dinheiro

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Dinheiro
di.nhe.i.ro
significado: dinheiro, fortuna, capital.

Capítulo IX.

Jimin cresceu indo à igreja com sua mãe todo domingo.

Na Igreja Católica, o limbo representa um lugar fora dos limites do céu, onde se vive de forma esquecida e sem a visão plena da eternidade e privado da visão beatificada de Deus.

Limbo. Era essa a palavra. Jimin se sentia no limbo: esquecido; negligenciado.

Em toda sua vida, sempre foi todo certinho, nem sequer uma bala havia roubado do mercado, matado uma aula de matemática ou até mesmo atravessado fora da faixa de pedestre. Tudo isso para quê?
Era assim devido aos ensinamentos de sua mãe. Ela o havia criado para ser um menino correto e que nunca causasse problemas. Talvez por isso o loiro tenha se apaixonado pela profissão de policial prematuramente, porque ele poderia aplicar os conceitos que aprendeu com a mãe para a vida toda, até ficar velhinho e se aposentar.

Todavia, olha como estava sua situação agora: sem a sua mãe, pois ela morava em outro estado, traído pelo seu amigo de anos e desempregado. Ênfase no desempregado, afinal ele estava assim por tentar fazer o que sua profissão exigia, ou seja, denunciar ilegalidades.

Ele estava sendo precipitado em confiar em Jungkook? Com toda certeza e tinha total ciência disso.
Ele corria perigo? Também. Não por Jungkook, mas pela vida que ele levava. Vida, inclusive, contra literalmente tudo que sua mãe lhe ensinou.

Mas o que ele tinha a perder?

Sem sua mãe, traído pelo seu amigo de anos e desempregado.

E não só isso. Sua situação era ainda mais grave, já que não encontraria um emprego tão cedo na área, graças ao pai de Jin ser o responsável de administrar todas as delegacias e centrais de atendimento de chamadas, por isso, inclusive, que Jin era chefe da central.

Então, novamente, o que tinha a perder?
Nada.

Jungkook o salvou e pode lhe mostrar o mundo de uma maneira que nunca havia visto antes. Sentir a adrenalina correndo por suas veias como nunca sentiu antes. Sentir os prazeres da vida sem se importar com o amanhã como nunca havia feito antes.

Ele não tinha nada a perder.

Sorriu olhando no fundo das írises âmbar e chocou seus lábios carnudos nos aveludados do moreno, que agarrou a cintura fina do menor com força, arrancando um arfar sôfrego do ex-policial, que sentia seu corpo pegar fogo. Foi puxado para mais perto do corpo forte do mafioso enquanto colocava as mãos sobre as bochechas, que ainda possuíam algumas manchas de sangue. As línguas cravavam uma batalha por espaço, se enroscando lentamente. Jungkook insistia em puxar Jimin para mais perto, mas eles já estavam tão colados, que pareciam que iam se fundir em um só.

A mão grande do tatuado se enroscou nos fios claros, os puxando para trás, de forma que expunha todo o pescoço branco como leite de Jimin, pronto para ser marcado pelo faminto Jeon. E assim o fez, colando os lábios molhados na pele macia, dando selares lentos e, logo após, passou a língua devagar por toda extensão antes de puxar com uma mordida fraca. Depositou um chupão bem no meio da lateral no pescoço, outro abaixo do queixo – perto da clavícula – e o último no outro lado.

Sua mãe sentiria vergonha de vê-lo sentindo-se no inferno de tão quente que estava. Mais vergonha ainda por ele estar gostando de se sentir no inferno.

De qualquer forma, ele também queria o céu. Ele queria que Jungkook o levasse para o céu, que lhe mostrasse as estrelas e todo o prazer que poderia sentir.

ESTRELA | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora