Era o menino dos cabelos cacheados.Continuo com os braços cruzados assustada com toda essa situação, ele corre até mim.
"Não vá embora" ele fala entre seus suspiros ofegantes.
"Porra, você viu o que ele fez?" Falo alto.
"Eu sei, ele é um babaca. Ali ninguém suporta ele, nos dá uma segunda chance!" Ele me olha com dó e esperança.
"Não é o que parece, vocês são tudo da mesma laila, não vem tentar me convencer..."
"Só não vai embora por favor, a Ravena vive falando de você e eu... vi as olhadas que você me deu."
"Vai se fuder, você acha que eu tô me importando com isso agora?" Respiro fundo e me viro seguindo o caminho.
"Me desculpa, eu não quis..." Somos interrompidos com a Ravena correndo e gritando meu nome.
"Anne! Anne!"
"Espera!"
Me viro novamente e ela para ao lado dele. "Amiga, me desculpa, eu não quis fazer você passar por essa situação, olha, eu sei que ele..." ela fala ofegante e com lágrimas nos olhos.
"Eu sei, só me deixem ir"
Eles se olham e compreendem. Me viro e sigo o caminho de novo. Depois de algum tempo andando na orla da praia a noite com vento batendo em meu rosto me dando calafrios, chego em um lugar cheio de gente, era um grupo fazendo esporte. Aproveito que não estou sozinha aqui na praia para ligar ao Eduardo, espero que não seja muito inconveniência eu ligar essas horas, mas decido ligar mesmo assim.
Passa uns segundos e ele logo atende.
"Alô? Anne?"
"..."
"Oi..." gaguejo.
"Você está bem? O que aconteceu que me ligou, logo você?"
"Você foi a primeira pessoa que eu..."
"Você pode vir para a praia?"
"É... Posso, posso sim."
"Muito obrigada, muito obrigada mesmo de verdade"
"Em que parte você está da praia?"
"E-eu não sei, só sei que estou perto de umas pessoas fazendo exercícios e em frente a um prédio de 5 andares, branco"
"Não saia daí"
Ele desliga a chamada.Espero por meia hora, fico sentada na grama observando as coisas e as pessoas. Não havia muito perigo eu estar ali, tinha muitas mulheres com crianças também, então estou de boa.
Ele logo chega desesperado e fica em minha frente. "Anne... Oi... É...." olha confuso para o meu rosto inchado de tanto chorar.
"O que aconteceu?" Ele se senta ao meu lado, todo delicado.
"Por que têm que ser assim, Eduardo?" A minha voz começa a ficar trémula.
"Assim... O que?" Ele cerra a sobrancelha.
"Minha vida, eu só me fodo." Abaixo a cabeça com lágrimas nos olhos.
"Não é isso, a gente pass... Interrompo "Por favor, conversa comigo como um amigo, não psicólogo."
"Tá... Me diz o que aconteceu logo" ele levanta a minha cabeça.
"Eu estava com alguns amigos da Ravena e eu já estava me sentindo muito desconfortável, porque eu não sou de conversar com muita gente." Ele me olha compreendendo tudo.
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Psicólogos não são o que parecem
RomanceAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...