CAPÍTULO 20

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As ruas estavam desertas, havia somente eu, carregando uma mala, bolsa, mochila, parecia ser uma turista perdida. De tanto caminhar, pergunto a mim mesma se isso foi uma boa ideia. Se realmente eu não estava exagerando... Mas eu lembro do meu pai batendo nela e logo essa culpa passa.Passo por uma rua totalmente deserta, só havia uns 3 meninos na porta de uma casa, fumando algo, não consegui enxergar quem eram, só fechei os olhos e rezei para não mexerem comigo. Eu passo por eles não demonstrando nada, só olho para o chão.

"Ei!" Um dos meninos me chama.

Não falo nada, só contigo a andar.

"Eeei!!" Ele vem até mim, me parando.

Olho para o rosto dele e me parece um pouco familiar. Era o Vítor! O menino do beijo... Nossa última conversa não acabou muito bem, espero que ele não tente nada comigo.

"Por que correu de mim aquela noite?" Ele toca em meus ombros

"N-não Vitor, por favor. Isso foi um erro, eu preciso urgentemente ir!" Minha voz fica trémula de medo.

"Eu só quero saber o por que..." Ele cerra as sobrancelhas.

"Nossa, vai recusar gatinha?" Outro menino ri. Esse menino parecia ser meio suspeito.

"Não gente, por favor... Eu estou.."

"Que isso Anne, não tem lugar para ficar, é?" Ele observe minhas coisas e minhas roupas.

"Você pode ficar com a gente, você sabe né?" Fala no meu ouvido.

"Sai! Eu não quero!" Perco a paciência e aumento o tom de voz.

"Ou! Quem você pensa que é para falar assim?" Os dois meninos ficam perto de mim também.

"É sério, eu não quero, eu tô precisando ir! Depois a gente fala disso!" Estou agoniada e desconfortável com essa situação.

"Porra, não fode. A gente sabe que você quer, sua puta"

"Porra mano, eu não quero! para de insistir, vocês nem são tudo isso!"

Apenas sinto um belo soco vindo em meu rosto e me fazendo apagar.

Eduardo POV

Eu estava precisando ir na casa de uma mulher para buscar alguns documentos, mas nessa chuva estava sendo impossível. As ruas estão todas cheias de água... eram poucas ruas que estavam secas para passar tranquilamente. Molho todo meu sapato, a minha calça e um pouco do meu casaco, hoje não é meu dia. Depois de uma longa caminhada na água, finalmente vejo uma rua seca que daria para passar. Caminho rapidamente. A rua esta muito deserta. Avisto 4 pessoas no fim da rua, pareciam estar brigando. Terei que passar mesmo assim, contínuo a caminhar e escuto um deles gritar " A gente sabe que você quer sua puta " Isso é nojento demais, vou chegando mais perto, não estou nem um pouco confortável passando aqui, mas é o único caminho. Escuto uma moça com voz familiar gritar.

"Porra mano, eu não quero para de insistir, vocês nem são tudo isso!"

Logo vejo a Anne levando um soco em minha frente.

Eu não consigo me controlar, apenas fui para cima daqueles caras.

"Qual foi mano? Tá tirando? É uma mulher seus covardes do caralho! Pau no cu" Grito com todos e com o peito erguido. Eles saem correndo desesperadamente. Olho para o chão e Anne está desmaiada com sangue em seu nariz. Ela estava cheia de coisa em volta, mochila, mala... Eu não sei o que ela estava fazendo, e nem eu sei o que vou fazer apartir desse momento. Como vou levá-la no colo com essas coisas? Vou ficar aqui com ela no colo. Puxo suas coisas para um canto e a coloco deitada com a cabeça nas minhas pernas. Estamos num lugar coberto, então não tem chances de molhar ela e nem suas coisas. O que ela está fazendo aqui? E por que essas coisas? Quero que ela acorde logo para explicar. Fico olhando para ela.

Psicólogos não são o que parecem Onde histórias criam vida. Descubra agora