Eu me senti tão bem abraçando ela, poderia ficar assim por horas, não entendo o porque do abraço dela ser tão bom para mim."Você pode ficar na minha casa se quiser" ela diz num tom confortante.
"Eu não sei se ele vai morar aqui novamente, mas se ele ficar, eu vou sim" Respiro aliviada por ter um lugar pra ficar.
Ravena era emancipada isso facilitaria minha vida em 90% só precisaria começar a trabalhar para me sustentar.
Havia um silêncio entre nós mas isso não era um problema, era daqueles silêncios que você sabe que a energia é boa e não precisávamos conversar toda hora uma com a outra, só a presença já bastava.
"Minha mãe quer procurar um psicólogo para mim" Me dá um nó na garganta.
"Jura? Achei que ela tinha falado brincando..."
"Eu acho que não, mas vamos ver amanhã" Me deito e nos cubro.
"Acho que ela só falou isso da boca para fora, porque sabe que você está certa"
"É, pode ser"
.
.
.Acordei de manhã, era uma manhã chuvosa. Em dias de chuva sinto vontade de fazer nada, só ficar na cama, comendo. Olho para o celular e vejo que são 6:27, acordo Ravena que estava roncando alto. Decidimos que não iremos para aula hoje. Ela volta a dormir, mas eu continuo a pensar. Saio da cama e vou direto para a cozinha, vejo minha mãe sentada, ela estava sozinha. Graças!
Passo por ela sem dar Bom dia, pego duas maçãs e volto as escadas.
"Achei" Minha mãe fala alto e alegre.
Reviro os olhos e continuo a subir as escadas.
"Ei!" Ela me chama.
"Que é?" Falo na arrogância.
"Achei um bom psicólogo aqui pertinho de casa, você irá amanhã mesmo!" A felicidade estava estampada na cara dela.
"Nem pensar!" Digo rindo.
"Você vai sim!"
"Não!"
Ela ri.
Sinceramente, parece que eu nem conheço mais ela, nós éramos tão amigas, ela estragou tudo!
"Você pode ir na clínica hoje mesmo filha!" Ela sorri olhando para o notebook.
"Não!" Digo novamente.
"Você irá sim! Eu estou pagando e você vai!" Ela começa a gritar igual ontem.
"Eu não pedi nada!" Respondo na lata.
"As 15:00 quero você lá!"
"Eu já disse que eu não vou! Não tem nem sentido eu ir, quem tá precisando é você"
"Oh, filha... A gente sabe que essa história te atormenta por anos, você não pode ver uma briga na rua que já começa a ter chiliques e ainda mais, tem os seus pesadelos a noite, já não aguento mais acordar com você gritando de madrugada todo dia."
As palavras dela são como um tiro para mim. Eu não sabia que era um fardo para ela. Senti uma apontada de dor no coração ao escutar isso da pessoa que eu mais confiava, me senti altamente traída. Depois de escutar isso, eu sabia que tudo iria mudar daqui pra frente. Retorno ao quarto com meus olhos inchados de tanto chorar, ela ainda estava dormindo, não quero acorda-la, choro baixinho ao seu lado.
"Será que eu devo ir ao psicólogo? E se não adiantar nada? E se eu não saber explicar e acabar não falando nada com nada?" Eu já estava levando a sério, mesmo depois de negar.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...