CAPÍTULO 25

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Logo depois de ela ter ligado, peguei outra vez às chaves do carro e fui até a casa dela

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Logo depois de ela ter ligado, peguei outra vez às chaves do carro e fui até a casa dela.

Mal ela abriu a porta, me abraçou tão forte, mas tão forte que eu fiquei sem reação e depois abracei ela de volta. Ela parecia muito assustada, a respiração ofegante, os olhos vermelhos, às mãos sangrando pela pressão de suas unhas, ela estava em pânico.

Levei ela até a cozinha e peguei um copo servindo água para ela. Agachei perto dela.

- Quer falar sobre isso? - ela abanou a cabeça em negação - okay! Hmm... o que eu posso fazer por você? - fiz um carinho no rosto dela.

- Só me leva daqui! Eu não quero ficar aqui - falou baixinho, a voz rouca pelo choro.

- Tudo bem - dei um beijo na testa dela - mas antes vamos tratar desse seu machucado - abanou a cabeça.

Ela explicou para mim onde fica o kit de primeiros socorros, peguei e fiz um curativo leve.

- Antes de irmos, quer pegar alguma coisa? - perguntei calmo e ela apenas abanou a cabeça - vem - peguei na mão dela a ajudando a levantar.

Fomos até seu quarto e ela pegou uma necessaire no banheiro, foi até ao closet e voltou com uma mochila e um casaco de moletom.

- É tudo? - ela murmurou um 'sim'. Apagou às luzes e saímos.

Chegamos no meu apartamento e ela disse que queria tomar um banho, então levei ela até o banheiro do meu quarto, dei uma toalha para ela, e estava prestes a sair quando ela fala

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Chegamos no meu apartamento e ela disse que queria tomar um banho, então levei ela até o banheiro do meu quarto, dei uma toalha para ela, e estava prestes a sair quando ela fala...

- Fica aqui, por favor - ela segurou no meu braço e falou baixinho.

Murmurei um 'está bem' e fiquei sentado no vaso mexendo no celular enquanto ela tomava banho, e não, eu não estava vendo ela porque os vidros do box são foscos.

Ela terminou o banho e saiu do box já enrolada na toalha. Saímos do banheiro, refiz o curativo nela e ela foi até meu guarda roupa tirando de lá um moletom meu 'que folgada'. Deixei ela terminar de vestir e decidi ir fazer um chá para ela, mas quando coloquei a mão na maçaneta...

- Onde você vai? - ela praticamente correu para o meu lado.

- Relaxa Samy! Eu vou só até a cozinha pegar um remédio para você e fazer um chá - ela logo abriu a porta.

- Vamos! - saiu andando na frente.

Dei um sorriso e fui logo atrás. Ela chegou na cozinha e foi perguntando onde ficam às coisas. Colocou água para ferver e enquanto isso ela tomou o remédio.

Fiquei lá observando ela até terminar de fazer o chá. Sentamos na sacada e ficamos em silêncio. Ela estava ali comigo, mas a mente dela parecia estar em outro lugar, o que quer que tenha acontecido deixou ela abalada demais, e eu sinto que devo fazer alguma coisa, só não sei o que é.

Quando volto a olhar para o lado, ela já estava dormindo com a xícara na mão. Então tiro a xícara da mão dela e coloco  na mesinha. Seguro-a no colo e a levo até ao quarto e a coloco na cama, quando tento me afastar, ela segura a minha mão.

- De qual outro jeito eu posso falar para você que não quero ficar sozinha? - olhou para mim - Eu estou com medo Yhan - os olhos marejados - fica aqui comigo por favor - apertou mais forte a minha mão.

- Eu estou aqui Samy, não precisa ter medo - deu espaço para eu sentar na cama - só não chora de novo por favor - limpei os olhos dela.

A gente ficou lá em silêncio, ela com a cabeça apoiada no meu ombro, seus dedos entrelaçados com os meus, a respiração calma, o perfume dela empregnando o quarto, era tão bom sentir ela tão perto, e eu me perguntando o quê a deixou desse jeito.

- Você quer saber o que aconteceu né? - ela olhou para mim.

- Não precisa falar se não quiser -

- Mas você quer saber? - parece que ela leu a minha mente.

- Eu quero... - dei uma pequena pausa - ... você parece abalada e assustada... e... o jeito que você falou no celular, chorando demais... eu fiquei preocupado, mas é tudo no seu tempo, me conta apenas se você quiser e quando você quiser

- Você... você não vai me julgar? Ou me denunciar? - olhei para ela interrogativo, denunciar?

- Eu não farei nada que te deixará mal, eu prometo - ela virou a cara.

- Eu tinha quase 16 anos na época, a uns 6 anos atrás. Ele era o amigo da família, não era tão mais velho, tinha uns 30 e poucos anos e... - parou de falar - ... eu... eu não consigo, eu não consigo - falou com a voz embargada. 

- Hey! Tá tudo bem, tá tudo bem - puxei ela para mais perto a abraçando - não importa o que tenha acontecido ou o quê acontece, agora você pode contar comigo - deu um pequeno sorriso.

- De verdade mesmo? - os olhos cheios de lágrimas.

- De verdade Samy, acredita - limpei suas lágrimas.

Ficamos calados por uns 2 minutos, ela parecia mais calma, o que era bom, porque é um pouco difícil saber o que fazer quando uma mulher começa a chorar.

- Olha, pode não parecer, mas eu sou um bom amigo e um bom ouvinte - olhou para mim por breves segundos e disse:

- Eu percebi isso - falou como se fosse o óbvio.

- Nossa! Nem tem graça falar nada para você - ela começou a rir.

- Claro que não tem graça quando você diz algo que já sei - 'Ay ela sorriu' respirei aliviado.

- Você é um pouco chata sabia? - deu uma gargalhada que me fez sorrir também.

- Ah Killer se você soubesse! - continou rindo - Eu sou insuportável, Lindsay que te conte - abanou a cabeça.

- Não tem problema, eu aguento...

A gente continuou conversando a noite toda, já passavam das 4h da manhã, estava quase amanhecendo, acho que ela só estava com medo de dormir diante a noite porque ela segurou um pouco forte minha mão. Fiz um cafuné nela enquanto a gente conversava.

Quando percebi que ela havia dormido, tentei me ajeitar melhor na cama, mas olha só... ela não largou a minha mão.

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