A forma que o Eduardo estava andando e carregando a mala, estava engraçada, não impede de me fazer rir. "Eii" escuto ele bufar por brincar com ele."Se você continuar a rir, eu vou tacar essa mala na sua cabeça, menina" ele revira os olhos.
A expressão dele estava séria, mas querendo rir ao mesmo tempo. Faço uma careta para ele e continuamos a andar.
Minha calça estava molhada, minha blusa... tudo e ele também estava molhado, por sorte, minhas coisas não estavam, reparo no Eduardo levando a mala fazendo esforço e lembro da discussão que tive.
O que será ele estava indo fazer para estar naquela rua? Não é coincidência? Justo ele...
Fico alguns segundos pensando nisso e olhando para o chão."O que está pensando?" Ele franze a testa.
"An?" Até me perdi do que eu estava pensando.
"Você está pensativa, compartilha seus pensamentos!"
"Eu estava pensando em você"
"Eu?? Pensando o que?" Ele olha em meus olhos.
"O que você estava fazendo naquela rua nessa chuva? Você me perguntou a mesma coisa, mas esqueci de te perguntar naquela hora, eu estava muito confusa e nem pensei direito"
"Bom.. Eu estava indo buscar alguns documentos, nada demais, como as ruas estavam cheias e aquela era a única que dava para passar, fui naquela e por coincidência você estava lá"
"Por sorte, eu cheguei a tempo"
"Por sorte mesmo, podia ser qualquer outra pessoa, mas era você!" Rio.
"Exatamente, até fiquei abismado com isso"
"É..." Dou um sorriso.
Finalmente chegamos ao apartamento dele. Era um prédio bem grande, eram havia um jardim por fora, era bem arrumadinho, parecia ser de filme americano, pegamos o elevador até o 15°andar. Ele deixa a minha mala no chão e pega as suas chaves.
"Bom, sinta-se a vontade. Não é lá essas coisas, mas sinta-se" Ele abre a porta de 3 metros.
Dou um passo e observo, fiquei uns 10 segundos olhando para cima, encantada com o tamanho, fiquei de boca aberta, pois eu achei que era muito mais simples. Era luxuosa demais, moderna, minimalista. A frente do prédio não combinava nada com as coisas aqui de dentro. A frente parecia ser um prédio de família e dentro aquelas casas de homens ricos que moram sozinhos.
"Vou mostrar ele todo, vem!" Faz um gesto para segui-lo.
O apê começava com uma sala com uma TV enorme e um sofá gigantesco, havia uma varanda com uma vista linda para cidade, era bem alto onde estávamos.
Ele vai para um corredor e mostra uma cozinha lindíssima com uma vista linda também, as janelas eram enormes, o apartamento todo, era "aberto" com muitas vistas para fora. Ele mostra alguns quartos. Depois, sobe uma escada, não sabia que tinha apê com escada dentro, mas vou mesmo assim, havia um corredor também, tinha muitas portas nele e uma delas era o quarto dele.
"Aqui é meu quarto" Ele abre a porta e aponta.
O quarto dele dava a minha sala e cozinha juntas, se não, minha casa inteira. Tinha uma cama de casal enorme e uma mesa que parecia ser escritório branca com um computador. O quarto dele era bem aqueles de jogadores, havia um mouse e teclado brilhante, para acabar, tinha uma salinha no próprio quarto, um sofá e uma TV, nunca fiquei com tanta inveja de alguém como hoje.
"Acho que... Com tantas janelas e varandas enormes, você quase não deve ter privacidade né?" Tento disfarçar o fato de eu estar abismada com o tamanho do apartamento.
"Ah, já estou acostumado, mas ninguém repara não" "Vem vou te mostrar o quarto que você vai ficar!" Ele me puxa pelo braço.
Ele mostra um quarto exatamente igual ao dele, só mudava as decorações e os lugares dos imóveis. Vou adorar ficar nesse quarto.
"Pode ficar a vontade, deixar suas coisas aí!" "Eu vou tomar banho agora, se quiser ir também, tem um banheiro ali ao lado" Ele aponta.
"Tá bom"
"Você quer comer alguma coisa? Eu faço ou peço. Mas confesso que não sou muito bom em cozinhar, você que vai fazer"
"Nossa, tá bom" Rio. "Daqui a pouco a gente decide" Ele fecha a porta.
Não sei o que estou achando, se estou bem com isso... Aqui, ficar longe da minha mãe... Etc. É tudo estranho, não sei o que pensar, o que fazer, nunca fiquei em uma casa assim, até porque não sou de ter muitos amigos ou sair muito para lugares novos, apenas vou deixar acontecer.
Decido ir tomar banho logo, pego uma calça legging, um moletom e tudo que preciso. Vou ao banheiro e vejo que tem uma banheira enorme. Me espanto novamente com tanta beleza desse apê. É impressão minha ou esse menino é podre de rico? Vai ser a primeira vez que vou tomar banho assim, espero não cair e bater a cabeça e morrer, não quero morrer pelada na casa de uma pessoa que eu mal conheço.
Enquanto a banheira não enche, decido andar pela casa para olhar cada detalhe, parecia até um sonho estar numa casa dessa. Entro no quarto de Cooper enquanto ele está no banheiro, aqui tem outra varanda gigante, fico nela admirando a vista da cidade iluminada, parecia até ser cena de filme. Perco a noção do tempo quando vejo ele na porta do quarto com a toalha no ombro e com os cabelos molhados. Tento disfarçar o olhar, mas algo me incomodava. Eu queria olhar! Mas ao mesmo tempo não conseguia, algo me prendia. Olhei rapidamente e pareceu ser algo errado.
"Acho que você gostou mesmo daqui!" Ele disfarça.
"Ai, desculpa, eu já estava indo para o banho, é que a vista..."
Ele me interrompe:
"Não precisa se desculpar, fica a vontade" Ele ri de mim.
Volto para o banheiro para tomar banho logo. Escuto ele gritar "Anne, eu vou pedir comida tá bom?" "Tá bom" respondo alto.
Tiro a minha roupa e entro na banheira, a água estava quente. É tão relaxante, sinto meu corpo relaxando aos poucos. Queria fechar os olhos e dar um cochilo aqui, mas não iria dar certo. Fico por uns 30 minutos e escuto alguns toques na porta.
"A comida chegou, espero que você não tenha morrido aí dentro"
"Besta" resmungo. Me levanto e me seco, coloco a roupa que escolhi e finalmente saio do banheiro. Vou até a cozinha lá em baixo. Vejo o Eduardo arrumando os pratos.
"Ele é organizado, ele." Digo sorrindo
"Boba" ele ri.
"Você pode comer aqui na mesa ou pegar o prato e ir comer na sala assistindo tv, qual você prefere?"
"A segunda opção" Respondo.
Ele pega os dois pratos e leva até a sala com a TV gigante. "Vamos assistir o que?" me sento no sofá.
"Qualquer coisa, coloca aí" Ele me passa o controle. Procuro o filme antes de comer, acho o "Como eu era antes de você" e decido colocar.
"Esse filme é triste" ele diz com a comida na boca.
"Sim, mas vamos assistir!" concordo.
Jantamos em silêncio, apenas assistindo o filme. Nessas últimas horas que estou aqui, está tudo indo bem, não tô preocupada com meus pais, mas esqueci da... Ravena? Esqueci que não vou passar mais de uma noite aqui, eu preciso falar com ela daqui a pouco. Ficamos sentados em silêncio depois de comer, eu e ele estávamos concentrados no filme.
Notei que as vezes ele me olhava de canto, eu não sabia o que ele estava pensando disso, era muito difícil decifrar. Eu não sei se ele estava me analisando ou se estava gostando de me ver ali. Olhei para ele algumas vezes, ele sempre desviava o olhar. Eu acho que nem estávamos pensando no filme literalmente, e sim, do fato de estarmos no mesmo sofá e na mesma casa. Me levanto e lavo a pequena louça que deixamos e decido ficar lá em cima e já falar com a Ravena. Pego meu celular e ligo novamente para ela, não deu em nada. O que será que está acontecendo? Que agonia.
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Psicólogos não são o que parecem
RomansaAnne é uma estudante de 17 anos que tem a vida totalmente sofrida por conta de seus pais. Por isso afetar tanto seu psicológico, sua mãe decide colocá-la num psicólogo, mas isso fará ela ter mais conflitos por ser a pessoa que ela criará sentimentos...