Eu sou a Anne, tenho 17 anos e uma família bem complicada. Eu vou contar um pouco da minha história para você me conhecer.Desde pequena eu via meus pais brigando o tempo todo, eram copos sendo arremessados, pratos sendo quebrados, minha mãe chorando e meu pai gritando o máximo que podia, mas mesmo assim, ele não encostava um dedo nela, dou graças a Deus. Qualquer coisa era motivo de discussão, de algo que caiu no chão, até coisas sérias. E era assim por vários dias seguidos, do dia até a noite.
Eu não fazia absolutamente nada, eu ficava trancada no meu quarto, escutando a discussão com o travesseiro sobre meu rosto com lágrimas nos olhos. E é assim por vários anos. Isso obviamente, me trouxe traumas, traumas que eu tenho que carregar, além de pensar muito nas decisões dos meus pais, nas discussões e brigas, eu ainda fiquei "sequelada", não consigo dormir como antes, tenho vários pesadelos a noite e não consigo ter uma noite de paz, normal. As cenas das brigas que ficaram na minha cabeça sempre se repetem quando vou dormir.
A primeira vez que meu pai quebrou um prato, eu estava por perto, estava agachada na escada, com minhas mãos no corrimão. Eu via o desespero da minha mãe, as lágrimas, sua mão trémula, seu pescoço suando... e o meu pai, estava com o rosto vermelho de tanta raiva, suas veias no pescoço saltadas e seu pulso levantado. Quando meu pai, tacou o prato, ecoou na casa toda, e eu não pude não me assustar. Havia pegado um pouco na minha mãe, e a mão dela começou a sangrar sem parar, e meu pai continuava gritar e ela chorava mais ainda. E eu... estava na escada desesperada, chorando de soluçar... Eu dei um grito, os dois olharam para mim ao mesmo tempo, o meu pai finalmente havia parado de gritar, mas eu via nos seus olhos que ele estava com raiva de mim por ter visto a briga, mas, mesmo assim, ele disse:
"Querida!! O que faz aqui? Está a noite, devia estar dormindo" Ele estava nervoso e preocupado com a situação.
"Anne... Por favor, filha. Você pode ir deitar? Amanhã nós conversamos sobre isso." Minha mãe falava tentando secar sua mão com sangue.
"Eu não quero. Se eu sair daqui, vocês vão continuar a brigar!" Falei irritada e com nó na garganta.
"Tudo bem, filha. Eu vou te colocar para dormir!"
Ela veio até mim, estendeu sua mão que não estava sangrando e a segurei, assim fomos ao meu quarto. Deitei na minha cama e logo minha mãe me cobriu.
"Por que vocês estavam brigando? E por que ele quebrou o prato?" Susurrei.
Minha mãe olha para o chão, pensando no que dizer, sem me deixar preocupada.
"Filha, os casais nem sempre são felizes como nos contos de fadas, eles brigam, se desentendem, isso é completamente normal!"
"Mas ele quebrou um prato..." Olhei para ela querendo entender.
"Sim, filha. Eu não sei o que aconteceu, mas, as pessoas são assim, se descontrolam as vezes por conta da raiva, somos impulsivos."
Olhei para a mão dela, cheia de sangue tentando compreender.
"Mas, você não é obrigada a aceitar isso, tá bom?"
"Tá..." Respondi sem entender direito.
Ela me deu um beijo na testa e saiu andando até a porta do quarto. Olhei para ela e me deu uma angústia, por que eu sabia que não ia mudar, as discussões iam continuar... Depois de alguns minutos, cai no sono.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...