Anne POVAi que saco! Por que eu fiz isso? que droga.
Chego em casa ainda pensando nele. Subo para meu quarto só querendo me esconder de todos. Cubro minha cabeça com o travesseiro.Vejo que são 13:00 e daqui a pouco vou ter que começar a me arrumar. Eu queria estar saindo com minhas amigas, mas por culpa da minha mãe vou ter que ir ao psicólogo. Enfrentar essa vergonha.
Troco de roupa, tiro meu tênis e aproveito o tempo que eu tenho para ir comer algo e assistir TV. Minha mãe não está, essa hora ainda está no trabalho, ainda bem. Pego um prato de macarrão e coca, me sento no sofá e ligo a TV, esperando o tempo passar. Depois de um tempo, subo para o quarto para me trocar novamente. Coloco uma calça jeans, meu all star e uma blusa branca qualquer.
Eu ainda preciso me acostumar com a ideia de que tenho psicólogo agora, para mim, parece ser só um passeio.
Acabo de me arrumar e vejo que já está na hora, apenas pego meu celular e vou direto pedir um Uber. Rápidamente chego no local, o mesmo homem me recebe, faz o mesmo processo que fez, me leva para a sala cuidadosamente. A porta abre e vejo ele, ali, sentado.
Lembro do "encontro" que a gente teve a duas horas atrás, me dá um frio na barriga de falar com ele, ele não vai falar nada sobre isso mas acho que ele vai me julgar enquanto faz as perguntas.
"Boa tarde, Anne, senta-se." Atenção dele toda está em mim.
"Boa tarde, Dr Cooper!" Digo me sentando na cadeira a sua frente.
"Então, vamos prosseguir com as perguntas, tá bom? Vou levemente fazer perguntas mais aprofundadas mas é só para saber um pouco mais, tá bom?"
O jeito que ele falou me fez arrepiar não entendi o por quê.
"Claro, claro." Assinto com a cabeça tentando acompanha-lo.
"Como está a relação com seu pai?" Ele pergunta do nada.
Ele me fez pensar por alguns segundos... Me fazendo "brisar" olhando para a sacada que a havia ali.
"Está totalmente... Fudida." Respiro fundo.
"Me conta mais"
"Bem... E-ele e eu nunca fomos muito próximos, eu sempre fui mais amiga da minha mãe. Ele acabou com a nossa relação que já era uma merda." Reviro os olhos.
"Entendo... Onde ele está agora? Você sabe?"
"É... Agora exatamente eu não sei mas é bem provável que ele more na minha casa novamente" Engoli seco.
"Sua mãe e ele...?" Ele me olha com um olhar de dúvida.
"Sim, sim. Eles estão juntos, depois de fazer merda, pois é."Esfrego meu nariz.
"Entendi... Como você se sente em relação a isso?"
"Eu não sei exatamente, eu sinto dor, angústia, eu tinha uma bela relação com minha mãe, depois que ele..." Olho para longe para me concentrar mais e não deixar meu olho encher de lágrimas.
"É difícil para mim, aguentar tudo isso desde pequena... as brigas, as discussões..." Minha mão estava trémula.
"Eu... Me lembro cada detalhe"
"Me desculpa..." Gaguejo.
"Ficar assim faz bem! Significa que você irá se abrir mais nas próximas consultas. Falar mais, pensar mais e essas coisas, ou seja, só vantagem" Ele me oferece um paninho.
Não sei o que está acontecendo comigo mas está me dando vontade de contar tudo de uma vez, justo agora. Mas, sinto que não é a hora ainda.
"Eu sinto que... Minha mãe nunca se importou com as coisas que eu fazia para ela, eu salvei ela, pedi a ela que parasse com essa história e então estou aqui" As lágrimas começam a cair.
"Eu achava que, eu era a coisa mais importante na vida dela nesses últimos meses. Só que tudo virou de cabeça para baixo novamente, e eu estou me sentindo como pré adolescente ainda. Igual no começo de tudo" Eu comecei a desabafar pra caramba depois da pergunta que ele me fez, chorei e falei bastante, sinto que me ajudou muito, pois ele apenas ficou lá me escutando e me deixando falar, comecei a sentir pela primeira vez que não incomodava alguém com meus problemas, *claro, ele é psicólogo, está lá pra isso* porém, eu sempre senti que desabafar com minhas amigas era um peso maior, como se eu fosse um fardo para elas. Conversar com ele, colocar tudo para fora, realmente me fez ficar mais aliviada, eu me sentia estranha porque parecia que só eu tinha problemas nesse mundo, eu nunca vi a Ravena e Amber me contar sobre problemas pesados.
Depois de passar uma hora na clínica, chamo um Uber para ir embora. A corrida não demora muito, logo chego em casa. Minha mãe já estava, corri para o meu quarto como se não tivesse percebido a presença dela. Pego meu celular, vejo mensagens da Amber perguntando se já sai da terapia.
Amber: queremos te ver! A gente tá aqui te esperando no shopping.
Só pego minha bolsa e vou, sem pensar em nada.
Chegando lá. Amber estava com um menino aleatório como sempre e Ravena estava de vela, aposto que só me chamaram para ela não ficar sozinha com eles. Cumprimento todos e assim, vamos ao cinema que há dentro do shopping. Depois de passar por uma fila enorme, conseguimos chegar a tempo do horário do filme. Ravena comprou três baldes de pipoca, não sei pra que tudo isso e Amber só comprou algumas finis.
O filme começa... E eu já escuto um barulho meio estranho entre eles.
"Credo que que isso gente, nem deu 3 minutos de filme e já estão se agarrando, eu hein"
Escuto Ravena gritar, o pessoal todo olhando pra nós."Porra Ravena, deixa eles" Rio.
"É, Ravena!" Amber para o beijo e concorda. O menino estava mais vermelho do que tomate.
Começo a rir e Ravena está emburrada por estarem atrapalhando seu filme com sons de beijos molhados. Apenas me aproveitei para comer os baldes de pipoca dela, sei que ela não come tudo isso.
Depois de uma hora e meia, saímos do cinema as 19:00, estava escuro já. Eu gostei de ir no cinema com elas, me diverti muito com a cara emburrada de Ravena, aposto que ela queria estar no lugar de Amber.
Volto para casa também, venho o caminho todo escutando música e pensando na vida. Chego em casa e me jogo na cama, pego no sono e só acordo na manhã seguinte com o despertador.
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.Mais um dia de aula! Aff. Só queria dormir o dia inteiro. Levanto e faço minhas necessidades e tudo. Vou até a cozinha tomar café e dou bom dia para minha mãe.
"Como está indo o psicólogo?" Ela pergunta olhando para o celular, como se não ligasse de verdade.
"Bem..." Pego uns biscoitos
"Que bom, mas queria saber com mais detalhes"
"É..." Saio de fininho
"Bom trabalho, tchau" Saio de casa.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...