Atração Perigosa

CAPÍTULO 31

A noite foi boa demais, os amigos da Lindy são ótimas companhias, acho que fazia tempo que não me divertia assim.

Abro a porta e logo de cara vejo um envelope amarelo de tamanho A4 bem na minha frente, no chão, me agacho para pega-lo e abro-o.

Era uma foto minha hoje no restaurante com a Lindy e os meninos. Era uma selfie, na frente estava a metade do rosto de um homem e eu apareço mais atrás sorrindo. Eu não faço ideia de quem possa ser aquele homem.

'Lembra de mim Hill? Eu estou com saudades princesa! Você está linda demais.

Ric, seu primeiro amor'

Sério! Essa situação está me deixando cada vez mais assustada e insegura aqui.

Eu nunca nem tive um namoradinho ou um amigo com esse nome, o único Ric que conheci morreu a mais de 5 anos, não tem como ser ele, eu vi ele morrer. Achei que tivesse visto apenas um vulto no outro dia, mas acho que não passou disso. Ou essa pessoa dos bilhetes me conhece muito bem, ou conhecia muito bem ele.

Mas preciso fazer alguma coisa, alguém está querendo me assustar, me deixar com medo, eu tenho medo de que possa ser ele mesmo, apesar de eu achar essa possibilidade impossível.

Decido descer para a recepção para saber se alguém estranho tem frequentado o prédio.

- Oi Seu Filipe - cumprimentei.

- Olá senhorita! Em que posso ajudar?

- Desculpa incomodar o Sr. a essa hora, mas Sr. por acaso tem visto alguém estranho circulando pelo prédio esses dias?

- Não senhora, tenho estado sempre aqui e só vejo os moradores por aqui, e claro, eles trazem visitas tal como a senhora, mas porquê? - perguntou curioso.

Ele pode estar vindo para cá como visitante de alguém por isso entra facilmente.

- É que eu tenho encontrado alguns bilhetes estranhos perto da minha porta.

- Talvez seja um admirador secreto, na minha época era muito comum - falou nostálgico.

- Eu estaria despreocupada se a pessoa não descrevesse até minha roupa íntima - falei para ver a reação dele.

Ele pareceu um pouco assustado, mas depois voltou ao normal, ou pelo menos tentou. Pedi para ver às imagens das câmeras de segurança mas ele não deixou, alegando que só poderei ver caso eu faça uma denúncia e apareça por lá com a polícia.

Um total absurdo, mas eu não tô com cabeça para uma troca de palavras com um senhor idoso a essa hora. Mas seria quase impossível alguém estranho entrar aqui ele não perceber nada.

Bom, nesse momento não tenho mais o quê fazer, só tenho 3 bilhetes que não faço ideia de como vieram parar aqui e não faço ideia de quem possa ter escrito eles, poderia até chamar a polícia, mas acho que não resolverão nada.

Volto para o meu apartamento trancando a porta. Como ainda Não mudei de roupa nem nada, vou até meu quarto, tiro o vestido e entro no banheiro tomando um quente e longo banho, precisava relaxar apesar da noite ter sido agradável. Saio da banheira com os dedos enrugados pela demora. Visto o roupão e vou até ao closet, pego uma calça de pijama bem folgada e um moletom.

Termino de vestir e me deito na cama de barriga para cima e começou a olhar para o teto. Eu não quero passar a noite aqui sozinha, eu poderia ir para a casa da Lindy, mas ela provavelmente está com o Henrique e eu não quero atrapalhar.

Pego minha mochilinha colocando lá uma muda de roupa e alguns pertences pessoais, chamei um táxi e desci. Eu só tenho mais um lugar para ir.

Chego em frente a sua porta e a bato duas vezes, depois de dois minutos ele abre a porta.

- Samy, o que faz aqui a essa hora? - ele deu um sorriso lindo.

- Oi Killer, é que eu estava passando aqui perto, então... sabe, decidi parar para dar um 'oi' - menti, ele arqueeou as sobrancelhas.

- Você estava passando aqui perto, quase 2h da manhã, sozinha e de pijama? - eu fiquei sem palavras, minha mentira foi muito sem sentindo e eu estava de pijama mesmo.

- Ah... acontece que... é... deixa eu ficar aqui essa noite? - ele ficou me olhando - eu volto pra minha casa amanhã cedo - sorri sem jeito.

- Pode entrar - abriu mais a porta e eu entrei - o que aconteceu? - perguntou me convidando para sentar.

Eu me sentei no sofá tirando os tênis, ficando apenas de meias e coloquei os pés no sofá.

- Não aconteceu nada - dei de ombros - só não queria ficar sozinha - sorri sem graça - eu teria ido para casa da Lindy mas ela deve estar com seu amigo agora - ele sentou do meu lado.

- Henrique? - abanei a cabeça em afirmação - o mundo é pequeno mesmo - sorriu - tá com fome? - fiz que sim com a cabeça.

Ele se dirigiu até a cozinha e eu fui logo atrás. Ele disse para mim que não tinha feito nada de especial para comer e que então faria um sanduíche bem recheado para mim. Pegou presunto, queijo, manteiga, ovo, milho, alface, carne... tava parecendo mais um hambúrguer daqueles, só que com pão de sal.

Colocou tudo dentro do pão, fez suco de laranja com maracujá, algo inédito para mim pois nunca provei. Yhan estava sério enquanto fazia, ele estava com uma cara engraçada. Terminou de fazer tudo e colocou na minha frente, dei a primeira mordida e depois dei um gole no suco.

- E então? - apoiou os cotovelos no balcão da cozinha me olhando.

- Hmmm... - abanei a cabeça em negação - tá bom não - fiz cara de nojo, ele pegou o prato e o suco provando os dois e depois olhou para mim.

- Isso está bom demais - eu comecei a rir e recebi o prato e o copo voltando a comer - sua danada - ele sorriu.

Enquanto eu comia ele ficava me observando, confesso que eu fiquei sem jeito, mas eu estava com fome então me foquei na minha comida.