Eu: "Não sei se devo conversar com ela sobre isso..."
Ravena: "Olha, eu tava pensando aqui. Acho melhor você deixar ela mesmo, se não, você vai acabar ficando paranóica, Anne. "
Eu: "Eu não consigo, eu não tenho mais nada para pensar, só nisso".
Ravena: "Você devia ocupar mais essa sua cabecinha."
Escuto minha mãe gritar do banheiro.
"Eu vou sair daqui a pouco, tá bom?"
Logo penso que é com meu pai.
"Com quem?" Pergunto mesmo.
"Minhas amigas, por quê?"
"Ok." Falo.
Retorno a Ravena que escutou tudo.
Eu: "Eu queria saber a verdade..." Resmungo.
Ela: hihihi. Ri sarcasticamente.
Eu: "O que?" Fico curiosa.
Ela: "Que tal...?"
Eu: "O que gente? Rio nervosa.
Ela: "Seguir sua mãe."
Fico um tempinho sem dizer nada, até que...
Eu: "Eu acho que seria perigoso, mas... Não custa tentar."
Ravena começa a dar gargalhadas, já fico nervosa só de pensar.
Eu: "Pode vindo pra cá já? A gente conversa mais aqui."
Ela: "sim, sim" Desliga.
Aviso a minha mãe que a Ravena ficará comigo, ela não se importa, ela sempre esteve comigo desde nova, então ela apenas fala "tá bom"
Fico na bancada esperando, enquanto minha mãe anda de um lado para o outro pela casa, procurando alguma coisa.
A Ravena não pode demorar muito porque parece que minha mãe já vai sair. Alguns minutos depois, escuto a campainha tocar e corro para atender.
"Calma minha filha" Minha mãe fala.
Abro a porta e vejo Ravena.
"Oii" Ela me abraça forte.
"Oi oi. Vamo lá pra cima" A puxo.
"Oi tia!"
"Oi querida, como tá?"
"Bem..." Ravena responde enquanto a puxo.
Vou até meu quarto e fecho a porta, faço um sinal pra ela falar baixo para minha mãe não escutar.
"Eai? Tá pronta?" Ela pergunta.
"Tô só com medo!" Digo.
"Para, boba!" Ravena me empurra.
Sorrio e olho para ela.
"Promete que não vai fazer nada se ele estiver lá, tá bom?" Ela diz.
"Como assim, doida?"
"Gritar, fazer alvoroço, bater"
"Claro que não né, só quero ver"
Eu realmente quero que esteja com suas amigas, pois eu não sei o que vou fazer, não sei qual será minha reação.
Minha mãe grita da sala que já está saindo. Olho para a Ravena desesperada.
"O que a gente faz?" Digo.
"Vamos esperar 5 minutos!" Ela anda de um lado para o outro.
"Tá. Aii como a gente vai fazer?" Coloco a mão na testa.
"Calma, vai dá tudo certo" Ravena começa a ri de nervoso.
Depois dos 5 minutos, eu e ela desce até a sala, abro a porta e vejo que minha mãe já está um pouco longe, ela está indo a pé.
Tranco a casa e começamos a seguir ela, a gente andou longe para não dar na cara e também estávamos nos escondendo atrás das coisas pela rua, ela poderia olhar para trás a qualquer momento e ela é boa de vista.
Ela continua a andar e parece que nunca chega. As pessoas já estavam nos olhando feio na rua, parecíamos duas malucas andando disfarçadas. Minha mãe estava falando no celular, isso me agoniou porque eu queria saber logo quem era a pessoa.
A lugar era longe e eu não entendi o por quê ela não pediu um Uber.
Depois de uns 15 minutos andando, finalmente chega. Era um barzinho, lotado de gente. A gente estava do outro lado da rua, atrás de um carro, apenas observando a minha mãe sentada numa mesa lá fora, sozinha.
"Será que é com as amigas mesmo? Se for, a gente só perdeu tempo" Digo.
"Relaxa, Anne! A gente já vai saber!" Ravena me acalma.
"Eu sei lá, eu acho que tô sendo muito invasiva com ela" Finalmente cai a ficha.
"Aaaah, Anne! Só agora que você percebeu? Já estamos aqui, agora vamos saber quem é logo de uma vez!" Ela me dá sermão.
Ficamos 20 minutos atrás do carro e nada ainda. Minha mãe não parava de mexer no celular, parecia estar nervosa.
Olho para a Ravena cansada de tudo.
"Você quer ir embora?" Pergunto cansada também.
"Não, relaxa. Eu tô curiosa também" Rimos
Estamos de frente para o bar só que atrás do carro. Há várias pessoas em nossa volta, então não dá para nos notar facilmente.Minha mãe olha rapidamente para o outro lado da rua ( onde nós estávamos )
"Abaixa!" Grito abaixando a cabeça de Ravena.
"Porra Anne!" Ravena resmunga caída no chão.
"Acho que ela nos viu." Digo susurrando e ignorando-a.
"Porra, porra! Vamo embora!" Ravena me bate.
"Não! Vamos ficar, você não disse para a gente ficar agora?" Susurro alto brigando com ela.
"Anne, por favor, vamo!"
"Mas voc..."
Somos interrompidas quando percebemos que meu pai sentou-se junto com minha mãe.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...