não pode!"

"Eu posso sim"

"Não, Anne!!" Grito com ela sem querer.

"Você não pode ficar!" As lágrimas começam a descer

"Infelizmente você não pode ficar!" Grito novamente com toda a dor do mundo.

Vejo seu rosto assustado com minha reação, ela só compreende e vai até a saída. As pessoas ainda estavam me olhando, olho para o Ender, Ravena e eles estavam esperando alguma reação minha, mas não tive. Depois de alguns segundos, vejo três homens vindo contra mim, eu já sabia que iria ser expulso, mas não queria deixar o Vítor com esse gosto, vou para cima dele e os seguranças colocam minhas mãos para trás.

"Não!" Choro de raiva.

"Vocês não podem, ele é mentiroso!"

Me debato e puxo as minhas mãos. Sinto a mão de um dos homens vindo em meu rosto, eles três começaram a me bater e me jogaram no chão. Sinto baterem na minha costela, na minha cara, em todo lugar. Em câmera lenta vejo Ravena e Ender saindo do local e Anne, na porta, me vendo jogado no chão. Eu sabia que ela não iria embora, só disse aquilo para se afastar e não ficar mais feio para o nosso lado. Sinto um soco em meu nariz e meus pensamentos se apagam rapidamente.

Abro os olhos e vejo que ainda estou no mesmo lugar, só com os homens em volta de mim, um com o pé fazendo força na minha panturrilha, outro estava segurando minhas mãos atrás e outro estava no celular chamando alguém.

"Acordou, majestade? Você vai para a delegacia daqui alguns minutos!" O que estava segurando minhas mãos fala. Só fecho os olhos desejando que tudo aquilo acabasse. Sinto meu rosto pingando de sangue e minha cabeça latejando de dor, sinto a força do pé do homem que estava na minha panturrilha, tava dando cãibra. Deito meu rosto de lado, em direção a porta, e por incrível que pareça, Anne ainda estava ali. Ela estava me observando nervosa, também estava chorando, como se pudesse sentir toda a dor que eu estou sentindo, isso me corta o coração, pois isso tudo está acontecendo por causa de mim, daquela maldita festa que nós nos encontramos e sentei ao seu lado.

Me concentro no rosto da Anne, para tentar pelo menos acalma-la. "Vai ficar tudo bem" ela mexe seus lábios e eu pude entender de longe. Fico contente que não me abandonou logo agora, era para ser o dia dela e acabou na delegacia. A polícia chega ao local, vejo muitas pessoas saindo daqui, pessoas que estavam em família, esqueci desse detalhe, havia crianças. Dois policiais chegam até nós e começam e perguntar um milhão de coisas sobre mim. Um dos seguranças do local, vai até a Anne que estava na porta, ele trás ela até aqui, confesso que fiquei mais calmo.

"Vocês dois, vamos para a delegacia, junto com aquele!" Mais um segurança aparece com o Vítor.

"Está tudo bem?" Anne se aproxima e sussurra.

"Tá sim" sorrio.

"Ok" ela sorri de volta.

"Vocês são uns babacas" escuto Vítor resmungar com as mãos pra trás por conta da algema.

Depois de alguns minutos dos policiais conversando, eles nos levam para a delegacia. A Anne era única que não estava algemada, ela só estava apoiada em mim, pare se sentir mais segura.

Chegamos lá e já recebemos mais um milhão de perguntas, ao meu ver, vamos ficar até de manhã aqui. Horas e horas se passam, e fomos interrogados individualmente, recebi várias perguntas óbvias como "você tem relações com sua paciente?" tive que explicar detalhadamente o que estava acontecendo.

Depois de um tempo, vejo Anne chorando novamente, como ainda tínhamos tempo na sala de espera, perguntei a ela o que estava acontecendo.

"Você não vai acreditar!" Ela limpa as lágrimas

"Me diz... Já tá tudo ruim mesmo" viro o rosto pensando.

"Eles querem..."

"O que?" me viro de volta.

"Telefonar ao meus pais"

"..."