CAPÍTULO 25

4 0 0
                                    


Anne POV

Vou em direção a porta da entrada. Corro até um lugar mais vazio da rua e me sento no meio fio. Eu só estou aqui por causa da Ravena que ainda está lá, mas se não fosse por isso, eu já teria ido embora. Cruzo meus braços sobre minhas pernas e começo a chorar mais ainda, eu não entendo o porquê isso acontece comigo, eu não faço mal a ninguém. Tudo parecia estar desmoronando em minha volta, eu queria só desaparecer por alguns minutos. Penso isso enquanto choro na calçada.

Eduardo POV

Eu queria terminar de bater nele, mas eu estava mais preocupado com a Anne, ela pode ter um trauma de brigas por conta de seu passado. Eu não queria fuder com tudo. Merda! Eu estava tonto e tudo a minha volta estava girando para mim. Com certeza é o efeito da porra da droga. Caio no chão e sinto uma dor imensa.

Ravena POV

Estava tentando controlar Vítor, que estava com sangue nos olhos, fiz de tudo para acalma-lo e funcionou. Levei ele para longe de Eduardo e segurei ele. Coloquei em um quarto e tranquei lá dentro. Com certeza daqui algum tempo, ele vai conseguir sair. Desço as escadas e vou em direção ao local da briga, procuro a Anne e ela não estava mais lá. Só vejo o Eduardo caindo e batendo a cabeça no chão, corro até ele desesperada, ninguém em volta fazia algo, só olhava e gravava. Vou em direção a porta, com certeza a Anne deve estar na rua, grito o nome dela alto e ela olha para mim, ela estava no final da rua sentada. Conheço essa peste! Ela vêm correndo e entra comigo novamente.

"O que foi?" Seu rosto estava inchado de tanto chorar.

"O Eduardo..." Nós vamos correndo até ele.

Anne POV

Vejo ele caído no chão com seu rosto cheio de sangue. Me agacho perto dele rezando para acordar, por mais que a nossa relação não esteja boa, ele é um bom rapaz. "Por favor... Acorda" falo baixinho com uma lágrima escorrendo. Ravena olha sentida com isso. Vejo a ruiva debochando dessa situação, por mim, eu iria quebrar ela agora, mas sigo plena. Eu só quero que ele acorde, seu rosto estava pálido, suas mãos com sangue, sua roupa também. E pensar que isso só está acontecendo porque eu decidi sair da casa minha mãe. Depois de alguns minutos de sofrimento, ele finalmente abre o olho e me vê sentada no chão com ele. Não sei se a reação dele foi ruim, parecia querer entender a situação primeiro. Sinto ele tocando nas minhas costas.

"O que aconteceu?" Ele pergunta gemendo de dor.

"Eu não sei..." Susurro.

"Você estava brigando..." Ravena diz.

"Isso eu lembro"

"E.. você caiu e desmaiou" ela diz.

"Porra..." Ele resmunga.

"Você precisa ir no hospital" digo me levantando.

"Fica" olho para ele assustada com isso, realmente eu não esperava. Ravena teve a mesma reação. Ela compreende e vai até a saída da boate.

Ainda estava no chão, havia várias pessoas em volta e a música já estava um pouco alta. Eles literalmente cagaram para essa situação.

"Eu não posso" gaguejo.

"Anne, foda-se isso tudo!" Ele fica sentado.

"Você diz isso agora porque está drogado" digo apenas a verdade.

"Por favor..." Ele geme de dor.

"Eu preciso ir para casa" digo.

"Eu quero ir junto..." Ele choraminga.

Espero ele terminar de se levantar e acompanho ele até a porta de seu carro na rua. "Entre" acabo aceitando e indo. Fomos o caminho todo em silêncio, percebo que ele está fazendo um caminho diferente, só acabo confiando nele e deixando fazer o caminho, aparentava ser um pouco longe, mas me distrai com a vista da janela. E no caminho, pensava no que havia acontecido. Ele para em um lugar alto, cheio das árvores em volta, tinha umas luzes em volta, era iluminado e dava para vê a cidade toda ali de cima. Era uma vista bem bonita da cidade, fiquei feliz de ver.

"Se eu falar que é meu lugar favorito de ficar, estarei sendo clichê?" Ele dá um sorriso.

"Com certeza!" Rio também.

Descendo um pouco mais o lugar, havia um lugar com um parquinho de criança. Por mais que era infantil, o lugar era bem bonito, tinha aquelas lâmpadas em formato de bolas iluminando, bem romântico. Nós ficamos no balanço sentados.O silêncio governava mais uma vez, eu nem tive coragem de perguntar nada, até que ele quebra o silêncio.

"Balanço são legais" ele olha para mim com seu rosto ferido.

Nem parece que é o mesmo cara que estava batendo em outro a uns minutos atrás.

"Por quê me trouxe aqui?" Ele me olha com seus olhos brilhando.

"Eu queria me desculpar, por toda essa confusão que está acontecendo, sei que não merece isso. Sei que é difícil ver o seu psicólogo nas festas..."  Interrompo "Ah, Cooper, você tem vida social também, isso só foi coincidência"

"Mas, eu causei uma briga, estou drogado, estou conversando contigo, eu não sei que tipo de profissional eu sou" ele fala com a voz trémula e insegura.

"Aquela ruiva..."

"Cooper, não precisa se explicar, não precisa, você é um ser humano também"

"Eu queria te dar um bom exemplo, mas não dou"

"Você se cobra demais..." Bufo.

"É... Você também tem vida" olho seu rosto cheio de sangue.

"Eu sei... Confesso que isso é a primeira vez que acontece" ele ri.

"Ser amigo de...?" Pergunto.

"Sim, a maioria são pessoas da minha idade, já trabalham, tem até filhos." Ele passava seu pé na terra.

"Uau" "deve ser bem mais fácil" só isso que falo.

"Eu não sei como deve ficar nossa relação depois disso" os olhos dele começam a lacrimejar.

"Eu acho melhor pensar nisso quando você estiver mais consciente" faço piada.

"Eii, como se você estivesse muito consciente agora" ele ri.

"Você é pilantra" Ele se balança.

"Eu?" Fico chocada.

"Sim, você é menor de idade e estava bebendo" ele disfarça se balançando

"Você é um babaca" chuto a perna dele e saio correndo pelo lugar.

"Eii!" Ele sai correndo atrás de mim

Corro o mais rápido que posso pelo parquinho para ele não me pegar. Subo em uma casinha com escorregador. Começo a rir dele tentando subir, ficou engraçado essa cena. Começamos a rir e escorrego até em baixo.

"Para de correr tanto assim" ele grita.

"Não" digo rindo.

Ele continua a correr atrás de mim, esse menino não cansa. Acabo ficando sem fôlego e ele está me alcançando, acabo não percebendo e tropeço na raiz de uma árvore no chão. Caio de joelhos e logo e ele vem atrás de mim caindo junto. Isso foi constrangedor, mas ele estava tão bêbado e drogado que nem ligou. Estávamos caídos no chão, dando altas gargalhadas e sem fôlego ainda, esse momento foi engraçado.

"Tu é besta?" Ele ri.

"Você que é, eu hein" rio sem fôlego.

"Isso ficou parecendo uma cena de serial killer, o sangue no seu rosto e eu correndo de você" rio.

"Esqueci completamente desse sangue, preciso ir tomar banho"

"Vish, até você chegar em casa esse sangue já secou completamente" 

"Tem um chuveiro perto de uma lanchonete ali, só não quero ir lá porque vou passar vergonha com esse sangue" ele tenta limpar com sua blusa.

"Na verdade acho que vão ligar para a polícia se você entrar lá"

"Mas... Vai lá" Rio fazendo cara de pidona.

"Nem pensar" ele se levanta.

"Eu posso comprar uma garrafa de água e você molha pelo menos o rosto"  me levanto junto.

Psicólogos não são o que parecem Onde histórias criam vida. Descubra agora