O mesmo garoto que sentou ao meu lado na festa. Eu realmente não esperava por isso, de todas as pessoas que poderiam estar aqui, eu não esperava ele. Me assusto, mas ele me dá um olhar calmo, ele senta ao meu lado de pernas cruzadas como na festa."Oi, tudo bem? Não queria te assustar" ele dá um sorriso sem graça.
"É... Oi, estou bem sim" Respondo friamente.
"Posso ficar aqui?"
"Ah... Sim, claro" digo.
"O que faz aqui?" Ele olha para a lagoa.
"Ah, só... curtindo a vista, acho ela bem bonita" Tiro os fios de cabelos do meu rosto.
"Realmente. É bem bonita..." Ele fala calmo observando-a.
"Eu não me apresentei aquele dia... Eu sou Eduardo Cooper" Ele estende a mão para eu apertar.
"Eu sou Anne" Compreendo com minhas mãos.
Ficamos em silêncio por uns 15 segundos, só escutando os passos das crianças correndo.
"Então, tem quantos anos, Anne?" Ele olha no fundo dos meus olhos.
"Eu tenho 18 praticamente" Sorrio sem graça.
Ele faz uma cara de espanto e começa a rir.
"O que?" Sorrio sem entender nada.
"Não aparenta" Olha para a lagoa novamente.
"E você?"
"É... Eu acho que não deveria saber"
Abaixa a cabeça."Ah, não tem problemas" Me levanto, pois tenho que ir para a casa.
"Tenho que ir!" Arrumo as minhas coisas.
"A gente se vê por aí" Saio calmamente, colocando meus fones de novo. Caminho um pouco e olho para trás e o vejo, estava observando a vista ainda. Me viro e volto a andar de novo.
Penso no por quê "Eduardo Cooper" não poderia falar sua idade. Ele deveria ser mais velho... bem mais velho que eu. Porém não aparenta. Parece ser só dois anos mais velho que eu, mas, aparências enganam, né?
Depois de uns minutos, chego em casa, não vejo minha mãe pois ela chega só mais tarde. Subo para o meu quarto, jogando minha mochila em qualquer canto. Pego no sono facilmente.
EDUARDO POV
Eu não sei por que falei aquilo, agora ela deve achar que eu sou bem mais velho do que ela, isso é verdade mas...
Uma criança joga a bola perto de mim que me faz esquecer esses pensamentos
"Pode jogar a bola, tio?" Criança pergunta de longe.
Jogo a bola para ele.
"Valeu tio" Ele faz um gesto.
Será que eu aparento ser mais velho? Me pego nesse pensamento de novo.
Decido ir para a casa, correndo, era o que eu estava fazendo antes de ver Anne sentada. Corro sempre que eu posso, me faz me sentir bem, corro sobre o sol de 32° graus. Cheguei em casa suado, sentindo adrenalina no corpo.
ANNE POV
Acordo umas 16:00. Não imaginei que ia dormir por tanto tempo. Eu ainda estava com a roupa e o tênis que fui para a escola, aproveito para ir tomar um banho. Retiro minhas roupas e ligo o chuveiro quente, deixo a água cair pelo meu corpo... isso é relaxante, ainda melhor quando é no escuro, é como se fosse uma terapia. Depois me seco e me visto com uma roupa leve e confortável, deixo meu cabelo preso, não lavei dessa vez, lavo de dois em dois dias.
Desço até a cozinha e minha mãe ainda não está, ela deve estar chegando, é a hora. Vejo o celular na mesa e nada me impede de pegá-lo agora. Desbloqueio, descobri a senha fácil, era a data do meu aniversário. Entro no whats e vejo algumas mensagens do meu pai. Meu pelos arrepiam. Eu não esperava...
"Será que ela anda se encontrando com ele?" Me vêm a mente.
Eu acho melhor não pensar muito, por que minha mãe sabe o que faz, como diz a Ravena, ela é uma mulher adulta. Mas nada impede das lágrimas caírem sobre meu rosto. Estou decepcionada, mas quero ser madura em relação a isso, não quero surtar e proibi-la de nada. Mas o que será que passa na cabeça dela? Achar que ele mudou? E o que ele fez com ela todos esses anos?
Desligo o celular e finjo que nada aconteceu. Subo ao meu quarto, me deito e pego meu celular para falar com a Ravena.
Eu: Oii, pode falar?
Ravena: Claro, o que aconteceu?
Me dá um nó na garganta quando as pessoas perguntam se estou bem ou o que ocorreu, parece ser difícil de explicar as vezes.
Eu: Eu vi... Respiro fundo.
Eu: Eu vi uma mensagem do meu pai no celular da minha mãe.
Ravena: Aí meu deus Anne! Fala alto.
Eu: é... Coloco a mão na cabeça preocupada
Ravena: Isso já é demais! Acha que vai voltar?
Eu: Na... Não! Claro que não, eles nem podem fazer isso! Se ela voltar com ele, eu juro que me mudo daqui. Revolto
Ravena: Dessa vez está certa!
Ravena: Qualquer coisa você vêm aqui pra casa, ok?
Eu: Tudo bem, eu vou sim.
Deixo o celular na mesinha ao lado da minha cama, mesmo na ligação, para sentir como se a Ravena estivesse comigo neste momento.
Eu: O que será que eles estão conversando? Olho para o teto pensativa.
Ravena: Eu... Não sei. Pode ser tantas coisas... Resmunga.
Ravena: Eu nem sabia que ele tinha saído da prisão.
Eu: Eu também não, imagina eu vendo as mensagens...
Ravena: Desculpa amiga, mas eu não queria estar no seu lugar neste momento.
Eu: Ajuda muito. Rio
Eu: Como está Amber? Pergunto
Ravena: Ela se afastou um pouco né? Depois daquela festa... Eu não sei, ela não me liga mais.
Eu: Espero que seja só birra, pois a gente fala na escola normal.
Escuto a minha mãe abrindo a porta lá embaixo, me levanto e desço até lá, pelo caminho penso em contar para ela das mensagens, mas também posso ficar quieta e ver até onde isso chega.
"Oii filha!" Sorri.
"Tudo bom, mãe?" Sorrio de volta.
"E-eu..." Ela me interrompe.
"Esqueci meu celular aqui, acredita?" Pega ele.
"Oh, sério? Eu não tinha percebido, tava atrasada hoje" Minto.
"Bom, vou me trocar" Ela anda até as escadas.
Talvez o melhor seja ver até onde isso chega. Volto ao meu quarto para contar para Ravena.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...